quinta-feira, maio 5

Lirismo em Flor, bela...Florbela

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Excelente sonetista, Florbela Espanca teve uma vida breve. Morreu aos 36 anos. Felizmente foi o bastante para nos deixar uma extensa obra poética, rica em lirismo e erotismo. A iconografia da poetisa portuguesa é também muito rica, o que não era muito comum no inicio do século XX. Isto se deve ao fato de que seu pai foi fotógrafo e a usava como modelo para seus ensaios fotográficos.

Entre tantas referencias boas Florbela nos deixou "Saudades".

Saudades! Sim... Talvez... e porque não?...
Se o nosso sonho foi tão alto e forte
Que bem pensara vê-lo até à morte
Deslumbrar-me de luz o coração!

Esquecer! Para quê?... Ah! como é vão!
Que tudo isso, Amor, nos não importe.
Se ele deixou beleza que conforte
Deve-nos ser sagrado como o pão!

Quantas vezes, Amor, já te esqueci,
Para mais doidamente me lembrar,
Mais doidamente me lembrar de ti!

E quem dera que fosse sempre assim:
Quanto menos quisesse recordar
Mais a saudade andasse presa a mim!

Florbela Espanca (Livro de Soror Saudade - 1923)


Boa semana! (com poesia)