No tocante às competências prévias ao ato de escrever, comentadas no post ENEM I, quem se submete a uma prova de redação dissertativo-argumentativa, como é o caso da prova do ENEM, deve ter por hábito ler muito, principalmente sobre temas que afetam a sociedade brasileira diretamente. Além dos livros e revistas, são igualmente importantes os jornais, editoriais e colunas de opinião, para desenvolver a leitura crítica eficiente. Não se pode esquecer as tirinhas, quadrinhos, charges, os telejornais, documentários e cinema, que apresentam sempre uma visão crítica dos fatos.
Desconstruindo o
texto e buscando o que possa haver, não apenas nas linhas, mas também nas
entrelinhas e por trás delas, investigando as intenções explicitas e veladas do autor, as habilidades de leitor vão precedendo as de
escritor.
Por outro lado, argumentar significa
posicionar-se criticamente perante um assunto e
defendê-lo segundo este ponto de vista, com argumentos coerentes e válidos, a
ponto de convencer o ouvinte (avaliador). Portanto, é
necessário que o leitor, candidato ao ENEM, envolva-se com os
possíveis temas (aí está uma das dificuldades) . É preciso que o candidato exercite bastante a contextualização dos temas às particularidades da
sociedade em que vive, o que o ajudará a manter sempre o foco.
A leitura, a formação
de opinião sobre temas variados e o desenvolvimento do senso critico são, portanto, muito importantes
como atividades prévias ao estudo da produção textual propriamente. Para isso, as rodas de estudo e debates precisam ser práticas regulares desde muito cedo
nas escolas, não só às vésperas de provas do ENEM ou qualquer outro processo
seletivo. Então, partindo-se de outro pressuposto, o de que ao final do Ensino
Médio o aluno "domina" a língua culta padrão, então é só botar a cabeça para
funcionar e mãos à obra.