sexta-feira, fevereiro 27

Crônicas do dia-a-dia

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O valor que uma infância bem vivida representa para a estabilidade emocional do adulto é realmente inestimável. É fundamental par a resolução dos seus conflitos existenciais.
Por isso, a infância é uma temática tão recorrente na literatura. Tanto na Literatura, a arte da palavra, quanto na literatura especializada, digo: Psicologia, Antropologia, Sociologia, etc.

Autores, nacionais e estrangeiros, eternizaram estereótipos baseados nas vivências das crianças que eles um dia foram, ou nos sonhos que alimentaram. Christian Andersen, Saint-Exupéry, Saramago, Graciliano Ramos, são grandes exemplos de escritores que exploraram magistralmente essas imagens, calcadas na observação da criança que cada um foi. E visivelmente tiveram suas obras marcadas pela infância.

Mas a recordação de imagens, às vezes conflitantes, entre a infância e a “envelhecência”, como diria uma amiga nossa, de vez em quando prega-nos peças. As carruagens de nossas lembranças viram abóboras e os castelos desmoronam.

A crônica a seguir relata um desses eventos.


Por Ivan Rodrigues,

A cristaleira da vozinha


Recentemente, numa roda de conversa fora, uma amiga confidenciou-nos a decepção que experimentara ao voltar à sua terra depois de muitos anos. Fora um daqueles momentos em que você, adulto, vê-se em choque com imagens, outrora deslumbrantes, guardadas do tempo de criança.

Num primeiro momento, o caso nos pareceu banal. Mas ao analisarmos com cuidado observamos que se tratava de uma experiência pela qual todos passamos, mais cedo ou mais tarde. Logo, após uma rápida regressão, todos se deram conta de que aquela passagem relatada pela amiga pode acontecer com qualquer ser humano adulto, ao voltar ao cenário de sua infância para se reencontrar com suas memórias. Não sabemos exatamente como a psicologia denomina este episódio nem é nossa intenção tal abordagem, deixemos isto para Freud, apelidamos o evento de “Síndrome da cristaleira da vozinha”.

Contava a amiga que, quando criança, convivia muito com seus tios, primos, e avós, é claro. A infância não teria graça sem eles. Passou, pois, grande parte de sua infância na casa da sua vozinha, onde brincava muito com seus primos. Aliás, segundo suas próprias palavras, o casarão da vozinha foi palco de muitas traquinagens.

E como toda vovó que se preza, essa também tinha os seus guardados, as suas manias, os seus tesouros. “O tesouro da vozinha era uma luxuosa cristaleira que ficava na sala de visitas. Grandiosa, toda em madeira de lei trabalhada e em verniz, irretocável. Vidros jateados, dobradiças e trancas em bronze, uma relíquia. Ali ficavam guardadas suas mais preciosas louças e seus mais finos cristais”. Pelo menos, foi essa a imagem que ficou impregnada na memória da nossa amiga. A cristaleira era uma espécie de símbolo de respeito e obediência para as crianças, era algo como o fruto proibido daquele pequeno paraíso. Tanto que, “se a vozinha pegasse menino malinando por perto, não ia prestar não! Se botasse a mão nos “cristais” então! Aí o sarapatel tava completo!”.

Mas, como é natural, crianças crescem. E a nossa amiga cresceu e mudou para a capital de mala e cuia. Contudo, as imagens e lembranças daqueles tempos gostosos na casa da vozinha sempre a acompanharam, e, é claro, a imagem da imponente cristaleira. Até que, após muitos anos longe daquele universo lúdico, a amiga consegue voltar ao velho casarão para rever parentes e amigos.
“A vozinha, que Deus a tenha num paraíso cheio de cristaleiras porretas e meninos com cara de anjo, não se encontrava mais lá, no entanto, muitas de suas “coisinhas” eram preservadas num quartinho”.

Ao chegar àquela casa, que tantas lembranças lhe trazia, após cumprimentar a todos e distribuir abraços arrochados, e bença à nova geração de “sonhadores”, a primeira coisa que veio à cabeça da nossa amiga foi o desejo de rever a cristaleira. Ao indagar a uma prima pelo tal móvel, esta a levou até os fundos da casa, onde havia um quartinho cheio de bregueços.

A princípio ela não avistou nada que lembrasse, nem de longe, a cristaleira. A prima, vendo-a meio perdida, apontou, “ali, no canto”. Num misto de ceticismo e decepção a amiga ainda questionou “Tem certeza? É isso aí?”. Num canto, jogado, empoeirado, o tal móvel parecia mais um caixote velho com portas de vidro; e os cristais, meros copos de geléia. A decepção foi visível e sua tristeza indisfarçável. Naquele momento quebrava-se todo o encanto de muitas recordações ligadas àquela imagem e há tanto tempo guardadas na memória. “Talvez tivesse sido melhor nunca ter tornado a vê-la”.

Mundo de criança é mesmo um mundo de sonhos e fantasias. A criança o vê sem críticas ou questionamentos; simplesmente o observa e guarda registros que, bons ou ruins, a acompanharão pelo resto da vida. Suas noções de valores e de espaço são isentas de qualquer lógica ou senso crítico, muito diferentes da idéia que um adulto formaria ao deparar-se com a mesma imagem.

O tema “memórias de infância” tem sido muito explorado pela Literatura. José Saramago explora bastante esse embate de imagens diacrônicas do mesmo objeto. Em As pequenas memórias Saramago afirma “A criança que eu fui não viu a passagem tal como o adulto que se tornou seria tentado a imaginá-la desde a sua altura de homem”. Graciliano Ramos, em Infância, também expõe, com toda a fluidez literária que lhe é peculiar, o divergente conteúdo imagético que reside nas visões de mundo do infante e do adulto: “Assim não conservo a lembrança de uma alfaia esquisita, mas a reprodução dela, corroborada por indivíduos que lhe fixaram o conteúdo e a forma”.

É por essas e outras que, de vez em quando, as crianças, num acesso de saber, talvez antevendo esses desencantos, saem com pérolas como esta: “Eu queria ser criança se eu pudesse ser sempre uma criança”. Bom, pelo menos assim, nunca seriam desfeitos os encantos do quintal da mãezinha, da oficina do vovô, nem da cristaleira da vozinha, não é mesmo!
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quarta-feira, fevereiro 25

Injeção de ânimo

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Novos desafios: novas leituras



..........Nós nos acomodamos facilmente a situações de aparente conforto e estabilidade. Acomodamo-nos com um empreguinho que nos dê teto e comida, com uma vidinha sentimental sem muitos predicados, enfim, acomodamo-nos com o feijãozinho com arroz.

..........Passamos então a viver segundo o bordão futebolístico “em time que está ganhando não se mexe”. Mas, como nada dura para sempre, um dia a estabilidade do time acaba, o feijãozinho com arroz acaba.

..........A dificuldade maior parece estar em sairmos desta zona de segurança, abrindo mão do conforto aparente para ir à caça de situações novas, desafiadoras, que, apesar das dificuldades iniciais, nos trarão melhorias e nos prepararão para desafios maiores no futuro. Ou seja, a princípio, ninguém quer abrir mão da “estabilidade”, mesmo que visualize uma vida melhor.


..........Esta rápida introdução tem por finalidade sugerir aqui a leitura do livro “Quem mexeu no meu queijo”, de Spencer Johnson, excelente, que fala justamente desse desafio de sair da inércia.

..........É uma leitura rápida e gostosa. Em menos de cem páginas bem diagramadas, o autor, vai cativando o leitor por meio de uma parábola que envolve quatro alegóricos personagens. Johnson brinda-nos com lições para toda vida, ensinando-nos a lidar com aquelas mudanças marcantes com as quais inevitavelmente nos deparamos, quer seja na vida pessoal ou na vida profissional.

..........A propósito, neste exato momento estou encarando um novo desafio: contribuir com matérias para o conteúdo do Voz ativa, e fazê-lo à altura da qualidade e da imagem que se estabeleceram e do público que o freqüenta. Sei que não é fácil. O freqüentador do Voz tem um perfil definido, bom gosto apurado, e com certeza nutre suas expectativas. Aliás, agora sem o trema ( ̈), ele é um frequentador muito mais tranquilo.

..........Trocadilhos à parte, e aproveitando então esta onda de pós-carnaval, é hora de tirar o abadá, lavar a pintura da cara e voltar à luta. Ou melhor, começar a luta. Pois não dizem que as coisas no Brasil só começam depois do Carnaval! Então, está aceito o convite do Voz!

..........Quanto ao livro, quem não o leu, leia. E quem já o fez, vale a pena ler outra vez; uma releitura nunca é igual à primeira, revela sempre novos insights.

..........Ah! E apareça. Comente o livro, o blog, o post, etc. Fique à vontade, a casa é nossa!

..........Um bom dia e boas leituras.
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sexta-feira, fevereiro 20

É Carnaval...

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Finalmente chegou a sexta-feira tão esperada.

Para muitos é a certeza de um bom descanso, para outros muito trabalho, tem quem fature alto nesse período, mas para a grande maioria a partir de hoje é só festa.

Prefiro a festa ... passar o Carnaval na praia,de preferência com muita gente...

Descansar, a gente descansa depois que o Carnaval acabar, tá certo que o primeiro dia de trabalho é uma tortura, você só pensa em dormir... mas vale a pena, só não vale passar o Carnaval bêbado como fazem muitos ... não aproveitam nada.

Navegando encontrei esse conto que achei muito interessante, e a imagem perfeita.É uma homenagem a minha amiga Flora que nem sei se gosta de Carnaval.






Por André Siqueira

Alguns meses sem ver o mundo, sem ver a vida lá fora. Lá fora a flora da cidade devia sorrir, estavam chegando os dias de Carnaval. Não dava para pensar em outra coisa, não dava para sonhar com outra coisa. Mesmo sem comunicação, mesmo sem contato com o mundo normal. Era Carnaval.

Ubirajara deixara sua casa a mais de um ano. Forçado pelos parentes fora mandado ao manicômio para se tratar, diziam que era louco de pedra. Claro que nem todos pensavam assim. Alguns até gostavam das suas loucuras outros se assustavam e viam o pior e foi exatamente por conta do pior que internaram ele.

Bira como era conhecido adorava Carnaval, era a primeira vez que passaria os dias de Momo fora da folia.Não estava conformado, já via o Galo da Madrugada rasgar as ruas do Recife. As mulheres , ninguém sabia explicar, mas Bira era rei. Apesar de louco as mulheres o adoravam.

Na sexta-feira, véspera do sábado de Zé Pereira, Bira fugiu do hospício. Ele pulou o muro e foi parar no Bairro de São José. O Galo já se preparava para sair. Na Praça Sergio Loreto ele parou e sentou-se no chão. Era engraçado vê-lo vestido com a vestimenta do manicômio de cor branca. Uma bata sem costura que cobria quase todo o seu corpo. Seu sorriso era realmente atraente, seus olhos pequenos, mas expressivos, davam um tom o especial ao seu rosto afilado e nariz comprido.

O dia raiou e Bira partiu, foi atrás do Galo; seguiu pelas ruas do Recife sem dinheiro, só com aquela roupa e nada mais. Pulou, cantou, gritou, cansou e parou para descansar. Conheceu assim em meio à flora das margens do Capibaribe com seus flamboyants, uma flora com quem passaria o Carnaval, a Flora Batista. Flora era realmente linda com seus cabelos a La Chanel lançados sobre um rosto ligeiramente arredondado, olhos pequenos como os dele e um sorriso desses que você não sabe se é de mulher ou de anjo ou se dos dois juntos. Flora era bem mais jovem que ele, solteira e disposta a tudo , como ela dizia: "tudo é permitido no Carnaval."

Os dois saíram do Galo, subiram as ladeiras de Olinda. No dia seguinte foram ao Pátio de São Pedro, ao Marco Zero. Pularam, dançaram, fizeram amor nos armazéns do Cais de Santa Rita. Comeram nas ruas apertadas do Bairro de São José e Boa Vista, no Beco da Fome, no Beco do Ivo. Em Olinda, foram na Casa de Noca. Tudo com o dinheiro de flora. Amaram-se.

Na Quarta-feira Ingrata, a de cinzas, não pensou em voltar para casa dos pais. Sabia de onde tinha saído e para lá voltaria. Foi assim que no carro de Flora parou em frente ao manicômio: se despediu e entrou. Flora estática lá ficou. Por um doido maluco Flora e apaixonou.

peguei aqui

Desejo a todos um excelente Carnaval, com tudo o que tenham direito





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quarta-feira, fevereiro 18

Morreu e não sabia...

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Homem dado como morto reaparece para família

Um homem de 41 anos, dado como morto e enterrado na última segunda-feira dia (15) no cemitério São Miguel, em Canindé (a 93Km de Fortaleza), apareceu vivo ontem. O fato aconteceu com o galego (vendedor crediarista) Antonio Rodrigues Martins que estava viajando para Tejuçuoca.

De acordo com sua mulher, um telefonema dava conta da morte de seu esposo, no último dia 11, em Maranguape. Apavorada, ele seguiu para o Instituto Médico Legal da Capital para reconhecer o corpo.

Depois de observar com muita cautela chegou a conclusão de que o defunto que encontrava-se em decomposição era do marido. Providenciou o translado do cadáver para Canindé, onde o sepultou.

A confusão tomou conta da família, quando a filha do casal, recebeu um telefonema do pai. A verdade veio à tona ontem, quando Antonio chegou em casa. Ele disse que tinha ido à Tejuçuoca trabalhar. A Polícia agora quer saber quem foi enterrado.


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É cada uma que acontece, portanto quando for sair de casa para viajar, não esqueça de dar notícias. Seria cômico se não fosse trágico.

E ele agora está oficialmente morto , já que foi emitido um atestado de óbito, vai ter que passar por todo um processo para para provar que não morreu...

Ele nunca foi recebido em casa com tanta alegria.... pelo menos para ele morrer , teve um lado positivo, nunca tinha sido recebido com tanta festa

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segunda-feira, fevereiro 16

Carnaval chegando...

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Essa semana que se inicia não é uma semana comum, é a semana que antecede o Carnaval, maior festa popular do Brasil.

A maioria das pessoas já estão na maior adrenalina para curtir esse período.

O carnaval é comemorado em todo pais e vai desde o desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro, passando pelo frevo no Recife, o carnaval dos trios elétricos na Bahia, e a animação por todo litoral do país, tem até festival de jazz em pleno carnaval na serra de Guaramiranga no Ceará, por sinal é um evento internacional e imperdível, se você estiver a fim de fazer algo diferente e está com passagem marcada para cá, não deixe de conferir.

Passem a semana fazendo uma boa alimentação, alongamentos, pois para quem vai brincar no carnaval, é bom estar em forma, senão não aguenta a maratona.

Que essa semana passe rapidinho.

Desejo a todos uma semana produtiva.



Comentário

É verdade que o país se movimenta para produzir um belo espetáculo, e que há muita badalação nos pedaços.

Mas a maioria das pessoas que conheço (para não dizer TODAS), só vêem o período de Carnaval mais como um grande feriadão nacional, para finalmente descansar num tipo de "férias coletivas", programam viagens ou retiros (mesmo domésticos), para descansar ou cuidar de pendências que não dá para fazer no dia-a-dia.

E aquelas que não podem folgar, é um dos períodos que mais trabalham (têm que ir ao trabalho mesmo, têm a vantagem pegar um transito da cidade leve, em contrapartida sobra trabalho dos que emendaram e que alguém precisa fazer).

Na área de informática, muitas empresas aproveitam para implantar sistemas neste períodos, e os plantonistas e analistas responsáveis às vezes viram noites trabalhando e não farreando! E continuam trabalhando nos dias seguintes normalmente (se é que pode-se chamar a sobrecarga de normal...).

Por fim, é bom lembrar que Carnaval NÃO é feriado (oficial) no Brasil!! As empresas fazem concessão aos funcionários, mas legalmente é dia de trabalho normal! Nem 3a.feira nem 4a.feira até o meio dia. A 2a.feira faz tempo que não emendam mesmo. Só que, no imaginário de quase toda a população brasileira (inclusive daquela que trabalha), essa semana de Carnaval é uma semana "light"! rsrs
Andre M



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sábado, fevereiro 14

Termina horário de verão

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Termina hoje a meia noite o horário de verão, os relógios devem ser atrasados em uma hora. O horário de verão começou a vigorar no dia 19 de Outubro do ano passado.

Segundo o Ministério de Minas e Energia, a adoção do horário de verão possibilitou a redução de 4% na demanda por energia no horário de maior consumo --chamado horário de "pico", que em geral ocorre entre 18h e 21h. Essa redução significa que as usinas deixaram de gerar cerca de 2.000 MW (megawatts) --ou 65% da demanda do Rio de Janeiro ou 85% da demanda de Curitiba.

A medida vigora nos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal.

O horário de verão não é adotado nas regiões Norte e Nordeste devido à proximidade com a linha do Equador.




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Skank - Balada do Amor Inabalável - (animação)
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quarta-feira, fevereiro 11

Você é um envelhescente

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VOCÊ É UM ENVELHESCENTE
Mário Prata

Se você tem entre 45 e 65 anos, preste bastante atenção no que se segue. Se você for mais novo, preste também, porque um dia vai chegar lá. E, se já passou, confira.
Me disseram, que a vida do homem se dividia em quatro partes: infância, adolescência, maturidade e velhice. Quase correto. Esqueceram de nos dizer que entre a maturidade e a velhice ( entre os 45 e 65 ), existe a ENVELHESCÊNCIA.
A envelhescência nada mais é que uma preparação para entrar na velhice, assim como a adolescência é uma preparação para a maturidade. Engana-se quem acha que o homem maduro fica velho de repente, assim da noite para o dia. Não. Antes, a envelhescência. E, se você está em plena envelhescência, já notou como ela é parecida com a adolescência? Coloque os óculos e veja como este nosso estágio é maravilhoso:
Já notou que andam nascendo algumas espinhas em você? Notadamente na bunda?
Assim como os adolescente, os envelhescentes também gostam de meninas de 20 anos.
Os adolescentes mudam a voz. Nós, envelhescentes, também. Mudamos o nosso ritmo de falar, o nosso timbre. Os adolescentes querem falar mais rápido; os envelhescentes querem falar mais lentamente.
Os adolescentes vivem a sonhar com o futuro; os envelhescentes vivem a falar do passado. Bons tempos...
Os adolescentes não tem idéia do que vai acontecer com eles daqui a vinte anos. Os envelhescentes até evitam pensar nisso.
Ninguém entende os adolescentes... Ninguém entende os envelhescentes... Ambos são irritadiços, se enervam com pouco. Acham que já sabem de tudo e não querem palpites nas suas vidas.
Às vezes, um adolescente tem um filho: é uma coisa precoce. Às vezes um envelhescente tem um filho: é uma coisa pós-coce.
Os adolescentes não entendem os adultos e acham que ninguém os entende. Nós, envelhescentes, também não entendemos eles. "Ninguém me entende" é uma frase típica de envelhescente.
Quase todos os adolescentes acabam sentados na poltrona do dentista e no divã do analista. Os envelhescentes, também a contragosto, idem.
O adolescente adora usar uns tênis e uns cabelos. O envelhescente também, sem falar nos brincos.
Ambos adoram deitar e acordar tarde.
O adolescente ama assistir a um show de um artista envelhescente ( Caetano, Chico, Mick Jagger). O envelhescente ama assistir a um show de um artista adolescente ( Rita Lee ).
O adolescente faz de tudo para aprender a fumar. O envelhescente pagaria qualquer preço para deixar o vício.
Ambos bebem escondido.
Os adolescentes fumam maconha escondido dos pais. Os envelhescentes fumam maconha escondido dos filhos.
O adolescente esnoba que dá três por dia. O envelhescente, quando dá uma a cada três dias, está mentindo.
A adolescência vai dos dez aos vinte anos; a envelhescência vai dos 45 aos 65. Depois, sim, virá a velhice, que nada mais é que a maturidade do envelhescente.
Daqui a alguns anos, quando insitirmos em não sair da envelhescência para entrar na velhice, vão dizer: "é um eterno envelhescente"! Que bom.




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não saber ser o que se é o mesmo que não ser, ou viver uma mentira... enganar a si mesmo é o pior tipo de hipocrisia, pois não há chance da mentira colar. eu me confesso um envelhescente mas pretendo nunca vir a ser ranzinza ou chato como boa parte dos velhos são, cuido da minha saúde fazendo exercícios todos os dias, mas não tenho a menor pretensão de parecer mais jovem do que sou, faço apenas para manter a saúde e me sentir bem, e olha que isso me tem feito muito bem. não tenho o menor interesse em mulheres jovens demais para mim, os frutos amadurecidos me parecem mais saborosos que os verdes e a beleza para mim é uma coisa relativa. não se pode avaliar a beleza de uma pessoa pelos padrões da juventude se ela não é jovem (na minha opinião fazer isso é um contrasenso beirando a burrice, tipo avaliar a beleza de hipopótamo pelos padrões de beleza de um elefante), sabe, eu não me identifico muito com os envelhescentes descritos no texto, assim como não me identificava com os outros adolescentes quando eu estava nesta fase, acho que sou diferente, mas não sei se isso é melhor é pior e acho que ser de um jeito ou de outro está muito desde que seja autêntico, mas prefiro ser do jeito que eu sou e estou bem feliz deste jeito, e espero que continue assim até o fim dos meu dias. me sonho é partir deste mundo com um sorriso estampado no rosto.
Beijo
Benno
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segunda-feira, fevereiro 9

Olhando a vida...

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Numa longa caminhada ela ficou observando tudo ao seu redor, nunca deixou de se encantar com a beleza do dia a dia.

A luz do sol incidindo sobre as árvores, um ninho de passarinho, um beija-flor no hibisco, o rouxinol que faz seu ninho, a luz do sol que bate na água e reflete nas folhas das árvores que cintilam ao balançar do vento como se fossem luzes, a lua cheia enorme.... tanta beleza, muitas vezes ofuscada por cenas de violência, de miséria, dor.

Crianças na rua a brincarem, os sons de suas risadas são uma festa, mais a frente um garoto chora, levou um tombo da bicicleta, na calçada pessoas sentadas jogam conversa fora enquanto observam as crianças .

Um cachorro corre atrás do gato, um casal de jovens namora, uma pelada no campinho da escola...

Uns ouvem música , outros assistem televisão, cochilam ao som do ventilador mais para espantar algum inseto, pois o calor é implacável.

E assim vai terminando mais um domingo... e começa tudo novamente continuando o eterno ciclo de vida...

Uma semana produtiva a todos



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Skank - Ainda gosto dela
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sexta-feira, fevereiro 6

Fim de semana ...

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Sexta-feira, fim de semana chegando...
Acho a letra dessa música muito bacana, teoricamente seria o caos, mas metaforicamente, seria a maneira de fazer qualquer coisa para ficar com aquela pessoa que você gosta, e que por motivos vários não está perto de você.

Quem não gostaria de enlouquecer acompanhada de vez em quando?

Esse post é dedicado a quem tem alguém longe, e que gostaria que estivesse pertinho.

Embora não seja o meu costume, esse tem nome e endereço certo.

Estranho dia de amanhã
Roberta Sá

Notícias perderão todo controle dos fatos
Celebridades cairão no anonimato
Palavras deformadas
Fotos desfocadas
Vão atravessar o Atlântico
Jornais sairão em branco
E as telas planas de plasma vão se dissolver
O argumento ficou sem assunto

Vai ter mais tempo pra gente ficar junto
Vai ter mais tempo pra enlouquecer com você
Vai ter mais tempo pra gente ficar junto
Vai ter mais tempo pra enloquecer

Os políticos amanhecerão sem voz
O outdoor com as letras trocadas
Dentro do Banco Central
O pessoal vai esquecer como é que assina
A própria assinatura
E os taxistas já não sabem que rua pegar
Que belo estranho dia pra se ter alegria

Eu respondo e pergunto

É só o tempo pra gente ficar junto
É só o tempo de eu enloquecer com você
É só o tempo pra gente ficar junto
É só o tempo de eu enlouquecer

Alarmes já pararam de apitar
O telefone celular descarregou
O aeroporto tá sem teto
E a moça da TV prevê
Silêncios e nuvens
A firma que eu trabalho faliu
E o governo decretou feriado amanhã no Brasil

Será que é pedir muito?

É só um jeito da gente ficar junto
É só um jeito de enlouquecer com você
É só um jeito da gente ficar junto
É só um jeito de enlouquecer com você



Um bom fim de semana a todos



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quarta-feira, fevereiro 4

Papel feito de Plástico

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A universidade Federal de São Carlos desenvolveu um papel sintético feito a partir de plástico usado e descartado.

O material produzido a partir de garrafas de água, potes de alimentos e embalagens de material de limpeza pode ser empregado em rótulos de garrafas, outdoors, tabuleiros de jogos, etiquetas, livros escolares e cédulas de dinheiro. “Ele é indicado para aplicações que necessitam de propriedades como barreira à umidade e água, além de ser bastante resistente.O aspecto final é o mesmo do produto feito a partir da resina virgem, com a vantagem que se aproveita o material que iria para o aterro sanitário ou lixões.

São necessários 850 quilos de plástico reciclado para produzir uma tonelada de papel sintético e, segundo os pesquisadores, a cada tonelada produzida, pelo menos 30 árvores deixam de ser cortadas.

A fabricação consome menos água e menos energia do que a do papel tradicional e praticamente qualquer embalagem plástica, jogada no lixo, pode ser aproveitada. O plástico é triturado e misturado a uma série de substâncias e vai para uma máquina, onde é submetido a altas temperaturas.

Esse tipo de papel seria uma excelente alternativa para a confecção de livros escolares que assim teriam uma vida útil maior.

Para saber mais sobre o assunto, coloquei endereços sobre a matéria e um vídeo.

Fontes:aqui (video) e aqui



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segunda-feira, fevereiro 2

Dia de Chuva...

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O dia amanheceu chuvoso, céu cinzento, ao longe se vê os raios, seguido por trovões.

Cristina sempre teve medo dos trovões , por mais que lhe dissessem que eles eram inofensivos, que as descargas elétricas, que chamamos de raios é que eram perigosos, ela tinha medo do barulho dos trovões, mas se sentia fascinada pelos relâmpagos, ficava olhando pela janela do seu quarto fascinada.

Mas logo entra a mãe e a tira do seu transe, é hora de ir para a escola, tem que tomar banho rapidinho, comer algo mais rápido ainda senão vai chegar atrasada e perder a prova, e o que é pior o lugar ao lado do gatinho que está de olho.

Daria tudo para não ter que sair e continuar na sua janela vendo a chuva cair, nem parece que na noite anterior o céu estava estrelado e ela até vira uma estrela cadente, e claro fez um pedido como manda a tradição.

Cristina sai do seu devaneio com o grito da mãe mandando que se apresse, para mais uma semana de aula.

Desejo a todos uma semana produtiva



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3/4 das pessoas atingidas por relâmpagos sobrevivem, já vi um caso absurdo mas real em que uma pessoa até se curou depois de atingida por um deles. o relâmpago nem sempre cai, às vezes sobe, e onde passa um, ao contrário do que dizem, passam vários em seguida. é que o ar fica ionizado onde passou um raio e ali fica mais fácil a eletricidade passar de novo. é por causa de uma propriedade da matéria chama rigidez dielétrica, o ar ionizado tem uma rigidez dielétrica muito menor do que a do ar comum e por isso tem muito menor capacidade de resistir a enorme diferença de potencial que as nuvens adquirem em relação ao solo quando se movimentam e se esfregam arrancando elétrons umas das outras... mas que importa tudo isso? que importa eu saber tantas coisas a respeito de um estranho fogo que rompe nos céus numa noite de tempestade se um céu riscado por relâmpagos é um estranho e belíssimo espetáculo, dá vontade de ficar vendo mesmo que o medo nos revolva as entranhas.

Benno, poeta, você confere o que ele escreve aqui
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