sábado, março 27

Versos do leitor

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Finalizando a temporada de poesia gostaríamos de agradecer àqueles que compareceram e enriqueceram o blog com seus comentários e poesias preferidas, por ocasião do Dia Mundial da Poesia. Como combinamos com os leitores os comentários sobre poesias viraram este post.

Juliana sugeriu a maravilhosa Florbella cujo poema Versos nós selecionamos para representá-la:

Versos! Versos! Sei lá o que são versos…
Pedaços de sorriso, branca espuma,
Gargalhadas de luz. cantos dispersos,
Ou pétalas que caem uma a uma.
Versos!… Sei lá! Um verso é teu olhar,
Um verso é teu sorriso e os de Dante
Eram o seu amor a soluçar
Aos pés da sua estremecida amante!
Meus versos!… Sei eu lá também que são…
Sei lá! Sei lá!… Meu pobre coração
Partido em mil pedaços são talvez…
Versos! Versos! Sei lá o que são versos..
Meus soluços de dor que andam dispersos
Por este grande amor em que não crês!…

E por falar em versos, de Casimiro de Abreu lembro:

Meus oito anos

Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
(...)

Bem lembrado por Lu, os versos de nosso assíduo visitante http://pontispopuli.blogspot.com/
Álisson da Hora



Presságios

os zodíacos brincam e mentem
as gotas escorregam nos vidros
onde as canções das estrelas de caminhos solitários
desenham arcanos com raios de sol
pontes que não se unem perfumes que se passam
como um contágio perigoso de meios-dias sonolentos
um devaneio feito de tonturas o olhar aprisionado
entre a retina e a lente dos óculos do cansaço

e as rodas dos coletivos andam trôpegas
as mentes dilatadas voltam aos vidros
guardam o perfume do sol pregado lá

e há a vontade de ser abrigo
- mas só há o silêncio como inquilino -
e há o desejo de ser leito
- mas só há o travesseiro sem carícias -
há a vontade de ser o beijo
- mas só há a negligência a negativa -

os arcanos bailam por entre as procuras
tuas mãos como areia escorrem pelas minhas
trombetas silenciam
o sono não vem
a reciprocidade é uma etiqueta perdida no meio-fio encharcado dos dias

Maria enviou este, o que creio sejam versos seus:

Eu sou.......

Eu sou uma sonhadora
Idealista e que nunca desiste dos meu sonhos
Eu sou uma apaixonada pela vida e conheços
varias pessoas queridas
Eu sou protetora dos animais e da natureza
que nos dar tanta beleza
Eu sou uma pessoa sem maldade
e acredito no amor mesmo com todas as adversidades'
Eu sou simplesmente Maria

Por citação de Lugirão, vão aí os versos do grande poeta popular, cordelista Patativa do Assaré:


Há dor que mata a pessoa
Sem dó nem piedade.
Porém não há dor que doa
Como a dor de uma saudade.

Ainda citado por Lugirão:

Beijos que nunca te dei
 http://minhasnoitesinsones.blogspot.com/
Benno Assmann

Lembra daquele beijo que nunca te dei?
Lembra do dia que não saímos abraçados
E não passeamos no parque
E não te comprei uma rosa
E não te paguei um sorvete?
Depois, não fomos ao cinema e não te cobri de beijos,
nem minha mão se aproveitou da escuridão
e não explorou tuas coxas.
Lembra quando meus olhos não brilharam como diamantes ?
quando pela primeira vez não te declarei meu amor?
E que depois não fomos a um motel
e não nos amamos loucamente, alucinadamente, desmioladamente.
E que não perdemos a noção do tempo,
desabraçados que estávamos.
Não te lembras?
Pois se nada disso aconteceu
E eu nunca vi os teus olhos,
É como se tivesse vivido
Tudo que não fiz,
Tudo que não vivi,
E os beijos que não te dei
ainda adocicam meus lábios,
E o amor que nunca jurei ao teu ouvido,
Ainda flutua no ar dos meus sonhos.
E se apurares bem os ouvidos
Ouvirás o rumor das minhas palavras
e escutarás bem baixinho:
Te amo pra sempre.

E falando de ser feliz e das coisas simples da vida Vou-me Embora pra Pasárgada de Manuel Bandeira:

Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
.
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive
.
E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada
.
Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar
.
E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.

Fazer poesia é assim como cantar, não se sabe bem explicar, faz-se. Só Cecília Meireles pra tentar:

Motivo

Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noiotes e dias
no vento.
Se desmorono ou edifico,
se permaneço ou me desfaço,
- não sei. Não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto e a canção é tudo.
Tem sangue eterno e asa ritimada.
E sei que um dia estarei mudo:
- mais nada.


Uma boa semana a todos e graaaaannnnde abraço!
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quarta-feira, março 24

Felicidade!

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O post do dia 18 de março, em que Lu falou sobre ser feliz me fez pensar um bocado sobre a questão. Felicidade! Sorrir or not sorrir, eis a questão!

Quando pensamos em felicidade, sobre os momentos felizes de nossa vida, geralmente nos vem à cabeça memórias de infância ou sonhos com relação ao futuro, por que deste ninguém sabe nada. Não é isto? Claro que pode aparecer alguém aqui e dizer que não teve uma infância feliz. Mas isto não é o natural de se esperar. O normal é se achar que criança é feliz.

Sempre que penso nessas coisas lembro como foi boa a minha infância. Chego a pensar que é possível para uma criança pobre ser feliz, pelo menos era há alguns anos. Criança, na visão delas próprias, precisa de muito pouco para ser feliz. Chegar da escola, tirar os sapatos e correr para bricar descalço pelo quintal ou pelo jardim de casa sob os olhares dos pais, já é tudo de bom. É uma gostosa sensação de segurança e liberdade ao mesmo tempo. Procurar os coleguinhas da vizinhança para brincar, contar as novidades da escola, por em dia os papos de criança. Era muito bom!

Lembro que, quando chovia, gostava muito de sair com meus irmãos e colegas para brincar de pique na chuva, fazer guerra de bolinhas de barro, fazer barragem na lama. Eu era feliz e não sabia, por que criança, como disse antes, precisa de muito pouco para ser feliz. Depois, a gente cresce, fica exigente. Mas é só sair um pouco da rotina, se desligar um pouco das obrigações e procurar a felicidade nas coisa mais elementares e você vai dar de cara com ela outra vez.

Por outro lado me questiono se aquela felicidade que experimentei na infância seria possível hoje: brincar com outras crianças na rua (preocupado com bala perdida), jogar futebol (no asfalto), tomar banho de chuva (ácida?), nadar nos rios (uugh!). Nesta hora vem a triste constatação de que o desenvolvimento tecnológico e urbano e a tal da Globalização estão causando a individualização e o isolamento das crianças. Elas estão ficando cada vez mais enclausuradas em nossos apartamentos minúsculos diante de um gigantesco mundo multimídia virtual. Será possível ser feliz assim? As crianças de hoje terão o mesmo saudosismo de sua infância como temos da nossa?

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domingo, março 21

Dia Mundial da Poesia

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Caem as folhas...transmutam-se em poesia.


Imediatamente após a entrada do Outono, hoje, 21 de março, comemora-se O Dia Mundial da Poesia, data promulgada pela UNESCO. Apesar de coincidir com o início do nosso Outono, que também tem sua beleza, esta data foi escolhida por causa da Primavera, que no Hemisfério Norte começa hoje , dada a sua visceral ligação com o gênero lírico. O ar enche-se de perfumes, cores, flores e poesia.

Poesia, arte ou dom de compor versos, é um gênero literário onde a linguagem é utilizada para fins estéticos, recriando ou reinterpretando a realidade. A poesia está na raiz de toda a literatura mundial. As primeiras manifestações literárias da língua portuguesa também ocorreram sob a forma de poesia, nas cantigas líricas, como a Cantiga da Ribeirinha, ainda em galego-português.

A expressão “poesia” ou “poema”, em geral, se aplica à estrutura de texto que é escrita em versos. Os versos são as “linhas” do poema. Um conjunto de versos forma uma estrofe. Algumas características básicas da poesia são o ritmo, a divisão em estrofes, a rima e a métrica, que é a contagem das sílabas poéticas dos versos. A poesia moderna pode adotar o verso livre, desprendido da rima e da métrica.

Já falamos de poesia em outras ocasiões por aqui:

"A poesia é reconhecidamente a forma de expressão literária mais antiga que se tem notícia. A tradição conta que a manifestação poética mais antiga que se conhece é o Poema da criação “Enuma Elish”, escrito na Babilônia cerca de 2.000 a.C.
Odes aos deuses ou à natureza, épicos de cavalaria ou em cânticos para o simples deleite da alma, a poesia é também uma das formas de criação literárias mais pessoais. Ali, o autor, quando assim deseja, imprime seus mais profundos sentimentos. Revela de forma bem peculiar uma visão emocional ou conceitual de idéias, fundamentadas numa visão de mundo que é seu do ponto de vista particular.
Escrever poesia é comunicar emoções. Ela pode ser criada para enaltecer o belo, por meio de palavras seletas, ou pode servir simplesmente para excitar a alma, drenar as emoções contidas."


&&&

Aproveitando o clima lírico gostaríamos de solicitar àqueles que se derem ao trabalho de comentar o post que acrescentem versos, de sua autoria, caso se sintam à vontade e desejem, ou que indiquem poemas dos quais gostem ou lembrem com prazer. A idéia é produzirmos um post com as indicações dos visitantes. Ou seja, o próximo post sobre poesia será feito pelo leitor do Voz. Combinado?







Ser poeta é...
(...)
É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!
(...)

Florbela Espanca


Palavras da UNESCO sobre o dia de hoje:

Ms Irina Bokova, Diretora-Geeral da UNESCO, declarou por ocasião da abertura das comemorações do World Poetry Day 2010:

“Sobre o Dia Mundial da Poesia 2010, lembremos que a poesia é um território universal em que os povos podem se conhecer através de palavras de todas as cores, ritmos e musicalidade. Palavras que, independentemente do idioma em que foram criadas, vão longe em busca de uma luz que capta a perfeita essência do ser humano, a dignidade de cada pessoa.



Tony
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quinta-feira, março 18

Ser Feliz

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Você é uma pessoa feliz?

Feliz : que tem felicidade, contente, satisfeito...

Felicidade é um estado de espírito.

Quantas pessoas você admira e até inveja, por terem a vida que você gostaria de ter, julgando que essa pessoa é feliz?

Quantas vezes não se pegou vendo aquele amigo que tem um bom emprego , casou , teve filhos, tem uma boa casa, viaja de férias com a família ou aquela amiga que é bem sucedida, linda , viaja , mora sozinha, está sempre com agenda lotada ou seja tem tudo para ser feliz.

Mas um belo dia você descobre que os seus amigos não são exatamente felizes, e claro você não entende como isso pode acontecer. É que felicidade é um estado de espirito e que não está associada a dinheiro ,bens materiais, , claro que se você está infeliz e tem grana você pode ir curtir a sua tristeza em Paris.

Brincadeiras à parte, se você for numa cidade de interior e começar a conversar com os moradores, você vai encontrar pessoas de vida simples, mas que basta por os olhos neles para entender que são felizes , não tem muito mas são felizes com o que tem, com o simples fato de estar vivo. Claro que pessoas felizes existem em qualquer lugar do planeta.

Ser feliz exige um cuidado constante, você tem que se apegar as pequenas coisas do dia a dia, como o sol, os pássaros , o sorriso do teu filho, ter comida na mesa, saúde, olhar um céu estrelado, ver a pessoa que você ama te dar um sorriso de satisfação ao te ver.

Perceberam porque ser feliz dá trabalho? Nos dias de hoje onde a gente só vê violência, fome, desconfiança.... tem que se ter como ojetivo não deixar a tristeza , o mau humor tomar conta da nossa vida, pois o que mais se vê são pessoas que fazem o estilo “ô vida, ô azar”, passam a maior parte do tempo a se queixar da vida e acabam contagiando de forma negativa quem está por perto,
não se deixe contaminar.

Procure se cercar de pessoas que te fazem bem, que te fazem sorrir... problemas sempre vão existir, e são os problemas que superamos que reforçam o nosso estado de felicidade e nos preparam para o que der e vier.
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segunda-feira, março 15

Dia Nacional da Poesia

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Não esqueci o Dia Nacional da Poesia, que foi comemorado ontem. Na verdade eu estava pensando em algo maior: O dia Mundial da Poesia que se comemora dia 20 de março. A data de 14/03 lembra o nascimento do escritor baiano Castro Alves (1847-1871), que movido pelos ideais de liberdade e justiça, defensor ferrenho do fim da escravidão, escreveu obras grandiosas como “Navio Negreiro” e “Espumas Flutuantes”.



No contexto cultural e histórico da Antigüidade e da Idade Média, os poemas eram cantados ao som da lira, daí "gênero lírico", e sua estrutura era rígida. Uma das formas mais clássicas da poesia é o Soneto, surgido na Itália no século XIII e muito explorado por Petrarca, Camões e Gregório de Matos, entre muitos outros.

Com o advento do Modernismo, os poetas adotaram o verso livre, desprendendo-se da rigidez da forma (métrica) e da rima do clássico soneto. O estilo do verso livre foi seguido por grande parte dos poetas contemporâneos.


Afinal, um pouco de lirismo e de liberdade nesta vida tão "Techno" não pode fazer mal a ninguém. Longe de querer ser um clássico, Tony também escreve poesias de vez em quando:
.



Sonho terminal


Viverei todos os sonhos esta noite

Correrei o mundo apagando meus erros

Tomarei banho pelado no rio outra vez.

Procurarei velhos amigos,

Revisitarei bordéis,

Morrerei amanhã.
.

Hoje mesmo correrei o mundo

Tornarei aos campos de minha infância

Buscarei minhas próprias pegadas.

Não me esperem pro jantar,

Morrerei amanhã.

.

Esta noite tem que durar para sempre.

Viverei cada segundo

E como em meus sonhos

Encontrarei velhos amigos,

Revisitarei bordéis,

Tomarei banho pelado no rio

Morrerei amanhã.
...












Amor em todos os tempos

.

Nem tudo que me lembras

É pretérito.

Se te magoei é passado.

As memórias que carrego

Viverei no futuro

Pois o que sinto por ti

Ainda é presente.

De forma incondicional

Se nosso amor é mais-que-perfeito,

Ter você é imperativo.

.










Apaixonada


Sonho acordar sem muito alvoroço

Sentindo tua carne intumescida

Roçar a minha pele adormecida

Teu hálito soprando meu pescoço.

.

Quero que meu olhar seja o endosso

Do que a boca confessa umedecida

Quando me vês assim entristecida

É que por mim teu suspirar não ouço.

.

Quero andar contigo abraçada

Adormecer exausta em teus braços

Como toda mulher recém-casada

.

Esquecer quem sou pra seguir teus passos

Ser tua alma gêmea, ser sempre tua amada
Realizar teus sonhos mais devassos.


Calíope, musa da poesia

Fonte: alltheweb

Boa semana a todos!

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quinta-feira, março 11

Veleiros: Jóias dos mares

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Arquivo pessoal
Outro dia fui com minha filha a uma exposição internacional de veleiros. A não ser pelo sol escaldante que fazia naquela tarde de sábado, o passeio foi maravilhoso. Eram todos veleiros militares de nações amigas, do tipo navio-escola, para formação ou estágio de oficiais. Um programa com muitas curiosidades.

Estavam lá, majestosos, no pier da Praça Mauá, no Rio de Janeiro, embarcações de países da America Latina, inclusive o nosso Cisne Branco, da Marinha do Brasil. Quém viu o desfile das embarcações na chegada ao porto diz que foi um espetáculo grandioso. Eram ao todo nove veleiros: Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Equador, México, Uruguai, Venezuela e o da Espanha. Alguns deles tinham mais de cem metros de comprimento e tripulação em torno de 300 militares.


Arquivo pessoal


O universo das embarcações é fascinate. São muitos detalhes curiosos além de suas histórias e tradições. O barco com a forma que conhecemos hoje, com quilha e caverna, foi desenvolvido pelos Fenícios em torno do ano 1.000 a. C.



Um dos detalhes que mais me chamou a atenção nas embarcações que lá se encontravam, além da infinidade de cordas e cabos de comandos das velas, foram as imagens de proa, ou carrancas de proa, que apenas alguns possuíam. Só lembro de ter visto esse detalhe no veleiro argentino, o Libertad, e no chileno o Esmeralda. O chileno ostenta um imenso condor, símbolo do país. Não segue, portanto, aquele padrão de cara de monstro assustador, gárgulas ou dragões, no entanto, não deixa de ser muito interessante a escultura; é como se estivesse sobrevoando as águas levando o barco nas costas.


Arquivo pessoal
As carrancas geralmente representam figuras agresivas com bocas enormes abertas, mostrando os dentes caninos proeminentes. Costumam também fazer conjunto com o barco, como se o todo fosse um grande animal aquático.

Fonte: alltheweb.pictures

A tradição dessas imagens vem desde a antiguidade. Os egipcios, os vikings e os fenícios já as usavam, para espantar mal olhado, afastar os perigos dos mares e afugentar seus inimigos.
Fonte: alltheweb.pictures
No Brasil as carrancas ou figuras de proa surgiram no Rio São Francisco no século XIX. Inicialmente com o mesmo intuito das antigas imagens fenícias. Hoje elas são peças marcantes do artesanato nordestino.
Fonte: alltheweb.pictures

O passeio foi uma verdadeira aula de história, uma viagem. Desde a antiguidade, passamos, pelas grandes batalhas navais da Idade Média, grandes navegações e viemos parar às margens do Velho Chico. A gente até esquece que está na praça Mauá no Rio de Janeiro. "É hora de voltar para casa".

Boa viagem, quer dizer: boa semana a todos!



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segunda-feira, março 8

A fortaleza que acolhe e conforta

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Pietá, Michelângelo

Instituído pelas Nações Unidas a partir do ano de 1975, o dia 8 de março é consagrado às mulheres, em memória a um movimento operário ocorrido em 1857 onde morreram 130 mulheres. É o Dia Internacional da Mulher.

Não vou aqui levantar bandeiras feministas, mesmo por que estou do outro lado da briga. No entanto, é um ótimo momento para se enaltecer o papel da mulher, de uma forma diacrônica, nos diversos caminhamentos de uma sociedade.

Embora se saiba que ainda existem algumas sociedades ultra-conservadoras incrustadas no dito mundo moderno, sabe-se também que a atuação feminina sempre foi de vital importancia para o desenrolar dos fatos.

Nós poderíamos enumerar aqui centenas, milhares de nomes que fizeram história, tais como, Marias, Madalenas, JoanaD'Arc, Elisabeth, Golda Meir, Ana NerY, Thatcher e muitas outras mais contemporâneas, que atuaram nos mais diversos campos. Mas isso não seria necessário dada a sua visivel participação, atuante, no nosso dia a dia. A mulher é a mãe (hoje também o pai em muitos casos), é a amiga, a confidente; a mulher é a matriarca, a âncora; a flor e a rocha; é de fibra, é de aço. Ainda por cima consegue a proeza, a magia de ser amante.

Eu gostaria de aproveitar o dia para indicar a leitura de Rumo Equivocado: o feminismo e alguns destinos, de Elisabeth Badinter, onde a autora, filósofa e feminista francesa, apresenta uma visão crítica do feminismo: "o feminismo tomou um rumo que nos leva a regressão. Em vez de se concentrar na igualdade entre homens e mulheres, o feminismo enveredou por um caminho muito influenciado pelos EUA. Esse rumo aponta a mulher não como igual ao homem, mas como sua vítima".

O movimento feminista já comemora algumas décadas, acho que não se perderia nada em se rever alguns conceitos de vez em quando.

Um grraaaande beijo a todas as mulheres!








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quarta-feira, março 3

Voltando a enxergar

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Recentemente por causa de um problema visual de uma tia, que precisou de uma cirurgia, tive a oportunidade de frequentar o Instituto dos Cegos de Fortaleza.

O Instituto dá apoio aos cegos, ensina Braille, tem banco de olhos , clinica moderna que fazem cirurgias de pequeno , médio e grande porte...

Foi muito interessante observar o vai e vem dos deficientes visuais e o que me chamou a atenção foi a alegria e gentileza , estão sempre com um sorriso.

Mas o motivo que me fez escrever esse post foi ter presenciado uma cena que me encantou.

Enquanto esperava a minha tia sair da sala de cirurgia, fiz amizade com um casal, os dois já idosos, com mais de 70 anos, ele com um tampão no olho esquerdo, soube que ele tinha operado e que não enxergava do olho direito pois tinha perdido a visão do olho direito num acidente muito jovem.

Estranhei o fato de ele não ter operado antes , pois cirurgia de catarata é tão simples. Ele não operou com medo da frustação de não dar certo, e só quando o filho pagou foi que criou coragem. Chegou a hora de tirar o tampão, e foi muito interessante , a primeira coisa que ele fez foi olhar para a mão e disse que estava enxergando, e como uma criança , mexia os dedos , olhava para a mão encantado, não dá para descrever a expressão dele.

De repente ele como num estalo olhou para a esposa e a expressão dele se transformou, passou a mão no rosto dela, e não sei se ela percebeu, me senti uma felizarda por ter presenciado esse momento, mas a expressão dele era de encantamento, poucas vezes vi uma cena assim, e nunca num casal da idade deles.

Fui chamada na sala de recuperação , quando voltei eles já tinham saído, e eu tive a certeza que nunca esquecerei esse momento mágico, são momentos como esses que dão sentido a vida.
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