quarta-feira, março 24

Felicidade!

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O post do dia 18 de março, em que Lu falou sobre ser feliz me fez pensar um bocado sobre a questão. Felicidade! Sorrir or not sorrir, eis a questão!

Quando pensamos em felicidade, sobre os momentos felizes de nossa vida, geralmente nos vem à cabeça memórias de infância ou sonhos com relação ao futuro, por que deste ninguém sabe nada. Não é isto? Claro que pode aparecer alguém aqui e dizer que não teve uma infância feliz. Mas isto não é o natural de se esperar. O normal é se achar que criança é feliz.

Sempre que penso nessas coisas lembro como foi boa a minha infância. Chego a pensar que é possível para uma criança pobre ser feliz, pelo menos era há alguns anos. Criança, na visão delas próprias, precisa de muito pouco para ser feliz. Chegar da escola, tirar os sapatos e correr para bricar descalço pelo quintal ou pelo jardim de casa sob os olhares dos pais, já é tudo de bom. É uma gostosa sensação de segurança e liberdade ao mesmo tempo. Procurar os coleguinhas da vizinhança para brincar, contar as novidades da escola, por em dia os papos de criança. Era muito bom!

Lembro que, quando chovia, gostava muito de sair com meus irmãos e colegas para brincar de pique na chuva, fazer guerra de bolinhas de barro, fazer barragem na lama. Eu era feliz e não sabia, por que criança, como disse antes, precisa de muito pouco para ser feliz. Depois, a gente cresce, fica exigente. Mas é só sair um pouco da rotina, se desligar um pouco das obrigações e procurar a felicidade nas coisa mais elementares e você vai dar de cara com ela outra vez.

Por outro lado me questiono se aquela felicidade que experimentei na infância seria possível hoje: brincar com outras crianças na rua (preocupado com bala perdida), jogar futebol (no asfalto), tomar banho de chuva (ácida?), nadar nos rios (uugh!). Nesta hora vem a triste constatação de que o desenvolvimento tecnológico e urbano e a tal da Globalização estão causando a individualização e o isolamento das crianças. Elas estão ficando cada vez mais enclausuradas em nossos apartamentos minúsculos diante de um gigantesco mundo multimídia virtual. Será possível ser feliz assim? As crianças de hoje terão o mesmo saudosismo de sua infância como temos da nossa?