Não é muito do meu feitio falar de política, mas vou arriscar o meu bigode.
A classe de políticos, militantes e simpatizantes adora alardear por aí as vantagens de uma democracia. É democracia pra lá, é democracia pra cá. Principalmente em época de eleições. Mas, todos sabemos que democracia plena é mera utopia. Ou você ainda acredita no chavão “o povo no poder”?
Uma das grandes conquista da democracia é sem dúvida o direito de voto. Mas, aqui prá nós, por trás do escudo de “voto secreto”, há muito tempo eu voto nulo. Teremos segundo turno. Não siga este mau exemplo!
Mas qualquer dia desse eu voto, quero exercer esse direito. Como um direito!
No dia em que eu não for mais obrigado a votar, gastarei uma parcela do meu precioso tempo pensando em quem mereceria meu voto;
Quando eu não mais for obrigado a assistir campanha política na minha TV, no horário nobre, e ainda pagar a conta, procurarei na mídia disponível os projetos de cada candidato e escolherei o que melhor se adequar à vocação política da minha cidade, estado ou país, e que tenha “ficha limpa”;
Quando nós não tivermos que pagar salários exorbitantes a políticos que votam um salário de miséria para professores e médicos e matam de fome o trabalhador com um salário mííííínimo, terei prazer de ir às urnas votar em alguém que se preocupe mais com a distribuição de renda;
Quando eu não for mais obrigado a aceitar analfabeto no poder, por conta de coligações, quociente eleitoral, ou outro artifício qualquer, escolherei um candidato que não me queira fazer de palhaço, nem seja um;
Quando eu não mais for obrigado a apertar o cinto enquanto eles se refestelam com meu dinheiro, elegerei um que administre melhor a arrecadação do país;
Quando eu não mais for obrigado a ir às urnas aos domingos, nas minhas horas de lazer, pensarei, durante a semana, no compromisso sério que é votar;
Quando os princípios democráticos não forem apenas bandeiras políticas de época de eleição, mas sim levados a sério, terei a satisfação de escolher um representante pra lutar pelos meus direitos.
Enquanto isso, só me resta protestar.
Quem fala o que quer ouve o que não quer. Proteste!