sexta-feira, fevereiro 20

É Carnaval...

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Finalmente chegou a sexta-feira tão esperada.

Para muitos é a certeza de um bom descanso, para outros muito trabalho, tem quem fature alto nesse período, mas para a grande maioria a partir de hoje é só festa.

Prefiro a festa ... passar o Carnaval na praia,de preferência com muita gente...

Descansar, a gente descansa depois que o Carnaval acabar, tá certo que o primeiro dia de trabalho é uma tortura, você só pensa em dormir... mas vale a pena, só não vale passar o Carnaval bêbado como fazem muitos ... não aproveitam nada.

Navegando encontrei esse conto que achei muito interessante, e a imagem perfeita.É uma homenagem a minha amiga Flora que nem sei se gosta de Carnaval.






Por André Siqueira

Alguns meses sem ver o mundo, sem ver a vida lá fora. Lá fora a flora da cidade devia sorrir, estavam chegando os dias de Carnaval. Não dava para pensar em outra coisa, não dava para sonhar com outra coisa. Mesmo sem comunicação, mesmo sem contato com o mundo normal. Era Carnaval.

Ubirajara deixara sua casa a mais de um ano. Forçado pelos parentes fora mandado ao manicômio para se tratar, diziam que era louco de pedra. Claro que nem todos pensavam assim. Alguns até gostavam das suas loucuras outros se assustavam e viam o pior e foi exatamente por conta do pior que internaram ele.

Bira como era conhecido adorava Carnaval, era a primeira vez que passaria os dias de Momo fora da folia.Não estava conformado, já via o Galo da Madrugada rasgar as ruas do Recife. As mulheres , ninguém sabia explicar, mas Bira era rei. Apesar de louco as mulheres o adoravam.

Na sexta-feira, véspera do sábado de Zé Pereira, Bira fugiu do hospício. Ele pulou o muro e foi parar no Bairro de São José. O Galo já se preparava para sair. Na Praça Sergio Loreto ele parou e sentou-se no chão. Era engraçado vê-lo vestido com a vestimenta do manicômio de cor branca. Uma bata sem costura que cobria quase todo o seu corpo. Seu sorriso era realmente atraente, seus olhos pequenos, mas expressivos, davam um tom o especial ao seu rosto afilado e nariz comprido.

O dia raiou e Bira partiu, foi atrás do Galo; seguiu pelas ruas do Recife sem dinheiro, só com aquela roupa e nada mais. Pulou, cantou, gritou, cansou e parou para descansar. Conheceu assim em meio à flora das margens do Capibaribe com seus flamboyants, uma flora com quem passaria o Carnaval, a Flora Batista. Flora era realmente linda com seus cabelos a La Chanel lançados sobre um rosto ligeiramente arredondado, olhos pequenos como os dele e um sorriso desses que você não sabe se é de mulher ou de anjo ou se dos dois juntos. Flora era bem mais jovem que ele, solteira e disposta a tudo , como ela dizia: "tudo é permitido no Carnaval."

Os dois saíram do Galo, subiram as ladeiras de Olinda. No dia seguinte foram ao Pátio de São Pedro, ao Marco Zero. Pularam, dançaram, fizeram amor nos armazéns do Cais de Santa Rita. Comeram nas ruas apertadas do Bairro de São José e Boa Vista, no Beco da Fome, no Beco do Ivo. Em Olinda, foram na Casa de Noca. Tudo com o dinheiro de flora. Amaram-se.

Na Quarta-feira Ingrata, a de cinzas, não pensou em voltar para casa dos pais. Sabia de onde tinha saído e para lá voltaria. Foi assim que no carro de Flora parou em frente ao manicômio: se despediu e entrou. Flora estática lá ficou. Por um doido maluco Flora e apaixonou.

peguei aqui

Desejo a todos um excelente Carnaval, com tudo o que tenham direito





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