domingo, maio 31

Dia de domingo:

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Um dia só prá mim




Desculpem amigos, mas depois de uma semana super cheia fui tentado a falar dessa preguicinha de domingo– Que pecado!

Até já houve quem fizesse apologia ao ócio, mas não é essa minha intenção. Em “O Elogio ao Ócio”, o escritor, matemático, educador e filósofo inglês Bertrand Russell formalmente expressava que bastavam quatro horas diárias de trabalho, e o restante deveria ser gasto no ócio, porém com finalidades de pensar, fazer as ideias se encontrarem, ter lazer. Até que não é má ideia.




Mas vamos filosofar menos. Isso cansa!

Dia de domingo

Ivan Rodrigues

Enfim Domingo!
Dia de acordar meio sem querer;
de ter compromissos e esquecer.
Dia de ficar na cama com seu bem-querer,
de entregar-se à preguiça e de novo adormecer.

Dia de sonhar pela manhã
pedir ao sol para nascer depois do meio-dia
ter para ler um livro de poesia
ler mensagens de todo dia,
e não respondê-las é tudo que eu queria.

Dia de escrever versos livres,
ignorar a métrica da realidade,
de relembrar domingos de verdade,
entregar-se à ociosidade
e deixar a preguiça bem à vontade.

Dia de voltar a ser criança
ler quadrinhos de cowboys
brincar de circo embaixo dos lençois
ser domador e palhaço só pra nós
e sem platéia rir contigo a sós

Dia de esquecer-se da cozinha
de matar a fome com qualquer coisinha
de tomar sopa de entulho à noitinha
deixar a tv falando sozinha
e imaginar que hoje és só minha.

Que bom a gente poder se dar a esse luxo, perdão, a necessidade do descanso. Apesar de ser tida como um dos sete pecados capitais, a preguiça a que me refiro aqui não é exatamente o desleixo ou indolência, mas ao direito ao descanso, ao direito de não fazer nada de vez em quando. Mas só de vez em quando – por isso é tão gostoso. É muito bom quando a gente pode fazer isso, não é? Mesmo que apenas por umas poucas horas, para recarregar as baterias.

Um bom domingo a todos! E curtam a preguiça, segunda-feira tá aí pra acordar a todos.

Pra quem quiser voltar pra cama e relaxar essa “musiquinha” é uma boa.


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sexta-feira, maio 29

Blog - Diário Virtual

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Estou lendo um livro cujo título é Blog, entenda a revolução de Hugh Hewitt e que ganhei numa promoção do blog do Gustavo GF Soluções

No livro, dá a definição de blog: Blog é a contração da expressão inglesa weblog, log significa diário, Weblog portanto, é um diário mantido na internet por um ou mais autores.

É comum blogs em que o autor descreve a sua rotina diária... ou assuntos relevantes que acontecem no seu dia-a-dia... os blogs que começaram como diários pessoais evoluíram muito, em pouco tempo, afinal o primeiro blog surgiu por volta de 1999, portanto ainda é muito jovem.

Você encontra poucos blogs com mais de 5 anos... eu gosto muito do blog do Alexandre Inagaki, Pensar enlouquece , gosto muito desse título.

Os blogs passaram de meros diários e viraram espaços onde se fala de tudo , de política a poesia, uma das coisas que me agradam é ver a capacidade de mobilização em torno de algum tema relevante... as chamadas blogagens coletivas em que vários blogs numa determinada data falam de um mesmo assunto, muitas vezes a nível internacional.

O número de blogs aumentou consideravelmente em todo o mundo... e pensar que está acessível a qualquer um...é rápido e fácil criar um blog. O difícil é manter o espaço atraente para o leitor e mais ainda é conquistar esses leitores... afinal a oferta é enorme.

Muito se valoriza o texto de opinião, como esse que estou fazendo agora... ao invés de só colocar textos de terceiros no famoso copia(ctrl c), cola (ctrl v), também é interessante que o seu espaço tenha um foco (política, humor, poesia) , o que não é o meu caso, que coloco assuntos que acho interessantes ou que ache que possa interessar aos meus leitores... nem sempre escrevo meus textos na íntegra, muitas vezes coloco notícias de outras fontes...sempre tendo o cuidado de citá-las.

Nunca fui uma aluna que gostasse de fazer redações, apesar de desde que me entendo por gente ser uma leitora compulsiva, quando não tinha o que ler... lia bula de medicamentos, embalagens, relia os livros que já tinha lido, hábito que até hoje cultivo, estou sempre relendo algo... então quando comecei com essa brincadeira de blogar, pois é tudo começou com uma brincadeira, resolvi que a melhor maneira era contar coisas do cotidiano, então a grande maioria dos meus textos , são baseados em cenas que presenciei, a maioria não fui a protagonista, para ficar mas interessante a gente coloca um recheio, a chamada licença poética... histórias que me contam, as vezes uma frase solta, um comentário de alguém aqui mesmo no blog... tudo serve de inspiração.

Voltando a brincadeira de blogar... sou muito curiosa não do tipo que quer saber da vida alheia, do tipo que gosta de saber como as coisas funcionam... computadores, internet, códigos...essas coisas me fascinam... pena que não consigo entendê-las como gostaria... mas estou sempre tentando aprender algo novo, a maioria dos blogs que assino o feeds são de espaços que falam de tecnologia, E foi para ter o meu próprio sitemeter e suas estatísticas (adoro), que criei o blog, ah! Ai você se ainda está lendo pensa: a criatura é doida de pedra, talvez seja mesmo. Meus amigos reais, virtuais, família …. costumam dizer que falo demais.... e é verdade, mas é que a minha cabeça funciona a mil.... acho que por isso que me dei tão bem com o mundo virtual, embora só tenha acessado um blog em 2007, também nunca mais parei, mas não sou escrava da Net, não troco um papinho com os amigos, namorar, praia , cinema por nada... até porque preciso de inspiração para novos post , não conheço material melhor que pessoas e suas tantas histórias.


Criado o blog , um ano depois...27.000 acessos, um sócio, algumas vezes tive vontade de desistir, pois não basta ter um espaço, depois que o cria , você descobre que não adianta de nada se não tiver quem o leia... descobre que por melhor que seja o conteúdo, as pessoas precisam saber que ele existe e para isso você vai ter que divulgá-lo. Visitar, prestigiar outros espaços, dar atenção aos seus comentaristas, enfim vai ter que disponibilizar um tempo para isso... afinal não gastou o seu tempo e talento para que o seu blog não seja visto, e não me venha com essa de que escreveu para si mesmo, que isso não existe, eu pelo menos gosto quando vejo muitos comentários, principalmente quando existem opiniões divergentes da minha, gosto de um bom debate, quando as minhas visitas aumentam... quando um determinado assunto faz sucesso.

Dia desses recebi um email do meu filho que mora em São Paulo , que dizia mais ou menos assim: Chamei meus colegas de trabalho todo cheio de orgulho para conhecerem o blog da minha mãe, todos acharam legal. Falou que eu tinha feito um post para ele Quando os filhos voam, e foi pesquisar no google e lá estava na primeira página da pesquisa , primeiro item, ele ficou todo cheio... e eu … ah! Eu fiquei muito feliz.... e animada para continuar quem sabe por mais um ano... ou enquanto tiver quem me leia.

Desejo a todos um inspirador fim de semana.

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quarta-feira, maio 27

Nova ortografia:

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Algumas dicas

Blogueiros e internautas lêem e escrevem com muita freqüência, portanto, mais cedo ou mais tarde terão que se preocupar com a tal da Reforma, mas com tranqüilidade, sem enjôo. O período acima foi escrito apenas chamar a atenção para alguns aspectos do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (As palavras em itálico grafam-se agora, respectivamente: leem, frquência, tranquilidade, enjôo).
.
Firmado entre Angola, Cabo Verde, Guine-Bissau, Moçambique, Portugal, SãoTomé e Príncipe, Timor Leste e Brasil, o bloco de falantes de Língua Portuguesa, o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa entrou em vigor em janeiro de 2009.


O Português é a oitava língua mais falada no mundo e, desde 1986, é uma das línguas oficiais da União Européia (ex-CEE). É a língua oficial em oito países de quatro continentes, e é falada também em regiões como Macau, Goa, Damão e Diu e na Galizia.

Língua Portuguesa não é exatamente minha praia, mas vou comentar o Acordo naquilo que há de mais palpável, visto que é uma dificuldade de todos nós falantes (e “escreventes”) da língua, e na condição de leitor, leigo e observador.

De inicio não vejo nenhuma aplicação prática, ou urgente para o falante da língua; a pronúncia das palavras não muda. Só consigo visualizar esta ação como uma medida internacional com o propósito de promover a cooperação e o intercâmbio cultural, e o de uniformizar e difundir a língua portuguesa de forma globalizada. Aquela estória de facilitar o processo de Globalização, o que ocorre inicialmente com a formação de blocos de países que falam a mesma língua e defendem interesses comuns.

Dentre as mudanças, estas são de fácil assimilação:

1- Elementar: todos os países falantes da Língua Portuguesa, não só o Brasil, introduzirão modificações na sua escrita, com o fim de unificá-la;
2- O óbvio: como o próprio nome diz, o acordo é ortográfico, a pronúncia das palavras não muda;
3- O alfabeto: passa a ter 26 letras. As letras k, w e y, que na prática nunca deixaram de ser usadas, passam a incorporar oficialmente o alfabeto da Língua Portuguesa;
4- O trema ( ¨ ) foi definitivamente abolido. Apenas palavras de origem estrangeira, como Müller, por exemplo, conservarão o sinal;
5- Não se acentuam mais os ditongos oi, ei, da sílaba tônica de palavras paroxítonas. Ex.: idéia, assembléia, jibóia, grafam-se agora ideia, assembleia, jiboia, sem acento agudo;
6- Perdem o acento palavras paroxítonas que contem e tônico oral fechado, em hiato, com a terminação em. Ex.: crêem, vêem, dêem, prevêem, grafam-se creem, veem, deem, preveem, sem acento circunflexo;
7- Também perdem o acento circunflexo a vogal tônica fechada com grafia o em palavras paroxítonas. Ex.: enjoo, voo, povoo ficam sem o acento circunflexo.

Já existem programas que fazem a correção automática, e muitos sites na net proporcionam maiores esclarecimentos.

Existem, porém, alguns aspectos polêmicos, onde os próprios gramáticos não se entendem. No capítulo que trata de grafia de palavras compostas, a hifenização é um dos aspectos mais complicados, muitos vocábulos aparecem grafados de formas diferentes em dicionários atualizados. Por exemplo, o dicionário da Academia Brasileira de Letras grafa Dia a dia, Faz de conta, enquanto o novo Houaiss grafa, respectivamente, Dia-a-dia, Faz-de-conta, com hifem.

O prazo para a transição e incorporação plena da reforma ao sistema de ensino é até 2012. Vamos torcer para que estas arestas sejam aparadas até lá.
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segunda-feira, maio 25

Segunda-feira Ingrata

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caos em Fortaleza
fotos:Alex Costa, Ana Maria Sugette




Depois de um fim de semana movimentado, em que o que você menos fez, foi descansar... apesar de ter ido para a cama às 22:00hrs, coisa rara nos dias de hoje... e mesmo tendo dormido feito uma pedra.

Quando o despertador toca na segunda-feira é um tormento...você abre o olho e lembra que tem que começar a rotina de novo...confesse você tem vontade de chorar... por mais trabalhador que seja, quando pensa em enfrentar o transito, o chefe...

Sem contar que quando você toma o café na segunda-feira, ai tudo que você colocou de lado no fim de semana, para que pudesse relaxar... volta com força total... todos os problemas que fazem parte do nosso dia-adia.

Mas como não tem solução mesmo, o jeito é enfrentar os nossos compromissos... inclusive o meu com vocês... que por não ter aprontado nada para colocar aqui... estou com esse papo besta... de blogueiro sem inspiração e com uma ressaca de fim de semana ... querendo voltar para os lençõis, pois está chovendo e fazendo um friozinho gostoso... conspirando com a preguiça.

Vocês não fazem idéia do quanto tem chovido nessa terra (Fortaleza-Ceará), é muita água... não lembro nos últimos 10 anos de ver tanta chuva... a cidade está acabada, cheia de buracos, sem contar o número de pessoas desabrigadas, lavouras perdidas... pede-se tanta chuva para o sertanejo e quando ela vem como agora, é tão devastadora ou talvez pior que a seca... pois quando é tempo de seca não se cria expectativa, e em tempo de chuva em que o agricultor cheio de esperança investe tudo acreditando que vai ter uma boa safra e vê tudo debaixo d'água é de cortar coração, principalmente os pequenos agricultores que dependem de suas roças para a sua subsistência.

Mas não podemos desanimar ... é continuar com as mangas arregaçadas para construir dias melhores...nem que isso só comece na terça para não perder o fio da meada do texto.

Desejo à todos uma semana produtiva.


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Viva la vida - Coldplay
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sexta-feira, maio 22

Gentileza gera Gentileza

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Foi lançado em Fortaleza por Leonardo Guelman o livro ”Univvverrsso Gentileza”, que fala da vida de José Datrino, conhecido como Profeta Gentileza.

O profeta , que foi tido como louco pela própria família, foi preso, ouvia vozes que o estimulavam a pregar uma nova condição para o ser humano e espalhava cartazes pelas ruas do Rio de Janeiro e até outros estados, esteve no Ceará em 1982 e 1988, sempre divulgando suas mensagens, que para muitos parecia coisa de excentrico... mas que estão até hoje marcadas e fazem parte do patrimonio cultural dos cariocas, seus murais em verde, amarelo azul e branco , nas 56 pilastras do viaduto do caju, inicio da Avenida Brasil , a caminho da rodoviária Novo Rio, num verdadeiro Livro Urbano.


José Datrino, paulista da cidade de Cafelândia , (1917-1996) deixou a família para se tornar mensageiro da paz, no início dos anos 60. Haveria até uma marca dramática: a morte da mulher e dos cinco filhos no trágico incêndio do Gran Circus Norte-Americano, em Niterói, em 1961. “Na verdade, sua família não morreu, mas seis dias depois, dirigindo um caminhão, ele teve sua revelação em Nova Iguaçu. Essa é apenas uma das lendas que cercam Gentileza.

Nos dias de hoje onde a violência impera, não se conhece mais o seu vizinho, muitos sequer sabem o que é dar um bom dia... um pouco de gentileza entre as pessoas faria toda a diferença.

Ofereço esse post ao Amarísio a pessoa mais gentil que conheci na net, e que fez aniversário esse mês, desejando que a gentileza nunca o deixe.



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Profeta Gentileza



pesquisei aqui
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quarta-feira, maio 20

O preço do progresso

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A agonia de um gigante
Ivan Rodrigues

Passar pela Amazônia e sair de lá sem alguma estória para contar é algo quase impossível. A Região é um bioma de diversidade indescritível, imensurável, e talvez por isso ainda pouco conhecida. Cenários e estórias inimagináveis se descortinam diante de quem pisa aquele chão pela primeira vez.
Muitas imagens ficam impregnadas na memória do visitante urbano. A biodiversidade, a fartura do pescado, a embarcação como principal modal de transporte, os mitos, a culinária, o desmatamento, enfim, a Amazônia é uma região onde tudo é superlativo, inclusive os esforços para se levar o “progresso” até lá, ou, para impedir que ele chegue.
As obras de implantação do aeroporto mais novo da Amazônia, de classe internacional, estavam em andamento. Sua construção, como toda grande obra no seio da Amazônia, seria desafiadora. O acesso ao local, a cerca de 25 km da capital, se fazia pela BR-364. A instalação do canteiro de obras, a demarcação do eixo da pista, a abertura das clareiras, a terraplenagem, tudo era sacrificado.

Implantar mais um aeroporto na maior floresta tropical do mundo não seria fácil. Imaginem construir uma pista de pouso de concreto asfáltico, com mais de dois mil metros de comprimento, por 45 metros de largura, com o agravante de que na região, cujo solo é formado de sedimentos não consolidados, há escassez de pedra britada, indispensável a qualquer construção. Para se produzir concreto ali muitas vezes é necessário se transportar a brita por até três mil quilômetros. Cada dia era um desafio.
Abertas as clareiras e a faixa de pista, observou-se que os operadores de máquinas davam voltas em torno de um determinado ponto, como se evitassem um obstáculo. Logo ficou claro. “No meio do caminho havia uma pedra”. Exatamente no alinhamento do eixo da pista, onde seria a cabeceira 24, havia uma castanheira gigantesca, da espécie Castanheira Gigante (Bertholletia excelsa), que resistia incólume. Que árvore!
Avaliada pelos topógrafos, tinha mais de cinquênta metros de altura.
Seu tronco media na base, quase três metros de diâmetro. Os mateiros davam-lhe mais de quinhentos anos de vida.
Diariamente os operários resmungavam quanto a ter que derrubar aquele gigante. Por outro lado, o projeto de um aeroporto é algo tão grandioso que não se pode nem pensar em mudanças por causa de uma “arvorezinha”. Porém, sua imponência exercia um enorme fascínio sobre todos. Operadores e engenheiros pareciam concordar, em deixá-la ali até que tudo estivesse quase pronto. Assim fizeram. A árvore permaneceu lá, altiva, durante toda a obra.
A obra durou vários anos. A castanheira testemunhara o esforço de cada profissional para trazer, com urgência, nas asas do mais-pesado-que-o-ar, o progresso àquela região tão carente de transportes. O aeroporto existente na cidade enfrentava problemas judiciais e seria desativado. Por conta de tão nobre propósito talvez os perdoasse por tirarem-lhe a vida.
Linheira e perfeitamente vertical, a castanheira parecia um obelisco plantado ali como marco da construção faraônica que era tocada a braços fortes. Na verdade aquele “monumento”, símbolo de resistência da floresta e da generosidade da natureza, parecia estar lá para cobrar que fosse justo o preço de seu sacrifício.
Nos finais de tarde, ao se recolherem aos alojamentos, os operários fitavam-na de longe. Era como uma guardiã do merecido descanso de todos. Velava-lhes o sono. Era a última a ver o por do sol e a primeira a despertar com ele. Também pudera, não havia nada mais alto num raio de muitos quilômetros.
A obra avançava. A preparação do subleito, a compactação da base, cada etapa, a seu tempo, parecia prenunciar o fim de uma existência vegetal que se especulava ser quincentenária. O terminal de passageiros estava em fase avançada e a primeira camada de concretagem da pista já concluída.
Até ali, a castanheira havia trocado a folhagem várias vezes. A natureza tinha sido generosa com ela nestas últimas primaveras, sua copa apresentara-se sempre exuberante. Abrigara e alimentara ainda muitos pássaros e primatas.

Porém, esta seria sua última folhagem. Já não tinha o mesmo viço. Parecia perceber a proximidade do fim.
As moto-niveladoras já descansavam nas oficinas. A sinalização de pista estava em andamento, a cabeceira oposta pavimentada e sinalizada. Hora de eliminar os últimos obstáculos da cabeceira 24.

A castanheira acompanhou toda a obra, dia após dia. Só lhe faltavam crachá e cartão de ponto. Agora seu aspecto era triste, cabisbaixo. Ou será que nós é que espelhávamos nela nossa tristeza? Cairia em breve, mas não seria uma simples “pedrada na cabeça” que a faria tombar.
Chegado o fatídico dia - Sítio Aeroportuário pronto - a matriarca da floresta finalmente teria que sair dali. Mas, naquela manhã chovia muito, os céus pareciam chorar sua perda, as máquinas não poderiam trabalhar naquelas condições. O corte fora então remarcado para o dia seguinte. Viveria mais um dia!

Seu fim teria que ser um dia de honrarias.
O sol viria contemplá-la, os pássaros, que por tantos anos fizeram abrigo entre suas folhagens, não deixariam de vir homenageá-la. Não poderia ir-se num dia chuvoso e triste.
Na hora do infortúnio, o sol foi o primeiro a chegar. Brilhante e dourado como nunca se havia visto. Não abandonaria nesta hora a companheira que por centenas de anos o esperou nascer e nos fins de tarde, por sobre o canopy da floresta, o observou deitar-se.
Ao primeiro ronco das máquinas, como numa coreografia ensaiada com zelo, uma revoada de pássaros parte das entranhas de sua copa fazendo algazarra. Araras, papagaios e muitos outros pássaros menores. O gavião-real, a ave de rapina mais forte do mundo, que por vezes fizera pousada ali, enflechava o voo em formação. Os mangangás, que por anos a fio fizeram a polinização da Bertholletia excelsa, vieram prestar-lhe honras. Primatas e roedores observavam tudo de longe escanchados em outras árvores. A castanheira lançava seu último olhar sobranceiro, não veria o por do sol naquele dia. Agradecida pela festa, agora veria tudo por outro ângulo.
Não se pode conter o progresso, mesmo que se resista por quinhentos anos. Um dia ele chega implacável.
.


O corte foi uma operação de guerra. A castanheira desapareceu dando lugar a muitos metros cúbicos de toras, como ocorrera com centenas de outras da sua espécie. Ficou um tremendo vazio. Se servir de consolo, ela ainda terá uma sobrevida, em alguma palafita de ribeirinhos ou flutuando no casco de alguma embarcação pelos rios da região. Afinal de contas, uma existência de meio milênio não acaba assim.
Hoje, quem pousa no Aeroporto Internacional de Rio Branco, inaugurado em 1999, não imagina que por centenas de anos estiveram assentadas ali as raízes da Bertholletia excelsa. No futuro, será que ainda poderemos vislumbrar a gigantesca floresta que ali esteve assentada por milhões de anos?

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segunda-feira, maio 18

Inicio de semana

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Segunda-feira...

Amanheceu chovendo.... depois de ter passado o fim de semana numa pousada em uma praia linda, o mar estava belíssimo , nunca tinha visto tão belo, talvez porque estava feliz, quando se está feliz tudo fica mais bonito.

Tinha planejado esse fim de semana com bastante antecedência, embora não tivesse a certeza de que estaria acompanhada , motivos mil impedia que a pessoa que queria que desfrutasse desse paraíso pudesse ir.

As vezes parece que tudo conspira a favor … pois foi assim nesse fim de semana, e ela pode desfrutar daquele lugar paradisíaco, com o sol brilhando durante o dia e a lua a noite, acompanhada.

Caminhou pela areia, tomou banho de mar, pescou, ficou de papo para o ar, namorou ...

Não entende como conseguiu passar tantos meses sem tirar um fim de semana que fosse para si.

Sente-se renovada... pronta para enfrentar o que vier pela frente nos próximos dias.

Decidiu que a partir de agora não ficará tanto tempo sem cuidar do seu bem estar.

Tomou o seu café … e foi enfrentar a vida com um sorriso no rosto.


********************************



Não há
homem ou mulher que por acaso
não se tenha olhado ao espelho
e se surpreendido
consigo próprio.
Por uma fração de segundo
a gente se vê
como a um objeto
a ser olhado.
A isto
se chamaria talvez
de narcisismo,
mas eu chamaria de:
alegria de ser.
Alegria de encontrar
na figura exterior
os ecos
da figura interna:
ah, então é verdade

que eu não me imaginei,
eu existo.

Clarice Lispector


Desejo a todos uma semana produtiva

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sábado, maio 16

Desejo ...

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Quantas vezes na vida passamos por dias difíceis, em que desejamos que acabem logo...e eles passam e vem os dias bons e calmos e desejamos que eles não acabem, mas assim meio sem acreditar que eles durem por muito tempo.

A vida é feita de dias bons e dias ruins, mas se você observar direito vai perceber , que na grande maioria das vezes eles não são totalmente ruins , nem totalmente bons, quase sempre há um equilíbrio.

Agora há os dias excepcionais. Hoje é um desses dias. O dia do aniversário do meu filho do meio … o Felipe já falei dele aqui ... pois é ele foi o protagonista dessa cena que descrevo nesse post. Hoje ele é um lindo rapaz e não entende as coisas ao pé da letra (só de vez em quando), só quando quer me contrariar.

Ele também anda se arriscando na net... ainda escolhendo que rumo vai dar ao seu espaço. Se quiserem conhecer um pouco mais vejam aqui

Desejo a ele um futuro maravilhoso (que apenas está começando), que não tenha medo de ir atrás dos seus sonhos.

Escolhi essa música por gostar da sua mensagem, e ele assim como eu é movido a música.


Amor para recomeçar

Eu te desejo não parar tão cedo
Pois toda idade tem prazer e medo
E com os que erram feio e bastante
Que você consiga ser tolerante
Quando você ficar triste
Que seja por um dia, e não o ano inteiro
E que você descubra que rir é bom,
mas que rir de tudo é desespero

Desejo que você tenha a quem amar
E quando estiver bem cansado
Ainda, exista amor pra recomeçar
Pra recomeçar
Eu te desejo, muitos amigos
Mas que em um você possa confiar
E que tenha até inimigos
Pra você não deixar de duvidar
Quando você ficar triste
Que seja por um dia, e não o ano inteiro
E que você descubra que rir é bom,
mas que rir de tudo é desespero
Desejo que você tenha quem amar
E quando estiver bem cansado
Ainda, exista amor pra recomeçar
Pra recomeçar

Eu desejo que você ganhe dinheiro
Pois é preciso viver também
E que você diga a ele, pelo menos uma vez,
Quem é mesmo o dono de quem

Desejo que você tenha a quem amar
E quando estiver bem cansado
Ainda, exista amor pra recomeçar
Pra recomeçar
Pra recomeçar.


Desejo a todos um fim de semana de desejos realizados.

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quinta-feira, maio 14

Poesia comentada

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Voltando para Ítaca




Quem estudou um pouco de literatura ou aprecia os Clássicos certamente lembra dos poemas épicos de Homero, ou pelo menos já ouviu falar na Ilíada e na Odisséia.
A Ilíada conta, em versos, a Guerra de Tróia e a Odisséia narra, também em versos, a Viagem de Ulysses de volta a Ítaca, sua ilha natal. Em 24 cantos contém 12.000 versos, tratando de vida doméstica e viagens fantásticas.
A narrativa dos poemas de Homero estabeleceu estereótipos presentes até hoje na cultura ocidental. O guerreiro que luta pela sua pátria, Itaca que passa a imagem do lar seguro para o repouso do guerreiro; Penélope, a esposa que espera o marido, incansável.
Apesar do assédio de pretendentes que lhe diziam ter Ulysses morrido em batalha, Penélope esperou por ele por mais de dez anos, tempo que durou a Guerra de Tróia.
Muitas figuras de pensamento ou de linguagem, cunhadas nessa literatura, são ainda revisitadas na literatura moderna. Expressões como “a vingança é um prato que se come frio”, “agradar a gregos e troianos”, “presente de grego”, cavalo de tróia e muitas outras, encontram suas raízes nesses Clássicos gregos.


É admirável a firmeza com que Ulysses persistiu, incansável, na luta para voltar para sua família. Enfrentou ciclopes, monstros marinhos, mas não desanimou, não se desviou de seu objetivo. Voltar para casa. E isto foi fundamental para o sucesso dele, inclusive na luta contra os deuses. Aliás, parece ser o ideal de todo homem ter uma Ítaca para retornar e uma Penélope à sua espera.
Essa, porém, é a visão clássica da história. Alguns séculos depois de Homero, em 1911, o escritor, também grego, Konstantinos Kavafis, teve outra visão da Odisséia, que ele expressou no poema Ithaca. Vamos ver essa idéia?


Ithaca


K. Kavafis.

Se partires para Itaca,
que seu caminho seja longo,
repleto de aventuras, repleto de saber.
Nem Lestrigões nem os Cíclopes
nem o colérico Poseidon te intimidem;
jamais os encontrarás no teu caminho
se alto mantiveres teu pensamento, e
se sutil emoção teu corpo e teu espírito tocar.
Nem Lestrigões nem os Ciclopes
nem o bravio Poseidon hás de ver,
se não os levares dentro da alma,
ou se tua alma não os puser diante de ti.
Rogues que o caminho seja longo.
E numerosas as manhãs de verão
as quais viverás com prazer e alegria,
tu hás de entrar em portos nunca vistos
para correr as lojas dos fenícios
e colher o que há de melhor:
madrepérolas, corais, âmbares, ébanos,
e perfumes sensuais de toda espécie,
quanto houver de aromas voluptuosos.
A muitas cidades do Egito deves ir
para aprender com os sábios
e de um povo que tanto tem para ensinar.

Tenha sempre Itaca na mente.
Estás predestinado a ali chegar.
mas não apresses a viagem nunca.
Melhor que a jornada leve muitos anos
e que teu barco só ancore na ilha
Quando estiver velho enfim,
rico de quanto ganhaste no caminho,
sem esperar que Itaca te de riquezas.

Uma bela viagem deu-te Itaca.
Sem ela não te ponhas a caminho.
Ela já te deu tudo
Nada mais pode te oferecer.
se achas que Ítaca é pobre.
Itaca não te iludiu,
Tu te tornaste sábio,
E viveu uma vida intensa,
e este é o significado de Ítacas.


(Tradução livre, do Inglês)


Existem obstáculos na vida que são inevitáveis. São barreiras que teremos que enfrentar para crescermos física, mentalmente e espiritualmente. Para evoluirmos como seres humanos. Por exemplo, o tempo, as limitações próprias do ser humano, a dor, o aprendizado. Há hora de plantar e de colher. Tudo tem um tempo para acontecer e um período de maturação, não adianta “brigar com os deuses”. Então por que não aproveitar tudo da melhor maneira possível, sem pressa de voltar para Ítaca?
...


Acredito que foi essa a idéia de Konstantinos. Interessante!

Então, voltando para Ítaca, reserve algum tempo para apreciar as flores.
Não apresse sua viagem, viva intensamente cada dia!

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quarta-feira, maio 13

Selos e Memes

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Recebi da Beth Cruz do Blog Leões e Cordeiros . o selo "ONE LOVELY BLOG AWARD", a quem agradeço pela amizade.



Repasso para:
Toques de Prazer
duas por todas
Val é arte na veia!
Dose Dupla
Fofocas de Marte





O selo somos Mulheres bem resolvidas recebi da Mis do blog
Dose Dupla e da Beth Cruz do blog Leões e Cordeiros . o meu muito obrigado as duas por prestigiar o Voz Ativa.


Repasso para:

Juliana Lira
Luz de Luma
Mary Pop
Os pensamentos de Eu e Ela
Perfume de Afrodite



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terça-feira, maio 12

Divulgando um Blog - GF Soluções

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Blog do Gustavo, completa um ano e quem ganha presente somos nós

O blog do Gustavo, GF Soluções, completa um ano no dia 15 de Maio e nós é que seremos presenteados . Além de uma série de posts que nos ajudarão a melhorar nossos espaços, ainda vai ter sorteio de premios.


A seguir trechos dos dois primeiros post que compoem a série de textos escritos pelo Gustavo, para ler na integra é só clicar no link.


Veja como concorrer e quais serão os premios ofertados.

O mês de Maio é um mês especial para mim e para o GF Soluções. No dia 15 de Maio de 2008 eu publicava meu primeiro artigo nesse espaço. O artigo intitulado “Wordpress: Uma odisséia pessoal” relatava as dificuldades encontradas para ter meu blog em wordpress instalado e funcionando. Não passava pela minha cabeça a evolução que teria juntamente com o GF nesses 12 meses na blogosfera, nem dos amigos que faria através desse espaço.... Para ler o texto na íntegra leia aqui



Como participar da premiação

Até o dia 15 de maio de 2009 vou escrever alguns artigos aqui no GF Soluções com dicas e sugestões de artigos e tarefas que você pode desempenhar, ou não, no seu blog para aumentar o número de visitantes e comentários, entre outras dicas de otimização e SEO simples. o objetivo é presentear você, amigo leitor fiel, com dicas que possam te ajudar a aparecer ainda mais na blogosfera.

Você pode concorrer aos prêmios de duas maneiras. A primeira é se você for assinante dos feeds do blog. Um prêmio será exclusivo para esses amigos leitores que sempre acreditaram e acompanharam o desenvolvimento do GF Soluções. É um agradecimento especial a eles. A outra maneira de concorrer é participar dos artigos que serão escritos para essa comemoração, através do formulário de comentário. Deixou um comentário, já está participando. Apenas uma ressalva aqui, comentários muito simples como “valeu!”, “ok”, “tô participando”, entre outros do gênero não serão aceitos e ainda removidos. Então peço que parem por 1 ou 2 minutos para fazerem o comentário...
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Depois de ler o post é só acompanhar o que está sendo publicado e tirar o melhor proveito dessas informações.

Como leitora fiel, assinante do feeds, portanto o Voz Ativa, já está concorrendo aos premios, e de quebra estamos aprendendo como melhorar o nosso espaço.

Ao Gustavo meus parabéns … que seu espaço tenha vida longa...e todos nós só teremos a ganhar. Nós que fazemos o Voz te desejamos muito SUCESSO.




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domingo, maio 10

Vida

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Second lifes...

Anônimo


Amanheceu.

Abro os olhos e procuro o celular. Na tentativa de alcançá-lo esbarro na taça de vinho que dividimos na noite anterior.Tem o batom dela na borda. Pego o telefone, busco seu nome na agenda e disco: 8867... não atende. Confirmo o numero, ligo outra vez; deixo chamar até cair na caixa postal. Talvez ela não queira atender; prefiro acreditar que ainda esteja dormindo. É muito cedo.

Poderíamos ter passado a noite juntos no hotel, mas Amanda preferiu ir embora naquela noite mesmo. Sem despedidas – disse ela. Seria mais fácil para nós dois. As despedidas nem sempre são bem resolvidas, preferiu evitá-las.

O perfume de Amanda está no telefone, nos lençóis, em mim, inunda o quarto. É como se ainda estivesse por ali. Entro no chuveiro ainda com o cheiro dela em meu corpo. Embora não deseje, preciso livrar-me dele.


Já no aeroporto volto a ligar; de novo caixa postal. No coffee shop, enquanto tomo um cafezinho vou me desfazendo dos indícios da presença dela. Recadinhos da portaria, cartões, mimos. Nesse meio tempo passa um flashback daqueles últimos dias. Levará algum tempo para esquecê-los. Não é nenhum longa-metragem, mas as cenas são fortes. Prossigo apagando minhas pegadas.


“Vôo 3255, embarque imediato, portão D”.




Meu vôo, tenho que ir. Não consegui falar com ela. A caminho do portão de embarque tento novamente. Não atende. Gostaria de dar-lhe mais um beijinho, mesmo que por telefone. O caminho parece longo até a aeronave; recuaria se pudesse. Talvez nunca mais a veja.

“...a partir deste momento desliguem os aparelhos celulares”.

Antes de desligar o aparelho, enquanto caminho para a aeronave, deleto Amanda “definitivamente”. Nome, número, dezenas de mensagens, fotos. Apago tudo.

Sinto-me como se transitasse entre dois mundos incompatíveis. É preciso passar por uma câmara de descontaminação. Ali desfaço-me dos resíduos, dispo-me das roupas de proteção, retiro as máscaras. Mais alguns minutos e estou no ar. É como se todas as conexões se desfizessem ali, na decolagem.

Durmo por duas horas. Os solavancos de uma área de turbulência interrompem meu sono reparador. Logo em seguida a chefe de cabine anuncia: “aeronave em procedimento de descida, afivelem os cintos e retornem o encosto de suas poltronas à posição vertical”.
...

É o fim da catarse. O sono foi a última etapa. A partir dali invisto-me dos acessórios de um outro mundo. Outros perfumes, outros sorrisos, novas expectativas.

“Em Porto Alegre tempo bom, temperatura 25 graus. Tenham um bom dia!”

No desembarque, “nova” recepção. A sensação de estar outra vez em um porto seguro, mesmo que seja outro, é confortável. Coração outra vez acelera. Mas é como acordar de um sonho proibido, inconfessável.

Talvez nunca volte aquele lugar, assim como não voltei a tantos outros. Talvez nunca volte a ver Amanda.

Entre embarques e desembarques, outras Amandas, no celular, na memória.

(...)

Outra vez na sala de embarque... “Voo 3054, para Congonhas, última chamada”...

São Paulo, 18 de julho 2007.
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Avião com 176 pessoas a bordo bate e pega fogo em Congonhas
...

Um Airbus A320 com 176 pessoas a bordo que chegava de Porto Alegre se chocou no início da noite desta terça-feira (17 de julho 2007) com um terminal de cargas do aeroporto de Congonhas, São Paulo e pegou fogo. O acidente é o maior da aviação no país, sem sobreviventes.

...............................................................................Foto: agenciabrasil
...
Quantas estórias acabaram ali!
Amanda deve estar aliviada; meu nome não consta da lista de passageiros. Voaria para o Rio naquela tarde.

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sexta-feira, maio 8

Divã

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Estreou nos cinemas dia 17 de Abril , o filme Divã, é inspirado na obra de Martha Medeiros e dirigido por José Alvarenga Jr.

Tem como atriz principal Lília Cabral, e o enredo gira em torno de Mercedes, uma mulher de 40 anos , casada com Gustavo (José Mayer), mãe de 2 filhos, tem uma grande amiga ; Mônica (Alexandra Richter ).

Mercedes resolve procurar um psicanalista, por curiosidade, mas isso vai mudar a sua vida, ela vai descobrir várias Mercedes: ciumenta, sensual ,apaixonada, com cenas que vão do choro ao riso, o que faz com que o filme seja diversão garantida.

O filme ainda conta com a presença de Reynaldo Gianecchini, Cauã Reymond e Paulo Gustavo.

Divã alcançou 1,7 milhão e reais em bilheteria. Desbancou Velozes e Furiosos 4, que conseguiu 1,2 milhão de reais.
Até domingo, em sua segunda semana de exibição, o filme de José Alvarenga já havia levado mais de 500 000 pessoas aos cinemas.
O desempenho de Divã em relação a Velozes e Furiosos é mais impressionante pelo fato de que o filme americano estava sendo exibido até domingo em 222 cinemas e o brasileiro em 180.

Se você ainda não assistiu, vale a pena conferir.


Desejo a todos um bom final de semana.



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quarta-feira, maio 6

O que lhe atrai num blog?

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O Voz Ativa acabou de completar um ano, e eu aqui matutando e me perguntando. Como consegui manter o interesse das pessoas pelo espaço? O que me leva a visitar um blog ? O que me faz voltar?

Uma amiga uma vez me disse os motivos que na sua opinião levam as pessoas a um blog. Foi mais ou menos assim: quando o blog tem um conteúdo de qualidade que bate com o que ela gosta de ler. Mas, segundo ela o que leva as pessoas ao Voz, é a minha pessoa... pois acha que as acolho, sou simpática, mais ou menos isso ...gostaria de lembrar as suas palavras exatas, mas não lembro, se ela aparecer pode me corrigir, claro que essa é uma opinião pessoal, mas se for isso mesmo, fico muito feliz. (esse comentário foi feito antes da chegada do Tony).

Eu visito um blog na maioria das vezes por um comentário que o dono do espaço faz, ou pelo titulo do mesmo, aqui no meu blogrool tem um bom exemplo disso, o Alterado e Sequelado. Como resistir a esse título? Você fica curioso para descobrir o que e quem comanda o espaço.

Visita feita, se o blog não tiver um conteúdo interessante, não volto. Também é muito chato quando você entra num blog e ele é pesado demais, demora um tempão para carregar, o conteúdo é interessante, mas a paciência acaba antes que a página carregue, também não gosto de blogs com muitos anúncios, às vezes tem umas poucas linhas escritas o resto é anúncio e onde você clicar vai abrir uma página de algum anunciante, não dá vontade de retornar à esse tipo de espaço.

Gosto de comentar. Quando comentamos estamos prestigiando quem escreveu o texto que lá está, claro que isso não é obrigatório, observo que a maioria dos comentários são feitos por colegas blogueiros , gostaria de ter mais comentários dos chamados leitores que apenas navegam em busca de novidades ou chegam ao espaço através de uma busca específica.


Quando sei que o dono do espaço costuma responder aos comentários sempre que posso volto para dar uma olhada no que ele respondeu ao meu comentário, você conhece muito da pessoa pelos seus comentários... pois acabam colocando o que realmente pensam , exceto quando elogiam você, não que você não mereça o elogio... mas é que tem pessoas muito gentis e que massageiam o nosso ego.

E vocês o que os faz voltar ? O que não gostam?

Opine, pois a sua opinião pode melhorar o Voz e se você for blogueiro pode melhorar o seu espaço também.


Uma música. Um mimo para a minha amiga Mineira do Matutando (ver link ao lado), que anda meio esquecido. Ela está na terra da Rainha e por isso não tem conseguido atualizar o seu espaço com a frequência que gostaria. Foi no seu espaço que comecei a tomar gosto pelo mundo virtual.



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segunda-feira, maio 4

Festas Juninas

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"O Maior São João do Mundo"



Falar do dia do trabalhador ou do dia das mães, que se aproxima, seria assunto muito previsível hoje. Não que eu os julgue assuntos de menor importância, não, mas acredito que não faltará quem queira falar dos temas durante a semana. Hoje loguei com vontade falar de Festas Juninas.

Dizer que o Brasil é um país continental é outra mesmice, não é mesmo. Mas o clichê me servirá como ponto de partida. Por ser um país continental, o Brasil é rico em identidades regionais que se revelam em manifestações culturais localizadas. No sul as tradições gaúchas são muito fortes, no Amazônas os costumes indígenas e a Festa do Boi (garantido e caprichoso) são as manifestações mais marcantes, no Rio de Janeiro o Carnaval e no nordeste, entre outros eventos, as festas juninas são o sumo da cultura nordestina.

Agora, em maio e junho, tem lugar no nordeste uma batalha cultural homérica. Uma festa onde tudo é grandioso. O título de melhor festa junina do Brasil é bastante disputado por baianos, pernambucanos e paraibanos. Porém a rivalidade se revela maior no eixo Caruaru-Campina Grande.

Trata-se da “briga” entre Caruaru - Pernambuco, e Campina Grande - Paraíba, pelo título do Maior São João do mundo durante as festas juninas. A pendenga é folclórica e nisso quem ganha é o público. O ribuliço já começa em maio e vai até o final de junho. Campina Grande fica a 120 km de João Pessoa, Paraíba, e Caruaru a 132km de Recife, Pernambuco, ambas no meio do sertão nordestino. E as duas distam cerca de 130 km uma da outra. Para quem curte forró e quadrilhas juninas é tudo de bão.

As festas juninas tem sua origem lá no Egito antigo. Quando a região passou ao domínio romano esses costumes chegaram a Europa, principalmente Espanha e Portugal. Muito tempo depois com o domínio português no Brasil, essas tradições chegaram até aqui. A festa tem fundamentação religiosa onde são homenageados Santo Antonio (13/06), São João (24/06), e São Pedro (29/06).

Mas o caboco tem que ser arretado. O evento, ou eventos, que dura cerca de 45 dias reúnem dezenas de bandas de forro e cerca de 200 trios elétricos. E como a briga é pelo título de melhor, tudo é grandioso. A maior fogueira do mundo, a maior pamonha, o maior cuscuz do mundo, e por aí vai. Quem não é o maior tem que ser o mió. Para quem quer conhecer a cultura nordestina e é “doido por forró” não tem tempo mió. É bomdimais!

Tem concurso de quadrilhas, legítimo forró pé-de-serra, bandas de pífaros e cantores regionais. Em Campina Grande tem até o Trem do Forró, com oito vagões de puro forró pé-de-serra. E a culinária local é um atrativo a mais. Irresistível!

Em Caruaru pode-se ver a queima de milhares de fogueiras que iluminam as ruas da cidade em homenagem aos Santos Padroeiros da Festa. Ah, e não esqueça a Feira de Caruaru, patrimônio cultural.

O público é estimado em 1,5 milhão de pessoas durante os festejos, o que gera uma arrecadação de cerca de R$ 20 milhões e mais de 2.000 postos de trabalho. O evento é tão grandioso que é financiado por prefeituras e Governo do Estado.

Qual o melhor? Se é Campina ou Caruaru, é o que menos importa, nessa briga quem ganha é nóis. É só pruveitá o arrastapé e o rela-bucho. Ocê só tem qui dicidi: vai pra Campina ô pra Caruaru?
.
A arenga também fica por conta de cordelistas e repentistas:

***

Meu poeta campinense
Antes que padeça rouco
Vou então falar um pouco
Do seu grande São João
Turistas mais de um milhão
Da nação e até de fora
E por vinte e quatro horas
Tanta dança e mais chamego
Que haja raça e resfolego
Pra aguentar o seu rojão.
***
Mestre Antônio Mulatinha
Tudo o que possa pensar
A cabeça de um cristão
Sobre o que tem num lugar
Numa festa de São João
De fato tem nessa terra
Tem um arraial gigante
Com artistas populares
Dos diferentes lugares
Pipocando o pé de serra
***
Tem nas ruas da cidade
Todo tipo de quadrilha
O que lá se chama drilha
Na voz da modernidade
Tudo que é apresentação
Dos estilos nordestinos
De Xote, Xaxado, hinos
Do Xamego e do Baião
Lá se encontra de verdade
Cobertos de precisão.
***
Tanta gente, meu poeta
Tanta mulher das rendeiras
Tem fogoza e rezadeira
Inocente ou bem esperta
Uns cabras bacamarteiros
Uns antigos cangaceiros
A contar de Lampião
De tudo lá muito presta
Por isso o santo lhe empresta
O primado do São João.
***
Essa cidade arretada
Pra festa descomunal
Fica toda espoletada
Meu poeta Mulatinha
As comidas, as bebidas
As famílias nas calçadas
Bandeirolas, barraquinhas
Fachadas ornamentadas
Vêm lembrar a Xanduzinha
No tempo de embonecada.
***
Poeta da Mulatinha
Tudo lá é exagerado
O cuscuz, o milho assado
A canjica mais pamonha
E a duração da festa
Por isso tudo, amigo meu
Numa afirmação modesta
Juro por teu São Raimundo
Que melhor São João do mundo
É mesmo o nosso e não o seu.


Trecho do cordel "O Melhor São João do Mundo" de Lucas Tenório
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sábado, maio 2

Poesia

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Amor distante


O amor, assim como a matemática, a música, possui uma linguagem universal. Portanto não importa a localização geográfica ou a cultura, as temáticas se repetem. Alguns dos códigos do amor são os perfumes, os olhares, os gestos, o tato, as vibrações; isso todo mundo entende. Não é raro se ouvir falar de pessoas de nacionalidades e linguas diferentes que se conheceram e se deram muito bem. E na linguagem do amor um dos temas mais recorrentes na literatura é o dilema do amor distante, amar alguém que não está com você.

Nas minhas viagens pela leitura deparei-me com este poema do escritor espanhol José Ángel que retrata bem esse tema. Seria desnecessário traduzí-lo, mas vou fazer a minha leitura:


Canción del´amor lejano

Canção do amor distante



Ella no fue, entre todas, la más bella,
pero me dio el amor más hondo y largo.
Otras me amaron más; y, sin embargo,
a ninguna la quise como a ella.
***
Ela não foi dentre todas a mais bela,
porém deu-me o amor mais profundo e intenso
Outras amaram me mais, mesmo assim
a nenhuma amei como a ela.
***
Acaso fue porque la amé de lejos,
como una estrella desde mi ventana...
Y la estrella que brilla más lejana
nos parece que tiene mas reflejos.
***
Talvez por que a tenha amado de longe
como a uma estrela a partir da minha janela
E a estrela que brilha mais distante
nos parece ter mais reflexos.
***
Tuve su amor como una cosa ajena
como una playa cada vez más sola,
que únicamente guarda de la ola
una humedad de sal sobre la arena.
***
Tive seu amor como uma coisa alheia
como uma praia cada vez mais deserta
que simplesmente protege da onda
uma umidade de sal sobre a areia
***
Ella estuvo en mis brazos sin ser mía,
como el agua en cántaro sediento,
como un perfume que se fue en el viento
y que vuelve en el viento todavía.
***
Ela esteve em meus braços sem ser minha
como a água numa jarra sedenta
como um perfume que se foi ao vento
e que um dia volta com ele
***
Me penetró su sed insatisfecha
como un arado sobre la llanura,
abriendo en su fugaz desgarradura
la esperanza feliz de la cosecha.
***
Invadiu-me com sua sede infinita
como o arado sobre a planície
abrindo em sua ação fugaz
a esperança feliz de uma colheita
***
Ella fue lo cercano en lo remoto
pero llenaba todo lo vacío,
como el viento en las velas del navío,
como la luz en el espejo roto.
***
Ela esteve perto à distância
porém preenchia todo o vazio,
como o vento nas velas do navio
como a luz num espelho quebrado
***
Por eso aún pienso en la mujer aquella,
la que me dio el amor más hondo y largo...
Nunca fue mía. No era la más bella.
Otras me amaron más ... Y, sin embargo,
a ninguna la quise como a ella.
***
Por isso ainda penso naquela mulher
a que amou-me da forma mais profunda e intensa...
Nunca foi minha. Não era a mais bela.
Outras me amaram mais...no entanto
,
a nenhuma eu quiz como a ela.


José Ángel Buesa


Este e outros poemas podem ser encontrados em poesiacastellana.

***

E temática do amor distante continua... com Paulo Ricardo
***






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