Igreja de N. s. das Dores
Após um dia
cheio de atividades, quando chega a noite e o cansaço, a gente até esquece que
as atrações continuam noite adentro e o que se quer mesmo é uma boa cama para
descansar e folhear os livros, jornais, revistas e panfletos conseguidos. A
satisfação é igual a de criança em distribuição de doces. O dia seguinte será
mais um cheio de palestras, entrevistas, shows e mesas de discussão. É preciso
decidir o que se quer ver ou fazer, afinal, não se pode estar em dois lugares
ao mesmo tempo.
Por falar em
dormir, só quem pernoita na cidade durante a Flip tem a chance de observar detalhes
de bastidores. E levantar cedo, se você conseguir, pode proporcionar um
aprendizado a mais.
Durante os
eventos, quando as “estrelas” chegam, e você já está lá sentadinho no ar
condicionado esperando ansioso pelo seu escritor preferido, ninguém imagina
quantos profissionais foram mobilizados para que aquela entrevista fosse
possível. Logo cedo, um verdadeiro “exército” de profissionais de limpeza entra
em ação. É intrigante, mas mesmo num evento cultural, internacional, as pessoas
ainda jogam lixo no chão, nas ruas. Mas até as nove da manhã tudo estará limpo
e arrumado, bilheterias e postos de informações abertos. Até aí, outros
“exércitos” também já estarão a postos. São seguranças, recepcionistas,
técnicos de comunicações e de informática, manutenção elétrica e eletrônica,
copeiros, arrumadeiras, repórteres, imprensa em geral, editoras, livrarias,
comerciantes, patrocinadores, tradutores, interpretes, guias de turismo e
tantos outros. E na hora certa, o seu astro vai entrar e tudo vai funcionar
“perfeitamente”.
Mas, se eu
dissesse que na Flip tudo é perfeito, eu não estaria sendo perfeito, quer
dizer, verdadeiro. Apesar do grande número de pousadas, a capacidade de
hospedagem da cidade ainda é insuficiente e os preços praticados muito elevados
durante a Festa. As condições de saneamento são precárias, talvez por ter que
respeitar o Patrimônio Histórico. O serviço de informação ao turista deixa
muito a desejar, fica muito afastado dos acontecimentos. Uma festa literária
desse nível deveria promover em paralelo uma feira de livros, o que não
acontece. O comercio de livros é monopolizado; se você quiser comprar algum
lançamento terá que dirigir-se a única livraria do evento, que aliás não muda.
A Flip é vista
como um evento democrático. Mas é preciso ter realmente uma visão democrática. É
preciso abrir o evento para outras livrarias, abrir espaço para o escritor
independente, que de uma forma ou de outra está sempre presente, mesmo que como
um “estrangeiro”. A cultura popular aos poucos vem se chegando também. A
Literatura de Cordel já tem representantes na Flip, mas, da mesma forma, como
“penetra”. Artistas de rua, poetas itinerantes, comunidades nativas, também
enriquecem a Festa. É preciso que os organizadores encontrem uma forma de
englobar todas estas vertentes culturais e Paraty não pode se descuidar da
infraestrutura.
A verdade é que
com Flip ou sem Flip Paraty é um passeio que vala a pena!
adaobraga 12p · 662 semanas atrás
kevin · 656 semanas atrás
Tony · 662 semanas atrás
Bom te ver! Os organizadores não estão mesmo preocupados com o visitante, mas tem muita gente que vai todo ano. Quem gostou da hospedagem e quer garantir para o ano seguinte tem que deixar reservado. Mas em geral o publico é sempre renovado.
abraço
adaobraga 12p · 662 semanas atrás
Tony · 662 semanas atrás
Tony · 662 semanas atrás
Obrigado por comentar.
Infelizmente tudo que envolve muito dinheiro está sugeito a ter suas metas desvirtuadas.
abraço
Rangel · 662 semanas atrás