sexta-feira, julho 9

Vinicius de Moraes

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Inesquecível!


Há 30 anos calava-se uma voz apaixonada que ecoaria indefinidamente nos corações sensíveis. O saudoso Poetinha, Vinicius de Moraes deixou desapadrinhados os amantes, mas ao mesmo tempo nos deixou um legado valiosíssimo da poesia de um eterno apaixonado pela vida. Trinta anos longe dos nossos olhos, mas sempre no coração.

“Vinicius de Moraes nasceu no (Rio de Janeiro, 19 de outubro de 1913 — Rio de Janeiro, 9 de julho de 1980) foi um diplomata, dramaturgo, jornalista, poeta e compositor brasileiro.

O poeta Vinícius de Moraes, essencialmente lírico, o poetinha (como ficou conhecido) notabilizou-se pelos seus sonetos. Conhecido como um boêmio inveterado, fumante e apreciador do uísque, era também conhecido por ser um grande conquistador. O poetinha casou-se por nove vezes ao longo de sua vida.

Sua obra é vasta, passando pela literatura, teatro, cinema e música. No campo musical, o poetinha teve como principais parceiros Tom Jobim, Toquinho, Baden Powell, João Gilberto, Chico Buarque e Carlos Lyra.

Na verdade, Vinícius de Moraes não foi músico, muito menos cantor. Por causa de suas parcerias com tais músicos e cantores, que musicaram seus poemas, é comum tomá-lo por músico, conhecidas as várias canções de sua autoria. O detalhe importante é que Vinícius não era um compositor, só letrista.” (Wikipédia)


A obra de Vinícios é muito vasta e seus sonetos mundialmente conhecidos, seguem abaixo alguns poemas não tão conhecidos mas igualmente ricos em lirismo e paixao pela vida.

A ausente

Amiga, infinitamente amiga
Em algum lugar teu coração bate por mim
Em algum lugar teus olhos se fecham à idéia dos meus.
Em algum lugar tuas mãos se crispam, teus seios
Se enchem de leite, tu desfaleces e caminhas
Como que cega ao meu encontro...
Amiga, última doçura
A tranqüilidade suavizou a minha pele
E os meus cabelos. Só meu ventre
Te espera, cheio de raízes e de sombras.
Vem, amiga
Minha nudez é absoluta
Meus olhos são espelhos para o teu desejo
E meu peito é tábua de suplícios
Vem. Meus músculos estão doces para os teus dentes
E áspera é minha barba. Vem mergulhar em mim
Como no mar, vem nadar em mim como no mar
Vem te afogar em mim, amiga minha
Em mim como no mar...


A carta que não foi mandada

Paris, outono de 73
Estou no nosso bar mais uma vez
E escrevo pra dizer
Que é a mesma taça e a mesma luz
Brilhando no champanhe em vários tons azuis
No espelho em frente eu sou mais um freguês
Um homem que já foi feliz, talvez
E vejo que em seu rosto correm lágrimas de dor
Saudades, certamente, de algum grande amor

Mas ao vê-lo assim tão triste e só
Sou eu que estou chorando
Lágrimas iguais
E, a vida é assim, o tempo passa
E fica relembrando
Canções do amor demais
Sim, será mais um, mais um qualquer
Que vem de vez em quando
E
olha para trás
É, existe sempre uma mulher
Pra se ficar pensando
Nem sei... nem lembro mais


A bíblia

A Bíblia já dizia
Pra quem sabe entender
Que há tempo de alegria
Que há tempo de sofrer
Que o tempo só não conta
Pra quem não tem paixão
E que depois do encontro
Sempre tem separação
Que o dia que é da caça
Não é do caçador
E que na alternativa
Viva e viva
E viva o amor

A gente vem da guerra
Pra merecer a paz
Depois faz outra guerra
Porque não pode mais
E deixa andar e deixa andar
Até a guerra terminar
Vamos curtir, vamos cantar
Até a guerra se acabar


Os poemas estão disponíveis em viniciusdemoraes.com.br.

Bom fim de semana!