Outro dia recebi um email com uma apresentação muitimídia que continha uma mensagem maravilhosa, comovente até. A mensagem já circula na blogosfera há algum tempo. O que acontece é que muita gente recebe mensagens, a princípio bacanas e bem intencionadas, motivadoras, e vai repassando, perpetuando assim, muitas vezes, erros ou informações equivocadas. A intenção com certeza é das melhores, mas de vez em quando é bom fazer uma crítica antes.
Neste caso eu conhecia o texto, portanto, a mensagem logo me pareceu estranha.
Vou colocar aqui um trecho para ver se você conhece. Veja:
“Se, por um instante, Deus se esquecesse de que sou uma marionete de trapo e me presenteasse com um pedaço de vida, possivelmente não diria tudo o que penso, mas, certamente, pensaria tudo o que digo.
Daria valor às coisas, não pelo que valem, mas pelo que significam.
Dormiria pouco, sonharia mais, pois sei que a cada minuto que fechamos os olhos, perdemos sessenta segundos de luz. Andaria quando os demais parassem, acordaria quando os outros dormem. Escutaria quando os outros falassem e gozaria um bom sorvete de chocolate.
Se Deus me presenteasse com um pedaço de vida, vestiria simplesmente, me jogaria de bruços no solo, deixando a descoberto não apenas meu corpo, como minha alma. (...)”
O original foi escrito em espanhol e se chama “La marioneta”, porém, a mensagem que veiculam na rede diz que este texto é uma carta de despedida de Gabriel Garcia Márquez quando se encontrava enfermo. Não sei com que intuito inventaram esta estória, mas o poema
Veja aqui Gariel, Johnny Welch e a marioneta:
Gabriel Garcia Márquez, autor de Cem anos de solidão, nasceu em Aracataca, Colômbia, e foi Nobel de Literatura em 1982. Ele continua sua luta contra o câncer e problemas neurológicos, mas continua vivo.
Você já viu este texto por aí? Se o vir não se deixe enganar. É um lindo texto, uma mensagem comovente, mas não foi escrita por García Márquez.
A César o que é de César!
(Imagens disponíveis em alltheweb.com)