domingo, janeiro 29

Dia de chuva e poesia

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Foto: Amy DiLorenzo


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Chove muito no eixo Rio-São Paulo por esses dias, parece até que alguém quer criar uma ponte, ou melhor, uma hidrovia entre as duas metrópoles. Não fosse pelas tragédias e prejuízos materiais e humanos que o excesso de chuvas pode acarretar, a gente bem que poderia lembrar da chuva apenas pela poesia que lhe é inerente.
A chuva é um convite a não sair de casa, um incentivo a não fazer nada, à preguiça, ao aconchego. Hoje, aliás, há uns quatro dias, chove bastante por aqui (Niteroi) e eu me deixei levar um pouco por este espírito manhoso. Lendo alguma coisa sobre chuva (que não tragédias), achei bem interessante esse soneto, que repasso para vocês.

Dia Chuvoso

A chuva fina polvilhando a Terra
Como cortina úmida de seda,
Atrás de si o sol radiante encerra;
Pinta de cinza o mundo em sua queda;

Confina a vida aos casacões de lã;
E nos convida à improdutividade:
Quem sabe os planos deixar pra amanhã?
Pro outro ano? Ou pra eternidade?

O tempo passa enquanto a chuva cai,
E a Terra abraça a água, e se embriaga,
E balbucia um poema de amor;

E a chuva embebe (enquanto o tempo vai)
Quem não percebe qual torrente o traga:
Se a chuva fria ou sua própria dor...

Ederson Peka




Boa semana a todos!

Licença Creative Commons
O trabalho Dia de chuva e poesia de Ederson Peka foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição - CompartilhaIgual 3.0 Não Adaptada.
Com base no trabalho disponível em sitedepoesias.com.
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terça-feira, janeiro 24

Ser culto hoje

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Foto: Fuse

***

Desde a virada do milênio, o homo sociabilis vem se perguntando, sem muito resultado, “o que é ser culto hoje?”
Há poucas décadas, alguém diria que ser culto é ter lido Socrates, Platão, Aristóteles, Cícero, Agostinho, grandes escritores como Homero, Dante, Vitor Hugo, Shakespeare, Machado, Alencar, Rui Barbosa; ser culto é conhecer a obra de Rousseau e Nietzsche; ser culto é ler latim e grego, além da língua materna e de uma língua moderna; ser culto é conhecer da Historia Universal todos os personagens e todos os conflitos; enfim, ser culto é ser uma enciclopédia viva.
E hoje? Seria possível estabelecer algum padrão confiável de dotes e dons intelectuais (hoje se fala muito em habilidades e competências) para se rotular alguém como “pessoa culta”? O perfil do passado, hoje, apenas com uma lupa e uma vela acesa pra São Longuinho, seria possível encontrar, mesmo na Internet.
Uma pessoa que, mesmo sendo dona de uma bagagem cultural enorme, não domine as ferramentas de Internet, não saiba utilizar os recursos de um celular, de um notebook ou de um tablet, que não leia, pelo menos, inglês e espanhol, além de sua língua materna, poderia receber esse galardão?
Alguém que você julgue inteligentíssimo, não estando antenado aos aspectos sociais, étnicos, humanos, globalizantes e inclusivos do conhecimento e livre de preconceitos e de qualquer tipo de segregação, seria um candidato ao título?
Os mais jovens poderiam dizer “pra q qmá a mufa cum tudo iço, si tá tudo lá, no Googo?” Muitos valores se perdem em contrapartida ao que nos proporciona a modernidade.




Abraço aos candidatos!
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quinta-feira, janeiro 19

Ética e Direitos na www

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Recentemente, pipocaram nos noticiários e nas redes de relacionamento comentários sobre o protesto promovido pela Wikipedia, que ficou fora do ar por 24 horas, contra leis de proteção de conteúdos digitais on-line. O protesto foi exatamente contra a Stop Online Piracy Act (SOPA), projeto de lei tramitando no Senado norte-americano que pretende acabar com conteúdos ilegais na Internet.
A grande vantagem da produção virtual online tem sido a facilidade de se lançar mão de informações, imagens e softwares para a produção de novos conteúdos; é na prática a transformação de informações em conhecimento. Porém, não podemos, por conta disso, usar material protegido por direitos autorais como se nosso fosse. É preciso que se tenha o mínimo de ética e respeito com a questão dos direitos autorais. Há pessoas que copiam produções de terceiros sem nem ao menos citar o autor e a fonte.
Por outro lado, a Lei de Direitos Autorais brasileira é muito rígida nesse sentido. Por exemplo, legalmente, um professor não poderia reproduzir em sala de aula a música de Rita Lee, “Amor e sexo”, mesmo que para fins didáticos, não comerciais, para estudar figuras de linguagem possivelmente, sem a permissão da autora ou o recolhimento de direitos. E nós sabemos que muita gente faz isso, e sem se dar conta de que está incorrendo em algum crime.
Nem tanto ao mar nem tanto à terra. Há de se encontrar um meio termo que coíba a pirataria digital e o plágio, mas sem engessar a criatividade e a liberdade de expressão.
...
Olha um trecho da letra de “Amor e sexo”:
(...)

Sexo é imaginação
Fantasia
Amor é prosa
Sexo é poesia...
O amor nos torna
Patéticos
Sexo é uma selva
De epiléticos...



(...)

Lindo né!
(PS: em apoio à Lei este post não terá imagens ou video, mas poderia...)

Bom fimdesemana!
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sexta-feira, janeiro 13

Experimentando emoções diferentes

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Por: Gary S Chapman


...


Janeiro é mês de férias, tempo de se aproveitar lugares diferentes, se expor mais à natureza, ver o sol nascer, não da janela do apartamento ou do carro, mas de forma especial...experimentar emoções diferentes. Até ler poesia, por que não?

Ver nascer o sol em teus braços
By Tony

Nasce o sol e com ele a vida.
Revelam-se na água
Pela noite aquecida
Ardentes contornos
Na penumbra escondidos,
Desnudos de adornos
E de pudores despidos.

São minha e tua
As notívagas sombras
Que de pele nua
Já não se confundem
Sobre as ondas oscilam
E sob a espuma se fundem.

No espelho do mar
O sol já se via.
E o rubor da tua face
Qual brasa ardia
Ao ver-se no enlace
Que o bom Deus permitia:
Ver nascer o sol em meus braços
E eu, em teus olhos o dia.
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sábado, janeiro 7

Dia do Leitor

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Desde que o homem inventou uma maneira de registrar, representar seu pensamento, passou a existir também na história outro personagem: o leitor. Claro, se alguém escreve é porque supõe um possível leitor. E hoje (7 de janeiro)é dia dele: Dia do leitor.
No princípio eram apenas rabiscos rupestres, mas com a definição do código escrito o homem passou a escrever em tabletes de argila, em lajes de pedra, em madeira, em peles de animais, em papiro e por fim em papel. De lá para cá muito já se escreveu, nos mais diversos suportes do texto, afinal de contas já se passaram cerca de 5 mil anos da invenção da escrita.
Hoje o leitor tem à sua disposição outras mídias. A onda agora é o tablet. E o leitor, que adquiriu status de coautor, é peça importantíssima na reconstrução das idéias do escritor.
Nestas férias tenho aproveitado bastante esta condição de coautor de grandes obras e aproveito para indicar a leitura do livro Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil, do jornalista Leandro Narloch.
Na obra Leandro Narloch apresenta suas versões de vários episódios da nossa história. A obra é reveladora, engraçada e surpreendente. Vale a pena ler. Seja coautor!
Seja leitor!



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domingo, janeiro 1

Novos rumos

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Foto by: Lucidio Studio Inc

2012!

Depois da festa...

Dizia um camarada meio sonolento:
- Ano novo, vida nova. Agora somos a sexta economia do mundo; não tem pra ninguém!



O colega, que não bebeu tanto, acode:
- Acorda irmãozinho, a festa acabou. Isso é só estatística. Não leve muito a sério. Vamos voltar ao trabalho que tem muita sujeira pra gente limpar.
...
A “virada” é sempre um bom momento para um balanço geral, para rever projetos, descartar alguma ideia que não deu certo, tentar novas estratégias. A esperança é o sentimento mais presente neste momento. Assim, o Réveillon é também uma boa hora para dar um pouco de atenção às coisas do coração, buscando a realização de sonhos há muito acalentados: mudar, recomeçar, trocar, renovar, fortalecer laços, repensar o amor.

Classificados de Réveillon
By Tony

Troco
O champanhe francês do réveillon
Por qualquer programa que me distraia

Troco
O luxo do hotel a beira-mar
Por um guarda-sol em qualquer praia

Troco
A multidão anônima que me cerca
Para poder ouvir a tua voz

Doo
Todos os abraços e beijos fingidos
Para estar outra vez contigo a sós

Doo
Um coração amplo e vazio
Pouco usado, com forte batida

Troco
Por um amor incontido
Todos os meus projetos de vida

Troco
A estabilidade que conquistei
Pela chance de recomeçar, nada mais

Doo
Os bens que nenhum bem me fazem
Pra sentir o bem que você me faz.


***
Um próspero 2012!
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