Para alguns o carnaval
é apenas um dia de feriado, terça-feira, o merecido descanso. Para outros, a maior festa popular do Brasil,
estende-se, na verdade, de sexta a quarta-feira de cinzas. Já para uma meia
dúzia de “folgados”, o feriadão pode ir muito além disso. Independentemente da folga de cada um, o que a
maioria concorda é que o Carnaval é um período de total alienação.
Todas as teorias e
convicções filosóficas caem por terra. Divertir-se é o que interessa, o resto...
você sabe. Da total alienação fazem parte a economia doméstica, os empreendimentos,
a preocupação com a falta d’água, tudo fica esquecido, até a leitura (ninguém
vai ler isso). Enfim, tudo que não seja folia entra em um estado de hibernação.
É como se o folião colocasse tudo em um saco jogasse no freezer e saísse para os
três ou seis dias de folia e brincadeira, como diz a marchinha.
Na volta, feliz, porém cansado,
arrebentado (seu cartão também), é que ele vai atinar para a insanidade que
cometeu. Seu cachorro, se não comeu os jornais que o entregador jogou
no jardim, morreu de fome, coitado! Houve apagão e o pouco que havia na geladeira, no freezer também, estragou, nem água gelada tem; todas as tarifas de serviços aumentaram; todas
as contas, todos os impostos chegaram direitinho, aliás, o entregador de jornal
e o carteiro, fantasiados de políticos, saíram no mesmo bloco, o bloco da
traíra.
Não quero ser
desmancha prazer (ou será que já fui), mas o bloco do Governo não dorme, e também "brinca". A portas fechadas, fantasiados de dragão da inflação, de carrasco, de mendigo ou de
coletor de impostos, eles jogam spray de espuma nos seus olhos pra que você não veja nada e vão cantado aquela outra marchinha “ei, você aí, me dá um
dinheiro aí, me dá um dinheiro aí!”
Pois é, você é que
não viu!