O atentado terrorista de onze de setembro de 2001 nos fez perceber, a duras penas, alguns dos aspectos negativos de um mundo globalizado, que a maioria das pessoas ainda teima em não enxergar. Um deles é o fato de que apelos à ética, à moral, à ordem e ao respeito ao direito do outro, assim como, medidas preventivas de segurança só funcionam para impor restrições a pessoas idôneas.
O terror ainda é o tipo de violência mais perverso e sujo que se pode enfrentar, ou melhor, que não se pode enfrentar, pelo menos com apelos desse gênero. Suas características mais marcantes são o anonimato e a vocação suicida de seus agentes. Sacrificam a própria vida pela “missão”. Nestas condições, nenhuma estrutura social, quer seja física, administrativa ou política, por mais sólida que pareça, jamais estará livre dos tentáculos do mal.
Dez anos se passaram e as imagens do atentado às torres gêmeas ainda chocam, ainda são muito fortes em nossa memória. Muitos americanos que sofreram de perto aquela violência desmedida e sobreviveram ainda padecem dos efeitos físicos e psicológicos da funesta missão. Tamanha catástrofe solidarizou o mundo.
O saldo lastimoso do atentado fez do onze de setembro um dia para reflexões, um dia para se pensar que nenhuma estrutura é inexpugnável e que o inimigo, o terror, usará sempre dos meios mais baixos, mais vis para atingir seu objetivo, se é que existe algum. Na verdade o terror não tem objetivos, tem alvos.
Meu onze de setembro será sempre um dia de quebrantamento. Além de lamentar a inestimável perda de mais de três mil vidas, a lembrança daquele dia nos faz ver, hoje, que de todas as perdas, a maior perda foi moral e emocional. A sala de estar da maior potencia mundial foi violada. Caiu por terra a imagem de fortaleza inexpugnável, superpotência inabalável, e com ela a falsa sensação de segurança que se tinha anteriormente. Quando nos cercávamos das precauções supostamente suficientes e nos sentíamos seguros era porque não conhecíamos o real potencial e a ousadia do inimigo. O homem se descobre impotente diante do terror, enquanto a pergunta “Qual será o próximo alvo?” permanece sem resposta.
Com o pesar que o dia enseja, lembro oportunamente esta antiga frase: “Uma cerca só impede a passagem de pessoas honestas”.
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