
"Todas as cartas de amor são ridículas. Não seriam cartas de amor se não fossem ridículas." (Fernando Pessoa - Cartas de amor).
Muito revelador. Mas isto me intriga!
Seriam também todos os poemas de amor, ridículos!? Ou talvez, duplamente ridículos!
Visto que são uma forma de carta de amor, lançados ao vento e sem destinatário declarado, não estariam fadados ao ridículo do desprezo?
O autor, usando da "disfarçatez" do poeta, escreve sua missiva lírica a um não sei quem, que vive não sei onde, mas que não sei como acaba lendo-a. Guarda com o remetente alguma cumplicidade. Identifica-se com as palavras.
São vidas ao relento,
palavras ao vento,
versos de amor.
Ridículo!?
Chove lá fora,
o frio não demora,
meu coração dita:
simplesmente escrevo-os.
***
Bom final de semana, sejam ridículos, amem!
Malu · 734 semanas atrás
Eu, na minha forma de ver a expressão dos sentimentos de cada ser humano jamais acharia ridícula qualquer forma de manifestação amorosa.
Apesar de AMAR FERNANDO PESSOA, sou contra a afirmação feita pelo poeta.
Um abraço, Menina!!!!
Lugirão · 735 semanas atrás
Normalmente temos tanto medo do ridículo, quando deveríamos ter medo de nunca ter inspirado alguém o suficiente para correr o risco.
Bjos!
Carla · 735 semanas atrás
Mas concordo parcialmente: cartas de amor não são ridículas, ridículo é aquele que escreve; e afortunado quem recebe!
Pior é que já escrevi!
Quanto aos poemas, sendo escritos sem um destinatário definido (na verdade oculto), acho que são universais e retratam o lado mais sublime (e talvez ridículo) do ser humano...
E agora lembrei de uma frase ridícula: "O amor é uma flor roxa que nasce no coração de um trouxa"...
Bem, sejamos ridículos então!
Um abraço!
Tony · 735 semanas atrás
Ridicula essa frase, legal!
Bjo