segunda-feira, junho 7

Caiu na rede...

Comentaram (2)
 
nem sempre é peixe!

Outro dia recebi um email com uma apresentação muitimídia que continha uma mensagem maravilhosa, comovente até. A mensagem já circula na blogosfera há algum tempo. O que acontece é que muita gente recebe mensagens, a princípio bacanas e bem intencionadas, motivadoras, e vai repassando, perpetuando assim, muitas vezes, erros ou informações equivocadas. A intenção com certeza é das melhores, mas de vez em quando é bom fazer uma crítica antes.

Neste caso eu conhecia o texto, portanto, a mensagem logo me pareceu estranha.

Vou colocar aqui um trecho para ver se você conhece. Veja:

“Se, por um instante, Deus se esquecesse de que sou uma marionete de trapo e me presenteasse com um pedaço de vida, possivelmente não diria tudo o que penso, mas, certamente, pensaria tudo o que digo.

Daria valor às coisas, não pelo que valem, mas pelo que significam.

Dormiria pouco, sonharia mais, pois sei que a cada minuto que fechamos os olhos, perdemos sessenta segundos de luz. Andaria quando os demais parassem, acordaria quando os outros dormem. Escutaria quando os outros falassem e gozaria um bom sorvete de chocolate.

Se Deus me presenteasse com um pedaço de vida, vestiria simplesmente, me jogaria de bruços no solo, deixando a descoberto não apenas meu corpo, como minha alma. (...)”

O original foi escrito em espanhol e se chama “La marioneta”, porém, a mensagem que veiculam na rede diz que este texto é uma carta de despedida de Gabriel Garcia Márquez quando se encontrava enfermo. Não sei com que intuito inventaram esta estória, mas o poema La Marioneta foi escrito em 1999 por Johnny Welch, um ventríloquo mexicano, que o escreveu para o seu boneco de nome Mofles. Um dos aspectos que chama a atenção quanto à autoria é a evocação de Deus a todo instante; Gabo, dizem os críticos, não era dado a religiosidade. Posteriormente o próprio autor, Johnny Welch, lamentou o equivoco com sua obra.

Veja aqui Gariel, Johnny Welch e a marioneta:

Gabriel Garcia Márquez, autor de Cem anos de solidão, nasceu em Aracataca, Colômbia, e foi Nobel de Literatura em 1982. Ele continua sua luta contra o câncer e problemas neurológicos, mas continua vivo.

Você já viu este texto por aí? Se o vir não se deixe enganar. É um lindo texto, uma mensagem comovente, mas não foi escrita por García Márquez.

A César o que é de César!

(Imagens disponíveis em alltheweb.com)


Comentários (2)

Carregando... Logando...
  • Logado como
Oi Layla,

Que bom poder contar com vc para enriquecer nossos texos e o nosso blog. Eu não conhecia esse poema do Henry, nem o equívoco. Gratos.

bjo
Oi Tony

ah isso acontece "n" vezes no mundo virtual, onde há mais desinformação do que informação. por email nunca recebi esse texto, mas já o vi publicado em um blog famoso, cuja dona se diz jornalista, atribuído ao Garcia Marquez... .

tb tenho visto um poema, denominado "Do outro lado o caminho", que fala sobre a morte, sempre atribuído a Santo Agostinho, porém o verdadeiro autor do poema é um inglês chaamdo Henry Scott Holland e quando foi escrito Santo Agostinho há tempos já estava do outro lado do caminho..rsss.

conhece esse poema?

"A morte nada é.
Eu apenas estou do outro lado
Eu sou eu, tu és tu.
Aquilo que éramos um para o outro
Continuamos a ser.
Chama-me como sempre me chamaste.
Fala-me como sempre me falaste.

Não mudes o tom da tua voz,

Nem faças um ar solene ou triste.

Continua a rir daquilo que juntos nos fazia rir.
Brinca, sorri, pensa em mim,
Reza por mim.
Que o meu nome seja pronunciado em casa
Como sempre foi;
Sem qualquer ênfase,
Sem qualquer sombra.
A vida significa o que sempre significou.
Ela é aquilo que sempre foi.
O ‘fio’ não foi cortado.
Porque é que eu, estando longe do teu olhar,
Estaria longe do teu pensamento?
Espero-te, não estou muito longe,
Somente do outro lado do caminho.
Como vês, tudo está bem."

(Henry Scott Holland)

beijo, uma ótima semana!

Postar um novo comentário

Comments by