domingo, agosto 30

Deixando de procrastinar

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Estive no Pensar enlouquece , o Inagaki escreveu um post sobre a palavra procrastinar e seus significados, no momento que li, parecia que o texto tinha sido escrito para mim.

Sou uma pessoa tranquila, com uma vida não tão tranquila, quem me acompanha na net sabe que de vez em quando tenho umas reviravoltas, a menos de um ano passei por uma mudança radical na minha vida, sem contar que meu filho foi morar sozinho e o pior longe de mim, escrevi um texto sobre isso: Quando os filhos voam, pois não é que recentemente passei por outra reviravolta na minha vida, essa foi melhor que a anterior, pois só teve alegrias... ai vocês perguntam, e o que o blog tem a ver com isso?

Eu tive que me afastar da net por vários dias, entreguei o blog ao Tony, que não teve outra opção senão aceitar, agora que as coisas estão começando a entrar nos eixos, e que o Tony não aguenta mais levar o blog sozinho ( muito ocupado), cadê coragem para voltar a escrever, falta tudo: coragem, determinação, inspiração, só tenho vontade de ficar por ai visitando os amigos que há tempos não visitava, ai que entra a palavra procrastinar, para quem não sabe o significado quer dizer adiar.

Pois é, agora não tem jeito, tenho que trabalhar...se bem que tenho trabalhado muito na vida real, mas aqui no virtual estava de férias.

Saudades de responder aos comentários dos amigos.



Desejo a todos um Domingo cheio de preguiça e uma semana com os compromissos todos em dia, sem adiar nadinha.


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sexta-feira, agosto 28

“O Blog do Cara”

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Foto BBC
Depois de muitas idas e vindas, críticas e adiamentos, parece que finalmente sairá o blog do presidente. Pelo menos é o que dizem os arautos do palácio-lulista-blogueiro. Segundo se noticia a página deverá estrear na próxima segunda-feira, dia 31 de agosto, se não for adiada outra vez.

Desde o início do ano, em abril, ocasião em que esteve com Obama e foi muito elogiado, Lula, para fazer jus aos rasgados elogios, mandou que seus asseclas providenciassem o blog do "político mais popular da Terra", palavras de Obama durante reunião do G-20. O segundo passo seria criar um Twitter. É o poder octópode lançando seus tentáculos. Que dê o primeiro passo.

De lá pra cá se têm ouvido muitos comentários e críticas da imprensa e de e-leitores. Mas qual seria a finalidade desse serviço (ou brinquedinho novo) e qual seria o seu conteúdo? Essa última é a pergunta que não quer calar.

A verdade é que pouco se sabe do assunto. Do que se diz por aí o que pude apurar de consistente é que o blog não será escrito pelo próprio, mas sim por uma equipe de jornalistas e técnicos (um gost writer ou molusco writer). Segundo, o leitor-visitante-blogueiro-companheiro não poderá deixar seus comentários. Com isso, o brinquedo deixa de ser um blog. Será apenas um mural, certo?

Mas voltando ao questionamento acima, qual seria mesmo o conteúdo? Aguém arrisca palpites?

Vejamos:

Meus posts:

- Eu sou o cara;
- Um dedim de pinga com o presidente
- Ou melhor: um dedim de prosa com o internauta
- Meu desenho preferido (Bob esponja);
- Pelada na granja (futebol certo?);
- Receitas de Marisa;
- Rodízio de pizza lá em casa;
- Quando eu for re-re-reeleito;
- Lavando a roupa suja do senado;
- Lembranças da minha fonoaudióloga;
- Minha viagem à Presidência;
- Minha viagem à França;
- Minha viagem à Inglaterra;
- Minha viagem à Argentina;
- Minha viagem à China;
- Minha viagem à ...;
- Mais viagens;
- Minha viagem mais recente;
...
As pérolas do presidente:

“Eu gostaria de ter estudado latim, assim eu poderia me comunicar melhor com o povo da América Latina”.

“Nós estamos preparados para qualquer imprevisto que possa ocorrer ou não.”

“O Holocausto foi um período obsceno na História da nossa nação. Quero dizer, na História deste século. Mas todos vivemos neste século. Eu não vivi nesse século.”

“(ao receber um quimono)… Agora, já estou pronto para subir no TAPUME”
.
“Livro bom, é livro sem letra.”
...
Minhas metáforas futebolísticas:

“em time que está ganhando não se mexe companheiro”;

“o brasileiro tem que vestir a camisa do PT”;

“o trabalhador recebe uma bola redondinha, é só chutar e correr pro abraço”.


O jeito é esperar pra ver no que vai dar. Vamos aguardar “O Cara” e recebê-lo com festa na democrática blogosfera? (mas como fazer festa se eu não posso entrar!).

.

A ideia é ser um canal de comunicação para atingir o público mais jovem. Mas sendo um blog um canal de comunicação pessoal e visto que outros é que irão editá-lo como será pessoal!? E mais, se o leitor não poderá interagir o blog será um canal de mão única!? Um mural. (agora vejam, lula tem oito braços e um blog de mão única...)
...
Vem aí o Mural do Presidente!

"Esse é o cara!
Eu adoro esse cara!".
(Barack Obama)
***
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segunda-feira, agosto 24

Vinte anos sem Raul

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Foto Mário Luiz Thompson

"Ninguem tem o direito de me julgar a não ser eu mesmo. Eu me pertenço e de mim faço o que bem entender." (Raul Seixas)

Não dá pra começar de outra forma. Só mesmo ouvindo o "Maluco beleza" em "Tente outra vez".




Raul Seixas nasceu em Salvador BA, em 28 de Junho de 1945 (Raul dos Santos Seixas). Ele não viveria para ver o sucesso do seu ultimo disco. Morreu aos 44 anos no dia do lançamento do LP, no auge do sucesso numa tarde de segunda-feira, 21 de agosto de 1989. Não viu muitas coisas que os anos 90 trouxeram, como a internet por exemplo. Mas nem por isso ficou esquecido, nem poderia. Foram muitos sucessos que ele nos deixou, músicas que serão cantadas por mais dez mil anos.

Suas letras e músicas sofreram grande influência do rock-and-roll da década de 1950, que ouvia nos discos emprestados de amigos e vizinhos. Aos 12 anos criou um conjunto chamado The Panthers (Os Panteras), começou a estudar direito, abandonando logo em seguida para se dedicar a música.

Ele continua vivo em suas obras inesquecíveis como Cowboy Fora da Lei, Ouro de Tolo, Gita, Metamorfose Ambulante e Maluco Beleza. Além de seus sucessos serem eternos, muitos intérpretes gravaram suas músicas: recentemente Lenine regravou "Maluco Beleza", Leo Maia regravou "Como Vovó Já Dizia...," Nano Reis regravou "Eu nasci há dez mil anos atrás".
.
Raul também gostava de escrever versos e pensamentos.

Sim, curvo-me ante a beleza de ser
às vezes zombo de mim mesmo ao término de uma
inteligente e aguçada constatação.
Ermitão do insólito, poeta da dúvida
Entretanto duvido a dúvida por ser dúvida
fruto de uma premissa lógica
Mas nego, afirmo e não duvido de nada
Prisioneiro sem grade desse silêncio eterno.
(Raul Seixas)

Foto Norma Albano-AE

Ele nasceu há dez mil anos atrás. Imaginem se estivesse vivo!
+++
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sexta-feira, agosto 21

Dia Mundial da Fotografia

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Quarta-feira, dia 19 de agosto, comemorou-se o Dia Mundial da Fotografia. Hoje é fácil fotografar. Com a evolução da fotografia digital o mercado oferece câmeras cada vez mais potentes e menores sem contar que revelar filme virou coisa do passado. Mas em seus primórdios o fotógrafo era um verdadeiro artesão no processamento químico e nos retoques indispensáveis ao seu trabalho.
Os fundamentos da fotografia são antigos. O princípio da câmera escura foi descoberto em 1554 por Leonardo Da Vinci - a luz refletida por um objeto projeta sua imagem fielmente no interior de uma câmera escura que deixe os raios luminosos passarem por um orifício.

Em 1816 o químico francês Nephòre Nièpce deu os primeiros passos para resolver o problema da chapa fotossensível para registrar imagens – o cloreto de prata.

Os primeiros estúdios fotográficos surgiram em 1860.

Em 1867 surgiu outra novidade: a fotografia colorida.

Hoje a situação é o que a gente vê por aí: câmeras mínimas e potencial máximo. Tem até caneta espiã, micro câmeras, modelos que a gente nem imagina. Todo mundo tem uma maquininha.

Mas não vou falar muito disso não. Nada como umas boas fotos históricas para lembrar a data. Muitos fatos permanecem inesquecíveis em nossa memória graças à evolução da fotografia. (As fotos abaixo e muitas outras podem ser vistas neste site..



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quarta-feira, agosto 19

A Net, no palco como na vida

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As maluquices do mundo virtual vão parar no teatro. São os efeitos da vida cibernética chegando aos palcos. Na peça “Talvez”, Dario, arquiteto, é o personagem principal, e único de carne e osso na peça. Ele pira da cebolinha e passa a viver só no virtual. Depois que sua namorada viaja para o Chile, deixando-o solitário por alguns dias, Dario isola-se em seu apartamento.

Interagindo apenas com seu laptop o solitário internauta, trancado em seu apartamento, promete só retornar a vida normal quando sua amada voltar de viagem.

A peça, que estreou no último dia quatro de agosto, no teatro Maria Clara Machado, no Rio, é um monólogo, isso se não considerarmos o laptop como interlocutor, porque os dois dialogam o tempo todo.


A peça foi escrita e dirigida por Álamo Franco. Na maluquice o personagem e internauta, Dario, quebra a campainha, desliga o telefone e o interfone de seu apartamento, tranca-se em seu mundo e passa a interagir com seus amigos apenas pelo Messenger. O computador e a net passam a ser seu universo.

Durante toda a encenação o computador permanece ligado e em muitos momentos o ator fica de costas para o público e com o laptop voltado para a platéia. Ou seja, é o computador quem encara o público, naquele momento a cena é dele. Assim a máquina também participa, é um personagem a mais. No palco o PC faz o papel que na vida real é seu. O computador, no palco como na vida.
É a “sandice” cibernética invadindo a cena. Na arte como na vida!

Qualquer hora dessas nós iremos ao teatro para ver um PC, um Laptop e um Palm, conectados, discutindo problemas existenciais. Pode!?

O teatro Teatro Maria Clara Machado fica na Rua Padre Leonel Franca 240, Gávea. Tel: 2274-7722.

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segunda-feira, agosto 17

Você me tem fácil demais...

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Recebi um email de uma amiga em que ela desabafava que estava insatisfeita com seu relacionamento com o namorado.

E usou a seguinte expressão : ele me tem fácil demais, e está se descuidando achando que sou dele. Na hora que li lembrei da letra de uma música:


Nada por mim

Você me tem fácil demais
E não parece capaz
De cuidar do que possui
Você sorriu e me propôs
Que eu te deixasse em paz
Me disse vai, eu não fui

Não faça assim
Não faça nada por mim
Não vá pensando que eu sou seu

Você me diz o que fazer
Mas não procura entender
Que eu faço só pra te agradar
Me diz até o que vestir
Com quem andar e aonde ir
E não me pede pra voltar

Não faça assim
Não faça nada por mim
Não vá pensando que eu sou seu

É muito comum nos relacionamentos homens e mulheres, principalmente os homens acharem que já conquistaram, que a parceira está apaixonada e vai relaxando, não dando atenção, passam dias sem ligarem, não querem sair, só pensam em ficar em casa “namorando”ou só morgando, não procuram saber do dia a dia , o que está acontecendo na vida da pessoa.

Relacionamentos são como plantinhas, precisam ser regadas, adubadas... se você não disponibilizar um pouco do seu tempo para o outro, você vai acabar cedendo espaço, o interesse vai diminuir, quem não é visto não é lembrado, quem não acarinha, não merece ser acarinhado, e é assim que paixões , amores, tesão acabam...

Se você tem interesse em manter o seu amor, paixão, paquera, invista nisso, senão quando você menos esperar, o seu lugar estará ocupado e você nem vai saber como isso aconteceu.

Desejo a todos uma semana produtiva e bem acompanhados

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sexta-feira, agosto 14

O desafio de escrever

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Para muitos escritores, a pior parte da experiência de escrever é exatamente o início. Aquele momento em que você acomoda-se no lugar mais sossegado da casa, empunhando uma caneta e uma folha de papel em branco, ou em frente a uma tela de computador vazia querendo te devorar antes que as primeiras palavras ilustrem o nada.



A constatação é terrível! “Não tenho nada para escrever!” “Será que não há algo que eu possa contar neste momento que possa interessar ao leitor!”

Nesta hora sua auto-crítica é maior que você. Não adianta, ela é maior que sua vontade de escrever. É o temível bloqueio da escrita.

Muitos escritores famosos tiveram seus dias de bloqueio, momentos de lapsos de criatividade. Ou você acha que Shakespeare nunca encheu sua lixeira com bolotas de papel amassado? Uma grande vantagem hoje é que você não precisa ficar arremessando bolinhas de papel. No processador de texto um simples “Del” resolve. Imagine quando escrever era gravar com cinzel um bloco de granito, imprimir tabletes de argila em baixo relevo ou desenhar letras em papiro...ufa!

Se o fluxo de idéias travou, esqueça; pelo menos por algumas horas. Boas idéias não pipocam no ar quando a gente quer ou precisa. Temos que aprender a captá-las quando elas vêm à nossa mente. Carregue sempre na bolsa um bloquinho de papel e uma caneta. Quando tiver um estalo faça anotações rápidas, palavras-chave, idéias, frases que possam formar o esqueleto de um texto depois. Mais tarde, com tempo e no conforto da sua casa ou escritório tente desenvolver o texto.

Nessas horas é sempre bom lembrar que a atividade física é muito boa para ativar o processo mental (mens sana in corpore sano). Já tive muito boas idéias fazendo caminhada pela rua. Portanto fazer ginástica ou caminhar ao ar livre ajudam a pensar. Uma série de estímulos desfilam à sua frente.

Outra coisa, se as idéias vierem fora de ordem, não se preocupe. Anote-as. Depois de editado o texto, o leitor não vai perceber que o parágrafo final foi o primeiro a ser escrito.

Blogueiro também tem seus dias de bloqueio.


Tenha um bom final de semana, com boas idéias.


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quarta-feira, agosto 12

Em rio que tem piranha...

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Chega a ser lugar comum afirmar que Amazônia é uma região rica. Mas, sua riqueza não se limita a recursos naturais, ela é também rica de cultura, estórias e causos.

Estávamos, eu mais dois colegas, em Manaus, a serviço da empresa, e nas horas de folga a gente fica procurando “sarna pra se coçar” até segunda-feira chegar de novo e a gente engatar no serviço outra vez. Mas, às vezes, amigo leva a gente pra cada uma!
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Nas andanças pela cidade encontramos um amigo de São Paulo que já há alguns anos morava na capital manauara. E pra mostrar que conhecia os points do pedaço nos convidou para uma caldeirada, pelos igarapés da vida. O tal do almoço, pra onde Cláudio nos levaria no dia seguinte, seria em uma casa flutuante, uma espécie de balsa de troncos onde alguns ribeirinhos montam suas casas para conviverem com as enchentes e vazantes do rio. Na casa moravam quatro pessoas; um amigo dele com a mulher e duas filhas menores.
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A casa-balsa, meio casa, meio balsa, ficava em um dos braços de rio do Tarumã. No Igarapé do Tarumã. Hoje são muito comuns os restaurantes flutuantes naquela área, mas na ocasião o local era pouquíssimo frequentado. Apenas pescadores ou ribeirinhos apareciam por ali. Não sabíamos exatamente o que nos esperava até chegarmos ao local. Cláudio nos levaria para a balsa, que ficava ancorada numa várzea do rio. O Tarumã fica na margem esquerda do Rio Negro.
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Chovia muito no dia seguinte. Aquela chuva pesada, amazônica. Mesmo assim fomos. Cláudio nos apanhou de picape no hotel. Saímos da cidade. Acabando o asfalto, pegamos uma estrada de chão. Depois de muita lama e sacolejos, chegamos, com barro até no pára-brisa, a uma palafita no meio do nada. A princípio o visual não agradava nem um pouco. Pra chegar até a casinha de madeira, cheia de perninhas, era preciso enfiar o pé na lama e depois andar por uma passarela de ripas estreitinha. Se a passarela não quebrar você chega lá. Que programa poderia dar certo num dia como aquele, naquele lugar? Meu Deus! Vida de ribeirinho é uma água. Imagine esse cenário no sobe-desce das águas.

Cláudio ao ver nosso desânimo para encarar a situação, desceu na frente, cumprimentou o dono da casa e foi logo arrumando algo para beber. E advertiu:

- Fiquem tranquilos! O negócio não é aqui, ainda não chegamos. Aqui nós vamos pegar um barco para atravessar.

- Ah, então vai melhorar, não é tão ruim assim! Pensei. Estávamos na margem esquerda do igarapé, de onde não se via outra coisa senão mato, água e aquela casinha com pernas. Teríamos que passar pro outro lado, onde seria o almoço. Cumprimentamos os donos da casa, que sempre davam apoio a Claudio para atravessar o rio, e aceitamos um cafezinho que caiu muito bem.

A chuva caía forte ainda. - Aqui as chuvas são quase diárias, repentinas e pesadas, mas logo o sol aparece. Disse o dono da casa. Descemos uma escadinha pelos fundos, com chuva mesmo, e lá estava uma canoinha de uns quinze pés, com motor de popa. Era o que eles chamam de voadeira, um barquinho de alumínio, estreitinho que, com jeito, coube os cinco. O barqueiro, Cláudio, e nós três.

Não é que a voadeira voa mesmo! Depois de uns dez minutos serpenteando pelas águas negras do igarapé, desviando de troncos e moitas, estávamos do outro lado. Ao desembarcarmos, outra vez na lama, é que me lembrei de procurar um colete salva vidas. Nem sinal de tal coisa.

Diante daquele cenário selvagem a gente imagina todos os mitos e lendas que contam da Amazônia. As sucuris gigantes virando barcos, os botos rondando as moças virgens, cardumes de piranhas devorando o gado que atravessa o rio, é tanta estória que é melhor nem pensar.

Chegamos do outro lado. A chuva dera uma trégua. Feitas as apresentações, nos fizemos a famosa pergunta:
- O que é que eu tô fazendo aqui? Mas, já que estamos dentro...quer dizer, a bordo, vamos ver o que há pra se fazer. Na verdade não havia muito; comer, beber, fotografar. O visual era a única coisa interessante, por ali.

-Como alguém que mora nessas condições cadastraria seu endereço? Me perguntei.

Apareceu um baralho e algumas linhas para quem quisesse pescar. Enquanto aguardávamos o almoço, fizemos uma roda de sueca e rolou uma caipirinha, que caiu bem para esquentar. Ainda estávamos molhados.
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O tempo enfim melhorou e, depois de duas ou três caipirinhas já tinha “artista” se apresentando. O sonzinho da casa-barco tocava músicas do festival de Parintins. Aí amigos, depois de umas doses, todo mundo é cantor. Esquecemos até os percalços para chegar ali.

Fechada a primeira rodada de sueca, e de pinga, um dos colegas mais “alegres”, resolveu dar um mergulho. Tinha vindo preparado! Não iria perder a oportunidade, afinal tinha que aproveitar o pouco que havia pra se fazer naquele sovaco de mundo. Olhou pra lá, olhou pra cá. Foi ao banheiro, se é que se pode chamar aquilo de banheiro, botou uma suguinha, foi até a ponta de uma das toras de madeira que sustentavam a casa e pulou.

Fiquei imaginando o que poderia se esconder naquelas águas negras, mas não quis desencorajar o amigo. Algum tempo depois ele se cansa de dar braçadas e sai todo prosa.

- Vocês não vão? A água ta uma beleza! No que ele vem se aproximando de nós passou por uma das filhas do dono da casa, que estava pescando com linha na mão e viu que a menina estava com o dedo sangrando. Olhou pra ela e perguntou:
- Machucou o dedo neném?

A menina, levantando um peixe pela linha, respondeu:
- Ela me mordeu. E mostrou uma piranha de uns quinze centímetros ainda se remexendo.

Nosso amigo vendo aquele monte de dentes arreganhados, prontos para devorar mais alguma coisinha, viu a bobagem que havia feito. Passou direto para o banheiro, secou-se, botou uma bermudinha e não entrou mais na água.

- Eu hein! De piranha eu só gosto do caldinho! Resmungou ele.
Aliás, caldinho de piranha com pimenta, foi a entrada do almoço.
Aquilo o fez alvo de gozação pro resto do dia. Em rio que tem piranha... minhoca não dá bobeira.
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domingo, agosto 9

Ser pai é...

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Lembram daquelas figurinhas da série “Amar é...”?

Ser pai daria para montar um álbum gigantesco de figurinhas daquele gênero.


-Ser pai é trocar fraldas, quando elas estão bem carregadas.
-Ser pai é dar a mamadeira da noite, no meio da noite.
-Ser pai é participar, de tudo!
-Ser pai é ser mãe na ausência dela.


-Ser pai é fingir que é surprêsa a surprêsa que você pagou.
-Ser pai é ganhar meias ou cuecas no seu dia e ficar muito feliz.
-Ser pai é ceder a vez no pc para as crianças jogarem.
-Ser pai é fazer esse papel para um pequeno que por algum motivo não tem o seu.
-Ser pai é investir até o último centavo no futuro deles.

-Ser pai é não poder esquecer essa condição por um dia sequer.
-Ser pai é ser a mão amiga, o herói.


Enfim, poderíamos ficar aqui até o próximo dia dos pais criando essas figurinhas. Seriam milhares delas.

Num primeiro momento pode parecer que ser pai é apenas uma relação puramente genética, ou antropológica, condição para a existência dos animais, mas levar a sério essa condição é olhar para trás e observar que muita coisa mudou, as crianças caíram e levantaram centenas de vezes, cresceram, mas você continua alí, sendo...
“Pai”.


Parabéns a todos os pais.
Crianças! Mimem seus pais!
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sexta-feira, agosto 7

Encoxada

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Quem frequenta o Voz sabe o quanto aprecio as crônicas da Martha Medeiros, já coloquei várias por aqui.

Nós próximos dias estarei ausente da net, por motivos pessoais, motivos bons, mas que me tomarão muito tempo, portanto se conseguir dar uma passadinha rápida por aqui já me darei por satisfeita.

Ainda bem que tenho o Tony, para me cobrir...

Enquanto isso leiam essa excelente crônica :


Encoxada


"Todo homem sofre da "síndrome Paulo Maluf" e pensa que tudo na vida dele deve ter cara de grande obra. Comida, por exemplo. Tem coisa mais irritante que homem na cozinha?

Pois os moços passaram séculos longe do fogão e, como não poderia deixar de ser, no momento em que colocaram os pés 44 naquele território,viraram todos, chefs'.

Você dá o maior duro azarando o cara, finalmente, descola um convite e sai de casa, crente que "quer jantar na minha casa?" significa "oba, vai rolar sexo"!

Toca a campainha vestida para matar e sem calcinha sob o modelito vermelho, levando debaixo do braço aquele tinto francês que comprou no supermercado, seguindo seu infalível critério de "rótulo bacaninha que lembra gravura 'art nouveau' do Alphonse Mucha".

Aqui, primeira dica importante: não ouse dizer que o vinho veio do Carrefour, senão você vai ouvir uma longa preleção mais ou menos na linha "eles deixam as garrafas em pé... blablabla... vinho europeu não viaja bem...blablabla... a rolha resseca... blablabla..." (se rolar, não se esqueça de balançar a cabeça concordando com ele, combinado?).

Também nem tente argumentar qualquer coisa, confiando naquele curso de degustação de vinhos que você fez há quatro anos, lembra? Lembra nada! você saía totalmente chumbada de lá todas às vezes...

Pois para sua decepção, quem estará à porta, será uma criatura com ar grave de alquimista prestes a descobrir o segredo de Midas, reclamando da dificuldade de se encontrar uma boa pimenta jamaicana, segurando uma bugiganga Le Creuset de tirar a pele de legumes, embrulhado em um avental imenso, engomado, com monograma bordado,
imaculadamente branco e, para o seu azar, sem aquela abertura atrás - e você, louca pra vê-lo cozinhando um miojo de bum-bum de fora, né? Confessa...

É compreensível, meninas. Os homens estão sofrendo de uma espécie de novo-riquismo culinário.

O gourmet requintado em que ele se transformou ontem, jamais passaria pela humilhação de pilotar um fogão como o seu, cujo máximo de avanço tecnológico é a lâmpada amarelada do forno.

Não, ele torrou 22 mil dólares num Ilve italiano de sete bocas, com grelha, chapa infravermelha para aquecer comida e dois fornos programáveis.

Fazer as poções mágicas em panelinhas com teflon pra lavar mais facilmente?
Seria muita pobreza, para quem comprou uma 'poissonnière' de cobre com interior revestido de estanho, só para fazer peixes no vapor ("uma pechincha, 250 dólares").

Conjuntinho de facas como aquelas que você ganhou de presente da tia-avó no primeiro casamento? Jamais!

No entender dele, nenhuma matéria-prima de manjar dos deuses, merece menos que facas artesanais Zakharov com cabo de osso e madeira.

Duas horas e meia depois, o jantar está servido.

Sabe aquele frango refogado que você faz em vinte minutos, jogando um punhado de temperos a olho?

É mais ou menos isso, só que coberto por uma finíssima fatia de manga, arrematada com umas três ou quatro lascas de gengibre. Isso se não vier acompanhado daquele molho de ervas que não combina com nada, e ele insiste em colocar em tudo. E pensar que você estava rezando pra que aquela manga fosse virar sobremesa, escoltada por uma
bolota de um reles sorvetinho da Kibon...

Conselho de quem não quer que você arruine definitivamente a noite: tem de dizer que ele tá "ali, ó" com Emmanuel Bassoleil.

Não, melhor ainda: foi um prato comparável ao poulet do Paul Bocuse.

Fim do banquete, vá arregaçando as mangas para ajudar a lavar louça.

Se deixar por conta dele, serão mais duas horas esfregando as três panelas de cobre, duas de pedra sabão e o processador de alimentos que sujou 17 peças pra picar salsinha, equipamentos rigorosamente necessários para cozinhar uns 250g de frango.

Hora do café, hora do relax, certo?

Pelo menos agora, você finalmente vai experimentar a tal griffe 'Illycaffè', que custou a ele uma nota preta, sem imaginar que o elogiadíssimo blend tem cerca de dois terços de café brasileiro.

Quando a água ferve, ele grita e de um salto, chega ao coador.

Queimadura?

Não, puro horror, porque "água para café não pode ferver de jeito nenhum".

Ah, que saudades daquele tempo em que cozinhávamos com um "ajudante" tarado, encoxando a gente na pia...

Martha Medeiros

Desejo a todos um bom fim de semana... para as "meninas" um gatão como o da foto cozinhando para elas.
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quarta-feira, agosto 5

Morte estúpida...

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Não é de hoje que se fala em estradas mal conservadas e cheias de buracos.

Na época das chuvas então , muitas estradas simplesmente desaparecem, isso acontece em muitas cidades brasileiras, não só nas cidades, mas também nas rodovias estaduais e federais.

Infelizmente além de quebrar carros esses buracos muitas vezes causam acidentes.

Foi o que aconteceu no último dia 23 de julho no km 365 da BR 020, em Maranguape (Ce), que levou a morte do juiz Roberto Jorge Feitosa de Carvalho, e mais 3 pessoas, e que chocou a todos os que o conheciam, jovem só tinha 45 anos, deixou esposa e três filhos, e o acidente aconteceu porque ele foi desviar de um buraco, o carro que vinha no sentido contrário fez o mesmo, eles se chocaram de frente, numa infeliz coincidência , o carro em que ele bateu era de um amigo, que também faleceu.

Por que estou escrevendo sobre isso?

Porque conheci Roberto de perto, ele e sua família foram meus vizinhos, pessoas por quem tenho apreço, e quando você vê uma pessoa séria, jovem , cheio de planos, com um futuro brilhante, ter uma morte estúpida , por causa de uma rodovia mal conservada... é revoltante.

Deixo aqui o meu protesto .

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domingo, agosto 2

Repensando os pensamentos

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TO BLOG OR NOT TO BLOG!

De tempos em tempos o homem revisita suas ideologias e filosofias para assim ajustar-se às novas eras. Os pensadores vão reeditando velhas idéias com roupagem nova, rebatizando-as como neo-isso, neo-aquilo, pós-moderno ou contemporâneas. E isto é uma necessidade.

Observando a vida moderna, a gente se dá conta de que na era da internet, dos blogs, dos RPG, second life, sites de relacionamento e etc., teríamos que repensar muita coisa, os provérbios inclusive. Seria interessante ver como ficariam alguns pensamentos populares, os provérbios, no mundo virtual.

Só vendo um encontro “real” de blogueiros pra ver como seria isso:


O blogueiro, ou blogueira, pensando com seus botões (ou teclas) - "Blogo, logo existo" - ao receber um visitante em seu Blog diria:
- Entre! "Navegue à vontade. O Blog é seu! "

Mas, em todo caso, é bom tomar um certo cuidado e não ficar muito à vontade não, por que "internauta que acompanha blogueiro amanhece de cabeça para baixo".
Duas blogueiras , quando se juntam, então! Sai cada uma...Papo vai papo vem, sabe como é visita, começam logo a filosofar. A dona da “casa” diria então:

- Sabe amiga, "blogar não traz felicidade, mas que ajuda, ajuda".
- Também acho, mas desconfio que "há algo de podre no reino da blogosfera".

Aí, a primeira, dando uma de socióloga, manda essa:
- Eu não me preocupo com essas coisas porque, na verdade "o blogueiro é bom, a blogosfera é que o corrompe". E, além disso, "com as pérolas que me atiram construirei meu blog", num sabe!
- Ai que dúvida cruel! "Blogar ou não blogar. Eis a questão".
- Bem, "blogar e navegar é só começar". Vai levando.

A dona da “casa” se dá conta de que não ofereceu nem um cafezinho a visita.
- Desculpa, esqueci de oferecer alguma coisa, vamos comer algo, afinal, "blogueiro vazio não fica de pé".
- Humm, há tempos não tomava um "cafezinho blogueiro" assim. Mas voltando ao assunto, "um blog é uma coisa; outro blog é outra coisa", não é mesmo, menina?
- É. Mas blogar é uma atividade muito enriquecedora, "é navegar por sites nunca dantes navegados". Só tome cuidado com o que fala por aí, "crítica no Blog dos outros é refresco". E é bom também não copiar o post alheio, pois, "blogueiro que plagia blogueiro fica cem anos sem conexão".
- "Tal Blog, tal blogueira!" Você me convenceu "blogar é poder".
- Sim, mas, tem horas que "blogar é prata e calar é ouro".
- Amiga, "o chat ta muito bom, mas tenho que ir blogando", meus posts me esperam. Tchau!
- Tchau! "Blog sempre!"

E assim se despediram pensativas, confusas, cada uma pro seu blog, achando que essa vida moderna tem ainda muita coisa pra ser modificada, repensada.


"...será que existe vida após second life?! "

Bom domingo!
...
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