David De Lossy
Expectativas...
David De Lossy
Livre para amar
...
O homem, ao tornar-se “erectus”, deixou livre suas mãos para lutar e caçar; mais tarde, quando descobriu o fogo e passou a cozinhar a carne, liberou suas mandíbulas para sorrir; ao inventar a escrita o homem deixa de confiar apenas na memória e libera seu cérebro para raciocinar, podendo assim, criar, crescer e conhecer a si mesmo.
Quando o ser humano conseguir libertar-se de si mesmo, estará pronto para amar o próximo.
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Um grande Natal para todos. E que possamos estar juntos em 2012.
A grande mágica
Quem conta um conto...
Quando eu era criança pequena no reino do faz de contas, adorava ouvir estórias. Meu pai contava umas assustadoras! Mas as que eu mais gostava eram as estórias que minha vó contava. Eram aquelas clássicas: historias de príncipes e princesas, de cavaleiros, de lobisomem, de lobo-mau, de mula-sem-cabeça e até de alma penada. Logo cedo me acostumei com o termo “estória de trancoso”. Sem me preocupar com a estranheza do termo, sabia que aquilo significava ouvir muitas narrativas super interessantes e às vezes arrepiantes. O povo sempre contou suas estórias, lendas e fábulas.
Muitos anos mais tarde, passei a me preocupar com outro aspecto das “estória de trancoso”, o nome. Por que “estória de trancoso”? Por que não fabulas, estória de fantasmas, de assombração ou outro nome qualquer?
Com base no maior contador de estórias da modernidade, a Internet, o termo vem da tradição portuguesa das narrativas populares, que inicialmente eram baseadas nas estórias de Gonçalo Fernandes Trancoso, talvez o primeiro contista português. Daí, HIstórias de Trancoso.
“Gonçalo Fernandes Trancoso nasceu em Trancoso – Portugal, na segunda década do século XVI e faleceu em 1596. Terá sido professor de Humanidades. Vivia em Lisboa quando a cidade foi assolada pela peste em 1569. Escreveu Contos e Histórias de Proveito e Exemplo (1575). As suas histórias comungam em certa medida da tradição de Chaucer e Boccaccio. É um dos primeiros contistas portugueses. A sua obra teve grande sucesso, sofrendo múltiplas reimpressões até ao século XVIII.” (Disponível em: http://alfarrabio.di.uminho.pt/vercial/trancoso.htm)
Em qualquer lugar do mundo o povo conta e reconta suas estórias.
A gente escuta, a gente conta. Conte uma.
Bom final de semana!
Um homem, um vira-latas
Deitados na calçada, a cerca de 30 metros de uma igreja protestante, estavam um homem e seu vira-latas. Na verdade, deitado estava o cachorro; o homem estava caído! Até ai nada de anormal para o cenário urbano. O individuo, ou que restou dele, estava em trapos, caído, todo ralado. Mas seu fiel amigo não o abandonara. Cheguei mais perto para ver qual a real situação. Primeiro, fiz amizade com o cão, que, zeloso, acompanhava cada movimento meu. Passei então a verificar o estado do cara, que embora tentasse responder as minhas perguntas, não conseguia pronunciar uma palavra sequer. Tinha todo jeito de estar alcoolizado. Como o sol já estava alto e lhe queimava o rosto, puxei-o para a sombra. Em curto prazo, não havia muito o que fazer. O álcool precisará de um tempo para sair do sangue. Aí, quando ele acordar, o cão o levará para casa.
Já retomava meu caminho, quando percebi que o culto ao lado acabara, e que membros da igreja, começavam a sair, cheios do Espírito de Deus.
- A paz do Senhor.
- Vai com Deus irmão. E etc. e tal.
Foi quando notei que ao avistarem o homem caído, ao lado do vira-latas, a maioria das pessoas ao sair da igreja mudava de calçada. Aqueles que passavam perto, fingiam não ver nada de errado. Se ao invés de um homem e um cão fossem dois vira-latas creio que reagiriam da mesma forma. Olhariam com a mesma indiferença.
Segui para casa desfiando algumas questões:
O que buscamos na igreja? Por que o discurso religioso não se aplica fora do templo? Aquele que tem Deus no coração pode olhar um homem caído na rua e um cão sarnento com a mesma indiferença?
Esse olhar sobre o semelhante está se tornando “comum”. Isso é preocupante!
Falando do mês de Dezembro, Natal, Dia Mundial de Combate à Aids
Ser eu mesmo
Estação do amor
A este cenário, o autor dos mais belos versos de amor não poderia se furtar. Este é um soneto camoniano dedicado à estação dos amantes.
XXVIII
Está-se a Primavera trasladando
Em vossa vista deleitosa e honesta;
Nas belas faces, e na boca e testa,
Cecéns, rosas, e cravos debuxando.
Natura quanto pode manifesta,
Que o monte, o campo, o rio, e a floresta,
Se estão de vós, Senhora, namorando.
Possa colher o fruto destas flores,
Perderão toda a graça os vossos olhos.
Que semeasse o Amor em vós amores,
Se vossa condição produz abrolhos.
(Camões. Rimas, 1595)
Alfabetizar hoje
Para a UNESCO, uma pessoa é analfabeta quando não consegue ler ou escrever uma pequena frase. "A alfabetização é mais, muito mais, que ler e escrever. É a habilidade de ler o mundo, é a habilidade de continuar aprendendo e é a chave da porta do conhecimento", dizia o grande pedagogo brasileiro Paulo Freire.
Hoje, 14 de novembro, comemora-se no Brasil (ou enforca-se) o Dia Nacional da Alfabetização, instituído pelo decreto 59.452, de 3/11/1966, assinado pelo presidente Castello Branco. A alfabetização é ferramenta fundamental para que o indivíduo possa exercer sua cidadania, e a Constituição Federal brasileira de 1988 oferece o dispositivo legal para isto, no artigo 205: "a educação, direito de todos e dever do Estado...”.
A sociedade moderna vive, no entanto, um momento de mudança de paradigmas. A família, célula mater da sociedade, sofre uma releitura de seus conceitos, e com isso, estabelece novos padrões de comportamento dos indivíduos e da educação que eles necessitarão. O modelo vovô, vovó, papai, mamãe e as crianças está em extinção. Chega de “vovó viu a uva”.
A evolução da tecnologia, por outro lado, exige novos métodos de alfabetização; fala-se em abandonar os métodos tradicionais do lápis e papel, tintas e massinhas e o treino de caligrafia. O alfabetizando ensaiará seus primeiros passos, ou suas primeiras tecladas, num computador ou num Tablet.
O modelo professor sabe-tudo e aluno simples aprendiz, também cai por terra. O grande provedor de conhecimento é hoje a WWW, o professor é apenas mediador, articulador de mídias digitais, orientador de estudos, e o aluno já traz de berço a ferramenta tecnológica.
Alfabetizar continua sendo uma missão sublime, importantíssima! Mas, ser alfabetizado hoje é sem duvida, muito mais, que assinar o próprio nome e ler e escrever algumas frases. O conceito de alfabetização também precisa ser revisto com urgência.
Bahia e a poesia contemporânea
O jornalista baiano Valdeck Almeida de Jesus lança “30 anos de poesias" na livraria Martins Fontes da Avenida Paulista, dia 11 de novembro, às 18 horas e “Memórias do Inferno Brasileiro” em Ribeirão Preto, durante o congresso da União Brasileira de Escritores. O encontro acontece de 12 a 15 de novembro, com debates, mesas redondas, seminários, oficinas literárias, lançamentos de livros etc. O livro de memórias será lançado dia 13, às 17 horas. Dentre outras atividades, Valdeck fará a leitura de um poema em homenagem a Damário da Cruz, poeta da Bahia, falecido em 21 de maio de 2010.
O livro “30 anos de poesias” reúne obras literárias escritas dos 12 aos 42 anos do poeta jequieense, além de textos de outras épocas.
A Livraria Martins Fontes Paulista fica na Avenida Paulista, 509 - São Paulo-SP - (11) 2167-9900
Poesia: ler & escrever
Fiz um poema mudo;
Vi na poesia arte,
Vi na arte tudo.
Li o poema concreto,
Fiz um poema discreto;
Fiz poesia por amar-te,
Nunca a fiz por decreto.
Li a poesia formal,
Fiz um poema sem sal;
Vi poesia em toda parte,
Li poesia visceral.
Li o poema da criação,
Li poemas por pura paixão;
Vi que poesia faz parte,
Das coisas do coração.
...
Boa semana a todos!
Halloween: os nossos fantasmas
A gente passa a vida fugindo de fantasmas, escondendo esqueletos nos armários, e tentando levar a vida numa boa. Só que, adiando a solução de problemas, evitando obstáculos, fugindo de compromissos.
Mas um belo dia quando tudo parece ir muito bem, você abre o armário e cai tudo sobre a sua cabeça. Desde a marmota mais antiga até aquelazinha que você escondeu ontem.
É certo que existem problemas insolúveis, fantasmas dos grandes, estes a gente tem que aprender a conviver com eles. Mas, quanto aos outros, não adianta esconder, deixar para amanhã ou fingir-se de morto. Mais cedo ou mais tarde você vai ter que encará-los. Então os fantasmas serão mais feios. Pois bem! Não deixa para amanhã; prepare as suas abóboras, espante seus fantasmas hoje mesmo!
UM DIA ESPECIAL
Aniversários
Conte sua vida pelos sorrisos, não pelas lágrimas. Conte sua idade pelo seus amigos e não pelos seus anos (anônimo).
Comece a vida de imediato e conte cada dia em separado, como se cada um fosse uma vida (Sêneca).
Os aniversários são bons para a saúde. Está cientificamente comprovado que aqueles que tiveram muitos vivem mais (Larry Lorenzoni).
A vantagem de ter oitenta anos é que a gente pôde amar muita gente (Jean Renoir).
É preciso continuar levantando cedo para esperar diariamente a vida (Jaime Sabines).
Aquele que deixa de aprender é um velho, tenha vinte ou oitenta anos. Aquele que continua aprendendo mantém-se sempre jovem (Henry Ford).
Nunca guarde nada para uma ocasião especial: cada dia que você vive é uma ocasião especial (anônimo).
Parabens prá você...!
Voar: sonho de poeta
Dedico o post de hoje aos profissionais que tornam realidade um dos mais belos e mais antigos sonhos da humanidade. O sonho de voar como os pássaros. Santos Dumont desde criancinha já dizia "Homem vôa!", e o mineirinho estava certo.
Nunca saí batendo asas por ai, mas é muito bom poder apreciar o dom de voar mesmo que como passageiro. Parabens a todos os aviadores!
Para uma homenagem tão meracida como esta, vou usar palavras emprestadas, de Augusto dos Anjos, em seu soneto A aeronave:
A Aeronave
Augusto dos Anjos
Cindindo a vastidão do Azul profundo,
Sulcando o espaço, devassando a terra,
A aeronave que um mistério encerra
Vai pelo espaço acompanhando o mundo.
...
E na esteira sem fim da azúlea esfera
Ei-la embalada n’amplidão dos ares,
Fitando o abismo sepulcral dos mares,
Vencendo o azul que ante si s’erguera.
...
Voa, se eleva em busca do infinito,
É como um despertar de estranho mito,
Auroreando a humana consciência.
...
Cheia da luz do cintilar de um astro,
Deixa ver na fulgência do seu rastro
A trajetória augusta da Ciência.
...
Parabens a todos os aviadores, parabens sonhadores!!
Escrever: fim do prazer?
Assusta a velocidade de evolução das tecnologias que nos cercam e a maneira como elas afetam nosso modo de vida. Um claro exemplo disto é a questão da leitura e escrita. Quando o homem desenvolveu o alfabeto, escrevia-se em tabletes de argila ou em placas de pedra. Hoje, já superamos esta fase há muito, até já saímos do papel. Temos agora o texto digital: Word, PDF, etc. A onda mais moderna é o hipertexto e os Pad para leitura. Daí por diante os avanços são imprevisíveis.
O que muito me preocupa é a forma como tudo isto chega às salas de aula, principalmente em países como o nosso que adora copiar as coisas lá de fora – uma “antropofagia” inconseqüente.
Veja aonde quero chegar: o computador já está nas salas de aula, mas ainda não mostrou a que veio. As metodologias e os programas não se adaptaram a ele, quiçá os professores. Há uma onda nos Estados Unidos, e que não tarda em chegar por aqui, que é no mínimo polêmica. Alguns Estados americanos, como Indiana, por exemplo, estão abolindo do currículo escolar a obrigatoriedade do ensino da escrita à mão; os alunos já deverão aprender a escrever direto no computador.
Creio que as duas ferramentas terão que conviver por muito tempo. O processo de interação entre o cérebro e o teclado não é o mesmo que ocorre com o papel através da caneta ou do lápis. Os processos psicomotores que são ativados no ato da escrita a mão são riquíssimos e complexos. Não se limitam apenas a codificação ou decodificação do código escrito, como acontece no ato mecânico de escolher teclas no teclado de um computador. O desenvolvimento psicomotor e a própria coordenação motora estão intimamente interligados ao processo de aprendizagem da escrita, no desenvolvimento da caligrafia. Sem falar no prazer de ver a criança escrever as primeiras palavras...impagável! Não podemos pular esta etapa do processo de aprendizagem!
Socorram-me pedagogos, psicólogos e demais especialistas de plantão! Pode?
Alguém sabe que dia é hoje?
Quem disse dia da Criança acertou. Mas se alguém arriscou dia de Nossa Senhora Aparecida também está certo (aliás, hoje é feriado nacional por conta disso). E se alguém se lembrar do Descobrimento da América também marca ponto! Ah, e dia 15 é Dia do Professor, não esqueçam!
Pena que ninguém se lembrou de outra comemoração igualmente importante nesta data ! Hoje se comemora também o DIA NACIONAL DA LEITURA!
Desde 2009, 12 de outubro foi instituído, pelo então presidente Lula, como o DIA NACIONAL DA LEITURA. De acordo com a Lei nº 11.899, o dia da Leitura e também a Semana Nacional da Leitura e da Literatura serão comemorados em 12 de outubro. Grande iniciativa. Mas, você viu alguma roda de leitura por aí? Nem eu. A maioria das escolas estará fechada (recesso) no período de 12 a 14 de outubro justamente na “semana da leitura”.
Tudo bem que todo mundo precisa de uns dias de descanso, afinal somos todos filhos de Deus (ou de Nossa Senhora Aparecida), mas, a verdade é que não se fazem leitores por decreto, e sim com ações; com bibliotecas abertas, com eventos culturais, com feiras de livros e com profissionais empenhados na formação de novos leitores e no incentivo aqueles que já descobriram o prazer da leitura. Nosso Ex-ilustre molusco não poderia ter decretado outra data!?
Não deixe que o DIA NACIONAL DA LEITURA seja apenas mais uma lei, uma folha em branco! No dia da criança agregue ao brinquedo um presente eterno: doe um livro, leia uma estória para uma criança. Afinal, livro pode não ser brinquedo, mas pode ser igualmente lúdico.
Sobre fazer poesia
Muito já se falou sobre a arte ou o dom de fazer poesia. A arte de escrever versos atrai a atenção de críticos, admiradores e dos próprios poetas desde a Antiguidade. O que se tem dito sobre ela é também muito poético. Vamos ver algumas preciosidades:
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“Os poemas são pássaros que chegam
Não se sebe de onde e pousam
No livro que lês.” (Mário Quintana)
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“O poeta é um fingidor
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.”(Fernando Pessoa, português)
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“O poeta é um motor de alta freqüência espiritual, é quem da vida a quem não a tem; cada palavra, cada frase adquire em sua garganta uma vida própria e nova, e vai aninhar-se palpitante de calor na alma do leitor”. (Vicente Huidobro, chileno)
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“A este ofício me obrigam as dores alheias,
As lágrimas, os lenços acenando na chegada,
As promessas em meio ao outono ou ao fogo,
Os beijos do reencontro, os beijos de adeus,
Tudo me obriga a trabalhar com as palavras,
Com o sangue.”(Juán Gelman, argentino)
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“Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos”. (Carlos Drummond)
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“Elabora o poema como
a fruta elabora os gomos,
a fruta elabora o suco,
a fruta elabora a casca,
elabora a cor e sobretudo
elabora a semente.” (Mauro Mota)
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“Lutar com palavras
é a luta mais vã.
Entanto lutamos
Mal rompe a manhã.” (Carlos Drummond)
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Enfim, poesia é arte, é ofício, é paixão!
Bom fim de semana!
"Mea culpa"
Mas antes de ser um Blog nós somos seres humanos (não-virtuais), e como tal, nossas necessidades não se resolvem com tecladas rápidas nem com um simples click de mouse.
Vivo um momento rico (não encontrei palavra melhor) que exige todas as 24 horas da minha vida e demanda as minhas energias. E creio que a Lu também vive um momento profissional que lhe impede de dar mais atenção à sua "criança".
Nãããooo! Não é uma carta de despedidas! Mas apenas um pedido de desculpas, e para deixar claro que a blogagem continua, pois sei que aqueles que passaram a nos seguir sabem que ando um pouco ausente.
Dou a mão à palmatória (virtual), mas sejam piedosos, não pequei por querer!
Agradeço a todos aqueles que continuam fiéis apesar da nossa ausência temporária.
Afinal ...a gente se torna responsável pelos leitores que cativa.
Um abraço a todos e boa semana!
Há vida no olhar!
A gente houve muita estória de luta e superação, mas esta... faltam-me palavras para comentar. O caso já não é novidade, talvez você já tenha ouvido falar, mas ainda me emociona.
Como pode alguém que não move um dedo, escrever, e ainda por cima, ter animo e inspiração para escrever poesias! É o caso da advogada Leide Moreira, 63 anos, que escreve com o olhar. Já ouviram falar? Seu caso já foi tema de reportagem no SBT
Desde 2005, Leide sofre de Esclerose Lateral Amiotrófica, Síndrome de E.L.A, doença degenerativa do Sistema Nervoso, caracterizada por paralisia motora progressiva incapacitante, ainda sem cura.
Em dezembro de 2006, a poetisa lançou seu primeiro livro, “Letras da Minha Emoção”, em 2008, lançou o segundo livro “Poesias para me sentir viva”.
Leide escrever poesias e se dedica a um projeto de documentário sobre sua poesia enquanto luta pela vida e aguarda avanços na medicina. Visite seu site
Dia dos Amantes
1-Que ama alguém.
2. Que está apaixonado por alguma coisa.
3. Pessoa que ama alguém.
4. Namorado ou namorada.
5. Pessoa que mantém relações ilícitas com pessoa de outro sexo.
6. [Marinha] Cabo grosso para içar parte do aparelho náutico.
7. Corrente de ferro na ostaga da gávea alta.
Fonte: Priberam)
Todos temos amores, sempre ouvimos falar que alguém é amante da natureza, da boa cozinha, dos livros. Mas quando se fala em amante lembramos logo de relações ilícitas... Quem em algum momento da sua vida não teve ou ao menos pensou em ter um amante. Quem já teve sabe a loucura que é, a adrenalina correndo pelas veias a cada encontro. O medo de ser descoberto... na grande maioria das vezes são relacionamentos que nunca saem desse patamar, geralmente depois de um tempo a adrenalina diminui, o fogo da paixão arrefece, e o romance acaba....
Como amante significa amar alguém, a data vale para os que se amam de verdade. Se esse é o seu caso, aproveite o dia de hoje para reforçar esse sentimento cuidando do alvo do seu amor, criando um clima propício para a sedução do mesmo....
...e a Bienal heim!
Bom final de semana a todos!
Centenário do Theatro Municipal de São Paulo
Com projeto de Cláudio Rossi, desenhos de Domiziano Rossi e construção pelo Escritório Técnico de Ramos de Azevedo, as obras foram iniciadas em 1903 e finalizadas em 1911.O projeto foi inspirado na ópera de Paris. Já recebeu grandes artistas, balés como o Kirov, também foi no palco do Municipal que aconteceu a Semana de Arte Moderna de 1922, movimento que promoveu grande transformação cultural no país.
O Teatro passou por uma grande reforma, para a comemoração do centenário. Atualmente o Municipal abriga a Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo, o Ballet da cidade de São Paulo, a Orquestra Experimental de Repertório, o Coral Paulistano e Coral Lírico.
O Teatro é belíssimo , verdadeiro cartão postal de São Paulo. Veja belas imagens do Theatro aqui
Fatídico dia de setembro
O atentado terrorista de onze de setembro de 2001 nos fez perceber, a duras penas, alguns dos aspectos negativos de um mundo globalizado, que a maioria das pessoas ainda teima em não enxergar. Um deles é o fato de que apelos à ética, à moral, à ordem e ao respeito ao direito do outro, assim como, medidas preventivas de segurança só funcionam para impor restrições a pessoas idôneas.
O terror ainda é o tipo de violência mais perverso e sujo que se pode enfrentar, ou melhor, que não se pode enfrentar, pelo menos com apelos desse gênero. Suas características mais marcantes são o anonimato e a vocação suicida de seus agentes. Sacrificam a própria vida pela “missão”. Nestas condições, nenhuma estrutura social, quer seja física, administrativa ou política, por mais sólida que pareça, jamais estará livre dos tentáculos do mal.
Dez anos se passaram e as imagens do atentado às torres gêmeas ainda chocam, ainda são muito fortes em nossa memória. Muitos americanos que sofreram de perto aquela violência desmedida e sobreviveram ainda padecem dos efeitos físicos e psicológicos da funesta missão. Tamanha catástrofe solidarizou o mundo.
O saldo lastimoso do atentado fez do onze de setembro um dia para reflexões, um dia para se pensar que nenhuma estrutura é inexpugnável e que o inimigo, o terror, usará sempre dos meios mais baixos, mais vis para atingir seu objetivo, se é que existe algum. Na verdade o terror não tem objetivos, tem alvos.
Meu onze de setembro será sempre um dia de quebrantamento. Além de lamentar a inestimável perda de mais de três mil vidas, a lembrança daquele dia nos faz ver, hoje, que de todas as perdas, a maior perda foi moral e emocional. A sala de estar da maior potencia mundial foi violada. Caiu por terra a imagem de fortaleza inexpugnável, superpotência inabalável, e com ela a falsa sensação de segurança que se tinha anteriormente. Quando nos cercávamos das precauções supostamente suficientes e nos sentíamos seguros era porque não conhecíamos o real potencial e a ousadia do inimigo. O homem se descobre impotente diante do terror, enquanto a pergunta “Qual será o próximo alvo?” permanece sem resposta.
Com o pesar que o dia enseja, lembro oportunamente esta antiga frase: “Uma cerca só impede a passagem de pessoas honestas”.
A obra Fatídico dia de setembro de Tony foi licenciada com uma Licença Creative Commons - Atribuição - Uso Não Comercial - Obras Derivadas Proibidas 3.0 Não Adaptada.
Vista da cidade
A vida na urbe, sinto,
É solitária e sem horizontes;
É como estar num labirinto
Perdido com pessoas aos montes.
As ruas são retilíneas,
Sombrias, quase sem graça;
Viçosas cercas vivas como as minhas
Aqui só se encontram na praça.
A vida da gente é o interior
O horizonte é firme, bem definido!
A terra emana especial calor.
O caminho é sinuoso, porém florido.
Ao amanhecer, o que mais conta
E vem sempre em primeiro lugar
É a luz que do sol desponta,
Não as sombras que ele possa formar.
Começou ontem (01-09-11) no Rio de Janeiro - Riocentro - a XV Bienal do Livro. O evento vai até domingo dia 11, uma oportunidade imperdivel para leitores, escritores, editores, professores, alunos, para todos enfim. É um momento muito propício para a formação de novos leitores. Vá e leve a garotada para tomar essa vacina!
Ah, aquele cheirinho de livros novos!
Ô vício benigno!
Bom fim de semana a todos e boas leituras.
Fabiana Murer: campeã mundial do salto com vara
Fabiana Murer com um salto de 4,85, se tornou campeã mundial do salto com vara, no último dia 30. O fato é inédito na história do atletismo brasileiro.
Até pouco tempo Yelena Isinbayeva, atleta da Rússia era certeza de primeiro lugar , para as outras atletas restavam as disputas de segundo e terceiro lugares, mas Yelena esteve afastada das competições por um ano e ainda não recuperou o melhor da sua forma, com isso Fabiana que já tinha sido campeã indoor em Doha,no ano passado, confirmou o título em Daegu ,na Corea do Sul no Mundial ao ar livre.
Fabiana conquistou sua melhor marca em 4 de junho de 2010, com 4,85 metros, que também é o recorde sul-americano da prova, e foi igualada nesta terça-feira.
Do caos à obra ao caos
Encheu Ele de vida todo o planeta água, e, por fim, colocou lá o bicho homem. Um pobre mortal, no meio da obra prima, (isto não vai dar certo!). Sobre as poucas porções de terra firme, um paraíso até então, colocou Deus as míseras criaturas humanas, que, maravilhados com as delícias do paraíso, tem agido meramente como hóspedes mal educados, explorando e deixando a sujeira para trás.
Agindo assim, já levaram o Criador a introduzir muitas mudanças em Seus planos para o velho mundo, ex-paraíso. Já foi preciso inundar tudo uma vez e até botar fogo em algumas cidades; já confundiu a língua dos povos, já os cobriu de pragas e bênçãos, mas a verdade é que isto aqui nunca mais teve cara de paraíso.
Vendo tudo por outro ângulo, se o próprio autor, engenheiro e construtor da obra, não ficou satisfeito com o resultado, por que o homem-hóspede deveria estar? Sua vida é uma (mera) experiência, árdua. Sobretudo, um desafio mortal que lhe prega peças a cada dia. Um verdadeiro reality show. É preciso adaptar-se a cada volta que a Obra dá.
Diariamente, na ilusão de dias melhores, todos fazemos alguma mudança no mundinho que nos cerca, ajustando aqui e ali, adaptando o que é possível. Plantamos uma árvore, onde antes havia centenas delas; trocamos a companheira que Ele nos deu – talvez a costela fosse “defeituosa”; mudamos de emprego pra ver se o salário também muda. Mudamos de endereço ou, se isso não for possível, simplesmente mudamos os móveis de lugar. Mudamos de comportamento ou, o que é mais prático, mudamos de relacionamentos; é mais fácil procurar pessoas que se ajustem à nossa maneira de viver do que mudar essa cabeça dura. Com isso a vida vai passando e sentimos a falsa sensação do dever cumprido, a aparente sensação de ter feito a nossa parte. É a ilusão do novo, a esperança de tempos melhores. Mas nada, nunca está bom. Aí tentamos de novo para ver se melhora.
Buscamos soluções na lua, em Marte, no espaço infinito, enquanto há ainda tanta coisa por descobrir e por fazer ao nosso lado. Nesta eterna busca da satisfação pessoal criamos maquinas para tudo: máquinas de fazer fumaça; fumaça que mata homens, plantas e animais. Aí criamos outras maquinas para eliminar a fumaça. Com a criação de gado e as grandes plantações de soja, milho e cana-de-açúcar acabamos com as florestas; as grandes cidades transformam os rios em canais de esgotos, que juntamente com os lixões, produzem gases que contaminam a terra. Estragamos a água, outrora cristalina, transformamos florestas em desertos. Depois de toda essa “fumaça”, agora queremos vender a fumaça que não fizemos ou comprar o direito de fazer a fumaça que queremos. É a desconstrução da Obra. Dá para entender?
O homem ainda não encontrou um jeito de viver sem deixar suas pegadas nocivas. Caminha de volta ao Caos num processo aparentemente sem volta. Só mesmo uma nova intervenção do Criador!
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A obra Do caos à obra ao caos de Tony foi licenciada com uma Licença Creative Commons - Atribuição - Uso Não Comercial - Obras Derivadas Proibidas 3.0 Não Adaptada.
Com base na obra disponível em vozativa2.blogspot.com.
Tempo de poesia
Houve um tempo
Em que internet não havia;
Houve um tempo
Em que televisão não se assistia;
Houve um tempo
Em que ao shopping não se ia;
Houve um tempo
Em que rádio não se ouvia;
Houve um tempo
Em que nem mesmo se escrevia;
Mas, através dos tempos,
Sempre houve poesia!
Livros a mão cheia!
De 01 a 11 de setembro estará no Riocentro, Rio de Janeiro a Bienal do Livro 2011
No evento estará sendo lançada a coletanea de poesias do Concurso Literário Valdeck Almeida. Tony é um dos autores publicados.
Cumplicidade
by Tony
Temos
De quatro paredes
A discrição,
Do tempo a imposição,
Um do outro a cumplicidade.
Guardo
Dos bons momentos
As delícias,
De tuas mãos as carícias,
Do que vivemos a saudade!
Quero
Ao amanhecer
Em teus braços acordar
Aqui, em qualquer lugar,
E de teus beijos saciar a vontade!
Chegando ao céu
Primeiro, por que já não tenho plena segurança de quem sou. E, se me perguntarem de onde venho, aí a coisa complica! Então, eu é que farei um monte de perguntas ao Recepcionista de plantão, para que posteriormente possa tentar responder a questões tão perturbadoras como estas para um reles mortal.
Quem sou eu?
Sou fruto ou semente, sou único ou apenas mais um? Sou o pó ou a obra? Sou a carne que me carrega ou o espírito que ela conduz?
De onde venho?
Depois de toda aquela existência terrena, deveria eu dizer que o lugar de onde venho é por ventura a desconhecida cidadezinha onde nasci? Não seria, por direito, o fatídico lugar onde acabei os meus dias? Ou, quem sabe, mais acertadamente, o lugar onde meu coração escolheu ficar? Venho de onde a vida tudo me deu, ou venho da terra que me negou teto e um amor não me concedeu?
Sou filho da terra que aceitou meu suor por um naco de pão, ou daquela que me deu por leito um pedaço de chão?
Findo o meu inquérito, com mais duas ou três perguntas pessoais, diria que venho do mais íntimo de mim, e que, na busca pelo paraíso de leite e mel, ali me encontro porque me disseram que “ali é o céu”. Portando, ao me perguntarem o porquê de estar ali, confirmaria que apenas por um precoce engano teria sido levado até aquele lugar. Mas, que tendo acesso à lista de convidados, talvez me atraísse ficar. Pois, a considerar pela vida terrena que conheci tão pouco, saber quem vai te acompanhar pelo resto da “vida” conta muito no final das contas. Por outro lado, caso não me apeteça permanecer, agradeceria imensamente que me informassem o caminho de volta.
Alguém conhece a saída?
INTERNETÊS
Tudo que é novo desperta uma certa resistência inicial. Às vezes até certa aversão. É o instinto de autodefesa. Mas, após um tempo de conflito e detida análise, acabamos por perceber que tudo não passava de puro preconceito, e, baixamos a guarda.
Veja por exemplo o caso da linguagem abreviada que é usada na internet e celular, principalmente por parte dos jovens, o tal do Internetês. Nos chats, fóruns, e-mails, SMS, etc., ninguém escreve mais Português. Embora já se tenha debatido bastante o assunto, muitos pais e professores ainda se descabelam com esta prática. Isto porque o código está indo parar nas redações escolares. Talvez até de forma involuntária.
O vocabulário é vasto. A mensagem abaixo é um pequeno recorte da linguagem que se pratica nos chats:
- Vc naum recebeu mha msg?
- ñ resp pq.?
- naum tow intndndu nd.
- Tbm naum. Xau Bjo
Tudo bem que isso não é a língua padrão, mas, quem ainda se assusta com esse tipo de redação está esquecendo que a língua padrão é apenas uma das variantes da língua Portuguesa, embora seja a variante privilegiada. Mas a língua Portuguesa está viva!
Existe por aí uma infinidade de códigos que usamos e que passam despercebidas, sem o mesmo alarde. Lembra do famoso (saudoso) telegrama? O telegrama é uma mensagem codificada que foi muito usada pelos Correios e ainda tem suas aplicações. Por uma questão de economia de espaço e dinheiro, pois se pagava por palavra, não havia saudações nem fecho, e não se escrevia preposições ou conjunções. O texto tinha que ser todo em maiúsculas e não se usava acentuação nem sinais de pontuação. Portanto, palavras como ATÉ, LÃ, eram escritas ATEH, LAN. Nomes de pessoas e lugares e formas de tratamento costumavam ser aglutinados para formar uma só palavra: VOSSENHORIA (Vossa Senhoria) AVCHILE (Av. Chile), SANDRALIMA (Sandra Lima). O texto poderia ser mais ou menos assim:
CONVIDAMOS VOSSENHORIA COMPARECER AVCHILE 824 VG ATEH 120911 PT FALAR SANDRALIMA PT SDS PT
(Convidamos vossa senhoria a comparecer à Avenida Chile, № 824, até dia 12 de setembro de 2011. Falar com Sandra Lima. Saudações.)
Outro exemplo destes códigos exóticos é o usado em órgãos públicos, principalmente no meio militar, as chamadas Mensagens Rádio. Poderiamos ter uma mensagem assim:
SOL VEX POSSIBILIDADE ENC REL MIL PROMOVIDOS VIA MSG RD AA ESTA OM URGENTE PT
(Solicitamos a vossa excelência a possibilidade de enviar a relação dos militares promovidos via Mensagens Rádio a esta Organização militar com urgência.)
Estes são apenas dois dentre muitos exemplos, onde a motivação era uma questão de economia de espaço e dinheiro. No caso do Iternetês a questão é de tempo, velocidade da informação. Pois, trata-se de conversa em tempo real. Portanto, sem fazer apologia, a linguagem dos chats é apenas mais um código o qual temos que dominar, contextualizar e ter ciência das suas limitações, como qualquer outro código. Mas nada que se deva taxar de “errado” ou “abominável”.
Visitas durante a leitura
Como tenho feito nos domingos de sol ultimamente, desde que não seja um feriadão tumultuado, vou caminhar pela praia e paro em algum lugar agradável para ler um bom livro ou o jornal.
Naquela ocasião, após uma boa caminhada sob o sol ameno de junho, sentei-me nas pedras da encosta da Boa Viagem, em Niterói. Nos primeiros minutos, fiquei a apreciar a brisa e as arengas matutinas do rochedo com o mar. Vendo que aquele embate não tinha hora para acabar, engatei na leitura. Lia Descartes naquele dia, mais precisamente os textos em que o filósofo busca provar a existência de Deus. Não havia paisagem melhor para servir de pano de fundo e contextualizar a leitura.
O texto fluía, quando, depois de umas duas dezenas de páginas, um movimento diferente na água turva da Baia de Guanabara me chamou a atenção. Não era uma onda quebrando, nem a espuma branca que ela deixa debruando as pedras e deixando-as rendadas de espuma. De inicio não levantei a vista, pensei que fosse um pneu velho ou outro lixo qualquer. Mas fiquei ligado. Tentei prosseguir na leitura. No entanto, logo em seguida o movimento se repetiu. Marquei a página com um marcador muito especial, que havia ganhado de uma amiga, quando estivemos no Museu da Língua Portuguesa em São Paulo, e fiquei a vigiar o que por ventura fosse.
Não demorou muito e a coisa se repetiu. Desta vez eu vi. Era uma tartaruga marinha enorme que resolveu passear por ali e me brindar com sua visita. Devia ter pelo menos uns setenta centímetros de casco, marrom, esverdeado. E, pela movimentação, constatei que eram pelo menos duas delas. Há alguns anos a gente via até golfinhos bailando sobre as águas da baía, mas estas aparições tem se tornado muito raras com a poluição. Contudo, é muito bom perceber que nem tudo está perdido. Ainda há muita vida sob estas águas.
A natureza é mesmo muito pródiga. Até esqueci-me da leitura... Será mesmo necessário tanto Método para provar que Deus existe!
Abraços.
Colhendo poesia
Abrindo caminhos
Dizia o escritor espanhol Antonio Machado que os caminhos não existem, nós os construímos ao caminhar. Isto é bem verdade. Basta um primeiro passo para começarmos uma nova jornada, por maior que pareça. E também, para darmos uma guinada na vida precisa haver este primeiro passo.
Contudo, com a mesma facilidade com que podemos abrir nossos caminhos, também criamos barreiras, obstáculos para nós mesmos. Aos poucos construímos cercas ou grades intangíveis que vão nos aprisionando em nosso próprio mundinho particular. Assim, não conseguimos estender muito os nossos caminhos. Não conseguimos ir além dos horizontes artificiais que impomos a nós mesmos. É claro que falo de barreiras invisíveis, ou seja, barreiras psicológicas, morais, religiosas, éticas, etc. In suma, limites fundados sobre princípios que muitas vezes até já perderam a validade neste mundo moderno em que vivemos.
Assim, para que possamos dar o primeiro passo e abrir caminhos, como disse Machado, é preciso que antes de tudo tomemos coragem para romper com as barreiras, com as travas que nós nos colocamos e que nos impede de sair da inércia.
A comodidade e o conforto, sonhos de consumo, podem muitas vezes desencadear o mêdo do novo, o receio de viver desafios, de correr riscos. Assim não se abre caminhos. Viver impõe riscos.
Está na hora de revermos os nossos limites!
António Machado (1875-1939).
Caminante, son tus huellas
el camino, y nada más;
caminante, no hay camino,
se hace camino al andar.
Al andar se hace camino,
y al volver la vista atrás
se ve la senda que nunca
se ha de volver a pisar.
Caminante, no hay camino,
sino estelas en la mar.
O poema faz parte de um conjunto de provérbios e cantares.
Coração menino!
Levei meu coração para tomar banho de sol. Ver algo além das grades frias cerceadoras a que se acostumara. Dava gosto de ver tanta alegria! Parecia criança quando desce para o play.
Ao ver-se na luz, naquele espaço infinito, junto a seus pares, correu, pulou, acelerou, fez amizades, brincou com tudo e com todos. Por algumas horas até se esqueceria da sua condição de detento.
Como criança, divertiu-se sem cerimônia. Brincou com brinquedos que não lhe pertenciam, provou nacos do lanche dos coleguinhas, balançou, caiu, levantou, lambuzou-se. Enfim, ali foi criança enquanto pode.
Mas, aquela alegria tinha hora certa para acabar. Na hora de voltar para casa, quem disse que ele se conformava! Todos os amiguinhos já haviam se recolhido, exceto um coração de menina que também insistia em ficar. Aquele coração menino, que experimentava o dom de voar, via então as grades do tempo se fecharem sobre si.
Caía a noite, seu tempo expirava. Foi de cortar coração ter que conduzi-lo de volta.
Ah, coração... me perdoa!?
Um estranho no paraiso
Para quem vai pela estrada (Rio-Santos), que serpenteia entre o mar e as montanhas, é possível apreciar lindas enseadas, muitas ilhas e pequenas praias paradisíacas. Infelizmente, nem tudo nesta visão do paraíso agrada aos olhos mais atentos.
Mais ou menos pela metade da viagem, no município de Angra dos Reis, o turista depara-se com uma imagem desagradável e contrastante com aquela beleza toda. Logo depois do perímetro urbano de Angra, à esquerda de quem segue para o sul, é possível ver também, bem próximo à estrada, as instalações da Usina Nuclear de Angra I. Um ovo de serpente no ninho do pássaro.
É inacreditável que mesmo depois de tantos exemplos trágicos no uso de material radioativo pelo mundo, o Brasil ainda insista nos projetos das usinas nucleares para a produção de energia elétrica. Nós sabemos que as pesquisas com radioisótopos são importantes para a industria e para a medicina, mas para a produção de energia elétrica a matriz energética brasileira oferece várias outras alternativas. Os projetos voltados para a energia solar e energia eólica, por exemplo, são viáveis e nosso potencial hidroelétrico é indiscutível. Porque então insistir em energia nuclear, cujo projeto se arrasta capengando há mais de 25 anos, a um custo altíssimo e um benefício questionável? Aliás, enquanto o Brasil pretende ainda implantar outras usinas além de Angra III, que ainda nem foi concluída, a Alemanha planeja desativar as suas num prazo de 11 anos.
O mundo recua diante do potencial nefasto da energia nuclear, porque nós devemos ir em frente? Será que não vale aprender com os erros dos outros...
Fonteprópria
Jogos Mundiais Militares
Os atletas competirão em 20 modalidades esportivas.
A delegação brasileira será composta por 268 atletas. Por ser o país sede participará de todas as modalidades.
O nome do mascote da competição é Arion, palavra de origem Grega, que significa "O que tem energia".
A cerimonia de abertura será no Estádio Olímpico João Havelange (o Engenhão) a partir das 16h, de sábado (16), terá a presença de Pelé, o mesmo foi escolhido para acender a pira da quinta edição dos jogos, que contará com a presença de vários cantores, crianças com fantasias nas cores do Brasil, entrada triunfal do mascote, entre outros.
Os ingressos para o evento foi distribuídos gratuitamente, limitados a no máximo dois ingressos por pessoa.
De volta à FLIP
Deixando de lado os atrativos próprios da cidade, que é Patrimonio Historico Nacional desde 1966 e candidata a Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, a Festa Literária Internacional de Paraty oferece tantas opções que, embora os eventos oficiais não ocorram simultaneamente, o visitante fica atordoado na hora de decidir o que gostaria de apreciar: as livrarias, as celebridades, os eventos oficiais ou as atividades paralelas?
Tem as exposições, entrevistas e painéis sobre o homenageado, desta vez o modernista, vanguardista, Oswald de Andrade; a programação oficial de autores e convidados especiais; Tem a Flipinha, dedicada às crianças; tem a Flipzona, com programação para o público jovem; e tem as atrações promovidas por artistas intinerantes, como, cordelistas, cantadores, poetas, grupos de teatrinho de bonecos, que fazem suas performances pelas ruas; qualquer esquina pode ser seu palco. A praça da Matriz é um grande evento ao ar livre, com bonecos, os pés-de-livros, contadores de estórias e muito mais.
Para esta edição da FLIP cheguei na sexta-feira à noite, passei o sábado por lá. Tive a oportunidade de assistir a entrevista de Joe Sacco, escritor e jornalista Maltês (nascido na República de Malta, no Mediterrâneo), radicado nos Estados Unidos, que atualmente escreve quadrinhos sobre temas de guerras contemporâneas, como em "Notas sobre Gaza" e assisti tambem a entrevista com o escritor baiano, João Ubaldo.
Entre outros lançamentos, o romance do escritor português Valter Hugo, que se apresentou na sexta-feira, " A máquina de fazer espanhóis", esgotou na Flip.
Voltei à noitinha, carregado de livros, panfletos, brindes, lembrancinhas da cidade, feliz e renovado. E já me programando para a próxima, que homenageará o poeta Carlos Drummond de Andrade em 2012. Tô como pinto no lixo! Ou no luxo; clássico, cult, claro!
Abraços
Poema:
O dia da Criação
By Tony
O barro soprado
Enrijece, faz-se vida.
Indaga seu mundo,
Criador, que lida!?
Sozinho, sem rumo,
Reluta em viver.
Mas, de uma costela extirpada
Eis que lhe surge um novo ser.
Ajuntam-se os barros
Para um único vaso conceber.
Costelas e carnes,
Dois seres, um viver.
A obra O dia da Criação de Tony foi licenciada com uma Licença Creative Commons - Atribuição - Uso Não Comercial - Partilha nos Mesmos Termos 3.0 Não Adaptada.