quarta-feira, julho 11

O pós-Flip - II

Comments
 

Quando o visitante adentra o centro histórico de Paraty, o primeiro impacto que lhe afronta é quando ele transpõe a divisa entre o asfalto e o calçamento de roliças pedras "pés-de-moleque". Passar esta linha é mergulhar num tempo de descobertas de um Brasil que engatinhava em busca de ouro e pedras preciosas. Dessa luta, restou, incrustada entre a serra e o mar, essa gema preciosa que é Paraty.

Paraty foi fundada em 1667 em torno da Igreja de Nossa Senhora dos Remédios. Para “viajar” por suas ruas é preciso literalmente descer do salto. A forma rústica das pedras obriga o recém-chegado a dar passos cautelosos, a olhar por onde pisa, apreciar a arquitetura a sua volta. Aqui, quase quatro séculos de história lhe contemplam.
O centro histórico da cidade, onde se realiza a Flip, fica entre dois rios. Atualmente, as atividades principais da Festa se concentram nas margens do rio Perequê-Açu, que é um atrativo a mais com seus barcos enfeitados. Na margem esquerda ficam concentradas a Tenda dos Autores, a Tenda do Telão, a Tenda dos Autógrafos e as Tendas institucionais. Na margem direita a Flipinha (para crianças), a Biblioteca da Flipinha, a Flipzona (para jovens), as oficinas e as demais atividades da praça.

Na praça da Matriz ocorrem os eventos mais importantes para a garotada durante a Flip. São oficinas de artesanato, teatro ao ar livre, os pés-de-livros, os cenários das fábulas, a pipoca, os doces e muitas brincadeiras educativas.

Esta foi a décima edição da Festa Literária Internacional de Paraty. Desde seu inicio em 2003, foram homenageados, na ordem, os escritores Vinícius de Moraes, Guimarães Rosa, Clarice Lispector, Jorge Amado, Nelson Rodrigues, Machado de Assis, Manuel Bandeira, Gilberto Freire e Oswald de Andrade. Esta é dedicada a Carlos Drummond de Andrade, um dos mais importantes poetas brasileiros de todos os tempos. Modernista e acima de tudo, moderno.

“O amor é grande e cabe nesta janela sobre o mar. O mar é grande e cabe na cama e no colchão de amar. O amor é grande e cabe no breve espaço de beijar.” C.Drummond.