sexta-feira, junho 12

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Dia dos namorados

Eita! Hoje é dia! De namorar e também de nostalgia. Nem sei se alguém vai parar pra ler blog! Mas...
Para quem já namora há muito tempo hoje é dia de recordar o primeiro amor, o primeiro beijo; dia de lembrar-se dos micos do tempo de adolescente, de ver filmes românticos. É dia de falar de amor, escrever versos de amor, declamar grandes poetas, fazer amor, passear na praça de mãos dadas. Se estiver sem companhia convide alguém; quem sabe não é hoje!

Na verdade a gente deveria fazer isso todo dia pra não esfriar, mas nem só de beijo vive o ser humano. Uma coisa é certa, a data não pode passar em branco, senão os parceiros vão fazer beicinho!

Mas...a fila da pipoca está enorme, vamos em frente. Dia dos Namorados sem poema, não é Dia dos Namorados. Aqui poderíamos apreciar Camões, Drumond, Neruda, Manuel Bandeira, todos escreveram lindos poemas de amor, mas acabei optando por Vinícius:
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De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
...
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
...
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
...
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Vinicius de Moraes, "Antologia Poética" (Soneto de Fidelidade)
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Falando em micos de adolescente, você já deve ter ouvido falar de amor platônico, não? Mas, e amor daltônico?

Às vésperas do dia dos namorados, comentava eu com amigos sobre agitos para o Dia 12 quando acabamos por falar de amores de infância, paixões doentias, “micos” de adolescente, coisas desse tipo. Ao final das contas concluímos que o amor é cego mesmo, ou “daltônico”; você vai ver por que.
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Contava César, um amigo, que na adolescência, com seus 12 ou 13 anos, foi acometido por tal ziquezira. Os sintomas podem aparecer em qualquer coração ingênuo, e perdurar por toda a vida, desde que ninguém acorde o paciente, claro!


A causadora do daltonismo amoroso, e platônico, era uma colega de colégio que mal o cumprimentava, mas por quem ele morria de amores. Lya era o nome dela. César não se declarava nem fazia coisa alguma para aproximar-se. Só ficava se remoendo e admirando a menina de longe, alimentando sonhos, embora de fato não tivesse esperanças de tê-la. Suava frio só em passar perto dela.

Escrevia poemas secretos, desenhava seu retrato, escrevia-lhe bilhetes que nunca eram entregues. Todas as páginas do seu caderno tinham o nome dela. Mas tudo em segredo. Tinha pavor que alguém descobrisse.

- Tudo nela era lindo. Seu cabelo louro, liso e brilhante, sua pele clara como marfim, seus olhos verdes como esmeraldas. Contou ele com um ar irônico.

- Nossa! Isso não era uma garota, era uma fada de porcelana chinesa! Brinquei.

Contava César que durante toda sua vida guardara aquela imagem da princesa e sempre recordava aqueles tempos com saudades e um carinho todo especial. Mesmo que nunca tenha tido nada com Lya e nem nutrisse qualquer esperança nesse sentido.

Certo dia encontrou outra amiga, Mara, que também fora colega de Lya, a ”musa inspiradora” de seus poemas e suspiros, e engataram aqueles papos de velhos amigos que não se veem há séculos. César, claro, não perdeu a chance de falar de Lya. Tinha prazer em falar dela. Lá pelo meio da conversa Mara não se conteve:

- Peraí! Olhos verdes? Será que estamos falando da mesma pessoa! Lya tinha olhos castanhos, lembro-me bem.

César ficou passado. Realmente não podiam estar falando da mesma pessoa.

- E, além do mais, seus cabelos não eram lá essas coisas! Mara parecia ter um certo prazer em fazer aquela revelação.

– Minha princesa tinha olhos verdes. Ou não! Essa constatação poria no lixo todos os versos que escrevi para ela. Pensou ele.

Para nocautear de vez o sujeito Mara - que amiga! – lhe enviou, no dia seguinte, algumas fotos antigas da musa.

Foi uma bomba atômica no coração do rapaz. Afinal, ele havia passado grande parte de sua vida relembrando aqueles lindos olhos verdes, que, agora não são mais verdes, e revivendo momentos que não vivera. Mas, faziam parte da sua história. E agora, de repente, a princesa virou borrelheira! Naquela hora todos os contos de princesas se misturaram em sua cabeça. Quebrou-se todo o encanto da Princesa de Olhos Verdes.

- Me apaixonei por uma menina que não existiu. Concluiu César.

Hoje a Princesa de Olhos Verdes (castanhos) é casada, ele também. Nunca tiveram nada e só depois de bezerrões é que ela veio a saber de seu admirador platônico. Numa das poucas oportunidades recentes que tiveram de conversar, Lya revelou a César que Mara, quando adolescente, era apaixonada por ele, que estava cego de amores por “outra”.
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O pior dessa estória foi que, mais tarde, refletindo sobre o caso do amigo, descobri que também já sofri os sintomas do daltonismo dos apaixonados! A cura, só tratamento de choque como esse.
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Dia dos Namorados também exige um bom filme, pode ser dos antigos. Hoje eu gostaria de rever Dirty Dancing (com Jennifer Grey, Patrick Swayze) a trilha sonora é maravilhosa.
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E para finalizar, desejando a todos vocês um agradável Dia dos Namorados, ou dia para arrumar namorado/a, uma boa música romântica. Escuta só!

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