terça-feira, março 31

Ao pé da letra

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Estava relendo Fernando Sabino ( O Encontro das Águas).

Lembrei de um episódio ocorrido algum tempo atrás, meu filho do meio , era uma pimenta, o moleque dava um trabalho que só vendo, certo dia o pai já em desespero olhou para ele e disse:

Felipe se tu não se aquietar, vou dar um cascudo na tua cabeça que vai rachar teus pés. (antes que vocês fiquem indignados, não tínhamos o costume de bater em nossos filhos), grande foi a surpresa dele quando chamei a sua atenção para o que o Felipe estava fazendo , agora bem caladinho...ele dava um cascudo na própria cabeça e em seguida olhava os pés para ver se tinham rachado.

Nós ficamos morrendo de dó dele e a partir desse dia, tentamos não dizer coisas desse tipo, pois as crianças interpretam as palavras ao pé da letra.

Quem não fez alguma interpretação desse tipo quando criança?

Leiam o texto

O Homem é um animal racional, embora não pareça. Não há criança que, na escola, não tenha achado graça ao aprender isso, divertindo-se com os colegas: seu pai é um animal, dizem uns para os outros.

Mas a criança é o pai do homem, se me permitem este lugar comum que Wordsworth inventou. Antes de se saber animal e filho de animal, já sabe usar a razão que Deus lhe deu, segundo a qual as palavras tem um significado concreto e definido, que pode ser colhido nos dicionários, servindo para designar exatamente aquilo para o qual foram criados. Em consequencia, os mistérios da linguagem figurada escapam de muito à tão apregoada imaginação infantil.

Para as crianças, nada existe senão ao pé da letra, e não duvido que, diante dessa expressão, pensassem logo numa letra com pés, dedos , unhas e sapatos. Ir num pé e voltar noutro, por exemplo, para o menino que eu fui, era uma façanha tão difícil como sair da rua pulando numa perna só, depressa para atender a urgencia contida na ordem de minha mãe.

Assim também, meu pai mandar que o empregado desse um pulo na cidade me parecia uma ordem extravagante, como ordenar que o pobre homem fosse até o centro da cidade, juntasse as pernas, desse um pulo no ar diante dos transeuntes e voltasse para casa. Nunca me conformei com a idéia de virar um palito se comesse pouco ao jantar, de virar uma bola se comesse muito e, em ambas as hipóteses, ficar de cara amarrada porque não queria obedecer. Amarrar a cara evidentemente só seria possível com o auxilio de cordas, e se nela houvesse um só pingo de vergonha, ela me escorreria pelo rosto como uma lágrima até pingar no chão.

Mas a fé removia montanhas, o que bastava para fazer desaparecer o morro atrás do qual o sol se escondia. Um dia ouvi uma visita dizer que tinha feito das tripas coração, o que constituiu um sério abalo para as minhas ainda confusas noções de anatomia. Ficar com o coração na mão era coisa que só muito mais tarde vim a entender, e reconheço que, desde então, isso passou a me acontecer com alguma frequencia.

Começava a penetrar os mistérios da linguagem figurada e ia ingressando, submisso, no mundo convencional que me deixavam como herança. Idéias que só se impõe pelo fato de ser repetidas; hábitos que se formam pelo fato de ser impostos; palavras cuja significação original há muito se perdeu e que são usadas como rebanhos pacíficos. Gestos de valor convencionado como o das moedas, para o comércio da convivencia.

Um dia descobriria com espanto uma simples verdade, como o céu é azul, o oceano é imenso, a noite é bela. E o céu passava a ser azul só para mim, o oceano era imenso porque eu o queria assim, a noite era mais bela que o dia porque era só minha, de mais ninguém. As idéias herdadas iam sendo repreendidas, iam sendo desenterradas do lugar comum como uma recriação. Era o que eu precisava para me tornar escritor.


Escrever bem não é repetir o que já foi bem escrito: é revalorizar os meios de expressão, juntar ou separar palavras para faze-las reagir, servir-se do que já foi dito para dizer pela primeira vez. Como fez Gide, ao confessar: “ Os extremos me tocam”. Como fez Machado de Assis, ao dizer que “o major chovia a cantaros”. Como fez o Mário de Andrade, exclamando: “ Amar sem ser amado, ora pinhões!” É preciso reabilitar para a literatura as ideias cuja expressão a frase feita consumiu. Surpreender o lugar comum como a um inimigo e libertar a verdade que possa encerrar. Usar esta verdade na descoberta de outras que um dia venham a ser lugar comum.


Desejo a Todos uma semana produtiva


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domingo, março 29

Dia de Domingo

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Ela acordou se sentindo angustiada...passou a noite sonhando com o seu lindo cachorro, um collie que ela amava.

Não sabia o porque de tanta aflição, angústia, melancolia... há dias vinha se sentindo cansada de tudo e de todos, com uma vontade enorme de se isolar, viajar para um lugar deserto, uma praia, sempre que se sentia oprimida, bastava olhar o mar e aos poucos a opressão passava...sempre achou que o mar tem um efeito curativo nas pessoas, não sabe se pelo som das ondas, ou o cheiro salgado e levemente adocicado quando existem muitas algas, mas o que sabe é que ama o mar e se tivesse que morar longe dele ia sofrer muito.

Fazendo uma retrospectiva vê que os melhores momentos de sua vida passaram a beira mar, muitas luas, banhos de mar, caminhadas na areia, escaladas de dunas, praias de todos os matizes, areias coloridas, águas mornas, areias quentes que abrigaram momentos únicos.

Quantas vezes ao entardecer viu os pescadores puxarem as suas redes carregadas de peixe, num espetáculo único ...foi ao luau nas noites de lua cheia, tomou banho de mar tendo como testemunha a lua, fez amor ao luar.

Dizem que no outono as pessoas ficam introspectivas , deve ser isso que a está afetando, enquanto toma um café , acende um cigarro, pega o jornal que não tem a menor vontade de ler , levanta vai até a janela e fica a observar a vida além dela.

Vê um casal de velhinhos caminhando na praça, um homem ensinando uma criança a andar de bicicleta; provavelmente é seu pai, algumas pessoas dão voltas e voltas na praça, como se estivessem num carrossel gigante só que sem emoção, algumas pessoas levam seus cachorros para passearem, bebês para tomarem sol ....num movimento típico de um dia de Domingo.

O telefone toca...ela vai atender , depois de uma breve conversa ela veste o biquíni, coloca uma canga, chapéu, protetor e o principal:
o seu sorriso de felicidade... pois sem ele não seria reconhecida pelos amigos....e assim vai passar o dia no lugar que mais aprecia ... vai olhar o mar.



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Celso Fonseca - Ana Carolina - Um dia de Domingo

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sexta-feira, março 27

A hora do planeta

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O que é isso?




Esta semana vi as crianças lá de casa num furdunço danado. Era "Hora do planeta" prá cá, "Hora do planeta" prá lá e eu vendido na parada. Estavam fazendo um trabalho escolar. Resolvi então inteirar-me do assunto. Com a desculpa de que queria ajudar, comecei a fazer perguntas e a me enfiar nos trabalhos deles. Não é que o negócio é interessante!


O movimento teve início em Sidney, Austrália em 2007. É um ato simbólico em que as pessoas, governos, empresas demonstram a sua preocupação com o aquecimento global e as mudanças climáticas que estão ocorrendo em todo o planeta. Na ocasião em Sidney, o evento mobilizou mais de dois milhões de moradores. Depois teve a adesão de outros países. Em 2008, o movimento reuniu 50 milhões de pessoas em todo o mundo. Até fevereiro deste ano cerca de 75 países já haviam aderido ao movimento.

Em 2009 a data oficial da campanha é 28 de fevereiro, das 20:30h às 21:30h, próximo sábado.

O Brasil aderiu oficialmente ao movimento em 28 de janeiro de 2009.

O gesto, que consiste em apagar as luzes por sessenta minutos, tem a finalidade de chamar a atenção para uma reflexão sobre a questão ambiental.

O desmatamento é um dos maiores responsáveis pelo aquecimanto global. O Brasil já destruiu a Mata Atlântica quase totalmente, parcialmente o cerrado e a Amazônia está indo pelo mesmo caminho. Não é hora de rever os planos para o futuro?

A campanha é "quente". Vamos dar uma força para as crianças? Vamos dar uma força para planeta?

Maiores informações: HORA DO PLANETA





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quarta-feira, março 25

Povos excluídos

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O Cigano

O discurso literário é um verdadeiro cordão de letrinhas, digo um rosário. Um rosário de letrinhas, um colar de assuntos intermináveis. Um puxa o outro, que puxa outro, que puxa mais outro, e assim vêm a reboque temas do fundo do baú que você nem percebe como chegou até eles.


O tema que caiu no meu colo desta vez foi “O Povo Cigano”. Não me perguntem por que. Talvez por que a história deles tem muito a ver com poesia, arte e um ideal inalienável de liberdade.


Minha primeira impressão sobre esse povo tão cercado de mistérios vem do tempo de criança. Quando algum grupo de ciganos acampava pela cidade sempre se ouvia o zum-zum-zum de pais preocupados, recolhendo as crianças mais cedo com medo de rapto e fazendo comentários. Cigano é ladrão, cigano é vagabundo, feiticeiro, cigano é isso e aquilo. Tudo comentários sem fundamento. Talvez o medo do desconhecido, pois a história do povo cigano é muito cheia de mistérios.
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A verdade é que como o Cigano nunca teve uma língua escrita tudo que se sabe sobre ele foi descrito por outros povos e com certeza muita coisa é especulação, mas que, apesar de não ter tradição escrita influenciou muitas culturas e muitas literaturas através de sua tradição oral, de seus cancioneiros, tradições culturais e musicalidade.



Aceita-se a hipótese de que o Povo Cigano teve sua origem na civilização da Índia antiga, talvez três milênios antes de Cristo. Chamados de "povos das estrelas" dizem que apareceram, naquela época, ao Norte da Índia, na região de Gujaratna, de onde foram expulsos por invasores árabes. Vagaram pelo Oriente, e de forma pacífica invadiram o Ocidente e espalharam-se por todo o mundo. A partir do êxodo pelo Oriente, eles se dedicaram com exclusividade a atividades itinerantes como ferreiros, domadores, criadores e vendedores de cavalo, saltimbancos, comerciantes de miudeza e o melhor de suas qualidades que era a arte divinatória. Ler mão fazer previsões, coisas desse tipo. Viajavam sempre em grandes carroças coloridas e criavam nomes poéticos para si mesmos. Nessa vida de nômade, o Povo Cigano foi perseguido, julgado e expulso ao longo do seu pacífico caminhar.


Por onde passaram deixaram a música, a dança, as palmas, as batidas dos pés e o ritmo quente do "flamenco". Essa palavra "flamenco" vem do árabe "felco" (camponês) e "mengu" (fugitivo) e passou a ser sinônimo de "cigano andaluz" a partir do séc. XVIII.


"O Céu é meu teto; a Terra é minha pátria e a Liberdade é minha religião" este é o ideal de liberdade do povo cigano e que traduz seu espírito essencialmente nômade e livre dos condicionamentos aos sistemas que subjugam os outros povos.



Rotulados injustamente como ladrões, feiticeiros e vagabundos, em sua maioria, os ciganos são artistas: exímios ferreiros, fabricando seus próprios utensílios domésticos, suas jóias e suas selas, e muitas outras artes inclusive a circense. Cantam e dançam tanto na alegria como na tristeza, pois para o cigano a vida é uma festa e a natureza anfitriã generosa. Com ela interagem respeitando seus ciclos naturais e sua força geradora e provedora.





A família é a base da organização social dos ciganos, não havendo hierarquia rígida no interior dos grupos. Onde quer que estejam os ciganos são logo reconhecidos por suas roupas e ornamentos, e, principalmente, por seus hábitos espalhafatosos. São um povo cheio de energia e apaixonado pela vida.

Para as mulheres descobrir os seios em público é comum e natural em suas tradições, porém não podem mostrar as pernas, pois da cintura para baixo todas são consideradas impuras. Daí a imposição das saias compridas e rodadas. Cortar os cabelos também é proibido.



A Lua Cheia é o maior elo de ligação com o "sagrado". A celebrações da Lua Cheia acontecem todos os meses em torno das fogueiras acesas. Aliás, o misticismo e a religiosidade fazem parte de todos os hábitos da vida cigana. A quiromancia é uma de suas artes. Na verdade cigano que se preza, antes de ler a mão, lê os olhos das pessoas, segundo eles, os espelhos da alma. Outra grande característica deste povo, muito explorada pela literatura é “o olhar cigano”.




Tudo que se fala deste povo ainda é muito controverso por tratar-se de um povo de cultura ágrafa, despreocupado portanto, com o registro de sua história. No entanto a cultura espanhola sofreu muita influência da cultura cigana. Muitos escritores como Gabriel Garcia Marques (colombiano) – Cien Años de Soledad (cem anos de solidão) e Frederico Garcia Lorca (espanhol) - Romanceiro Gitano (Romanceiro cigano) exploraram bem este veio. A cultura cigana influenciou outras culturas por onde passou deixando marcas nas mais diversas artes como romances, poesia, música, cinema, pintura, entre outras. Despertou o interesse de Van Gogh inclusive. A musica e a literatura brasileiras também carregam marcas desse povo de tão fascinante história.



Os Ciganos são "povos das estrelas" e para lá voltarão quando morrerem, não é poético isso! A história e a cultura do povo Cigano são fascinantes, sem dúvida.
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segunda-feira, março 23

Internetês

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Dia desses recebi um email, em que num texto muito curto foram escritas várias palavras ao estilo internetês, o mesmo foi a inspiração para fazer esse post.

Lembro que quando comecei a acessar o conteúdo de blogs e comunidades na internet o que mais me chamou a atenção foi essa linguagem própria. A principio não gostei , achei que era uma espécie de assassinato do português.

Tenho filhos jovens que vivem no Orkut, MSN... e vi que escreviam nessa linguagem própria e nem por isso deixaram de escrever corretamente, com passar do tempo eu mesma me vi escrevendo como eles.

Tem uma revista que acho muito interessante : Língua Portuguesa, que traz uma excelente reportagem sobre esse assunto.

O mais interessante é que essa linguagem é típica da internet, embora alguns professores critiquem, nos concursos, provas de seleção e provas de sala de aula, redação os alunos não a usam, o que mostra que ela se restringe ao universo virtual.

Vejam algumas expressões usadas no dia a dia dos bate-papos:

O ABC do internetês:

Aki: aqui
msg: mensagem
mto: muito
vc: você
blz: beleza
kd:cadê
fds: final de semana
net: internet
tb: também
tah: tá
tc: teclar, digitar, conversar
flw: falou
fmz: firmeza
tdo: tudo
qdo: quando
pq: porque
eai: oi
qnt: quantos
alg: alguém
ans: anos
axo: acho
q: que
nd: nada
ñ: não
naum: não
a v: a ver
xau: tchau
att: atualizar
add: adicionar
acc: aceitar
bjs: beijos
Abs: abraços
loko: louco


Se vc é um dos críticos desse tipo de comunicação, sugiro que dê uma olhada e veja se vc ñ usou essa linguagem em algum momento.

Encontrei esse video muito interessante que fala inclusive dos emotions, muito usados pelos jovens principalmente, que são aquelas carinhas que expressam emoções como tristeza, alegria, e são muito comuns , são usados até em emails.

Desejo uma semana produtiva a todos.


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sábado, março 21

Estações

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É OUTONO!

O Outono, que em Astronomia é marcado pelo Equinócio de Outono, começou no último dia 20 de março de 2009, sexta-feira, às 08h44. O "Outono austral", como é chamado no nosso hemisfério, vai de 20 de março a 20 de junho. Por ser uma estação de transição entre o verão e inverno, apresenta características de ambas. As condições de tempo mudam rapidamente e dependendo da região podem ocorrer nevoeiros e geadas, principalmente nas regiões serranas das Regiões Sudeste e Sul.

Há uma redução das chuvas em grande parte do País. No Sul, Sudeste e parte da Região Centro-Oeste do Brasil, as temperaturas tornam-se mais amenas devido à entrada de massas de ar frio, com temperaturas mínimas que variam entre 12ºC a 18ºC. Nestas áreas, as temperaturas máximas oscilam entre 18ºC e 28ºC. Nas Regiões Norte e Nordeste, as temperaturas tornam-se mais homogêneas.

Além da queda de temperatura, o Outono é também caracterizado pela coloração amarelada das folhas das árvores e sua perda, que é uma das indicações mais visíveis da mudança de estação. A coloração das folhagens no outono é bem característica e de uma beleza impar. Umas ficam douradas, outras avermelhadas ou de muitas outras nuances de cor.
.
Estas mudanças são resultado das transformações químicas que estão ocorrendo nas folhas. Os nutrientes vão saindo para os ramos, tronco e raízes, onde ficam armazenados até a Primavera. À medida que os nutrientes migram para as outras partes da planta, as folhas param de fabricar clorofila, e os pigmentos amarelos, arroxeados e vermelhos aparecem. Assim as árvores armazenam esses nutrientes para o Inverno. Ao chegar a Primavera a árvore usa esses nutrientes para formar as novas folhas e florescer outra vez. A natureza recria a obra divina.

O Outono também pode ser celebrado como tempo de introspecção. Ele representa bem a metamorfose da natureza e de certa forma a do homem também. É uma etapa intermediária, preparatório entre a agitação do verão e a calmaria do inverno. As energias são alocadas para outros fins. Os hormônios parecem hibernar, o homem concentra-se em atividades mais intelectuais e espirituais.

Mas todas estas transformações são inerentes à existência dos seres vivos. E observar as transformações na natureza nos leva a reconhecer e a aceitar melhor as mudanças que ocorrem em nós mesmos. É preciso que as folhas caiam para que uma nova e exuberante folhagem possa surgir, o ódio precisa ser eliminado para dar lugar ao amor, enfim, a vida é uma eterna metamorfose.

Daqui a pouco será verão outra vez, aproveite a estação!
O Outono é também tempo de arte, de poesia, de Cecília...
.
Canção de outono
.
Perdoa-me, folha seca,
não posso cuidar de ti.
Vim para amar neste mundo,
e até do amor me perdi.
.
De que serviu tecer flores
pelas areias do chão,
se havia gente dormindo
sobre o próprio coração?
.
E não pude levantá-la!
Choro pelo que não fiz.
E pela minha fraquezaé
que sou triste e infeliz.
Perdoa-me, folha seca!
Meus olhos sem força estão
velando e rogando àqueles
que não se levantarão...
.
Tu és a folha de outono
voante pelo jardim.
Deixo-te a minha saudade
- a melhor parte de mim.
Certa de que tudo é vão.
Que tudo é menos que o vento,
menos que as folhas do chão...
.

Cecília Meireles
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quinta-feira, março 19

Dia de São Jose - Equinócio de Outono

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Hoje é comemorado o dia de São José, padroeiro do Ceará.



Em anos de estiagem o dia de São José é a última esperança do sertanejo de um bom inverno, se não chover até esse dia é sinal de seca.

É que nesse período ocorre a passagem do equinócio de outono .



O equinócio de outono para o hemisfério sul da Terra ( de primavera para o hemisfério norte ) ocorre quando da passagem do Sol pelo ponto Vernal ou ponto Gama. A data e o horário da passagem variam ligeiramente de ano para ano. O calendário gregoriano, utilizado em quase todos os países, está organizado de maneira a manter, aproximadamente nas mesmas datas, as ocorrências dos equinócios e solstícios. O equinócio de outono (primavera) geralmente acontece nos dias 19, 20 ou 21 de Março.



Quando ocorre um equinócio, a linha que une o centro da Terra ao centro do Sol, cruza o equador terrestre, ou seja, o Sol fica a pino ( no zênite, em termos astronômicos ) nos locais situados no equador ( latitude 0º ). A cidade de Macapá-AP, situada no equador, tem o Sol a pino nesse dia. Em outras palavras, no instante de um equinócio, o segmento de reta que une o centro da Terra ao centro do Sol é perpendicular ao eixo de rotação da Terra.



O nome "José" significa "Deus acrescenta um filho" ou "Deus cumula de bens", em hebraico.



Descendente de Davi, São José era carpinteiro na Galileia e comprometido com Maria. Quando Maria recebeu a anunciação do anjo Gabriel de que daria à luz ao Menino Jesus, José ficou bastante confuso porque apesar de não ter tomado parte na gravidez, acreditava na sua fidelidade. Resolveu, então, terminar o noivado e deixá-la secretamente, sem comentar nada com ninguém. Porém, em um sonho, um anjo lhe apareceu e contou que o Menino era Filho de Deus e que ele deveria manter o casamento.

Maria deu a luz a Jesus, em Belém.


Quando Jesus tinha dois anos, José foi novamente avisado por um anjo que deveria fugir de Belém para o Egito, porque todas as crianças do sexo masculino seriam exterminadas, por ordem de Herodes.

José, Maria e Jesus fugiram para o Egito e permaneceram lá até que um anjo avisasse da morte de Herodes.


Apesar da grande importância de José na vida de Jesus Cristo não há referências da data de sua morte.



Esse ano tem chovido bastante no Ceará, o que deixa o sertanejo rindo à toa, sem contar que enchem os reservatórios para o consumo de água potável para a população.





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pesquisei aqui e aqui
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terça-feira, março 17

A crise e as pesquisas

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PESQUISAS ESPACIAIS E A CRISE ECONÔMICA




No último domingo, dia 15 de março, às 20h43 (horário de Brasília), a Nasa lançou o ônibus espacial Discovery mais uma vez. Desta feita para levar novos painéis solares para a Estação Espacial Internacional (International Space Station - ISS ). O lançamento deveria ter acontecido na última quarta-feira, porém um vazamento de hidrogênio levou Houston a adiar os planos.




Lançado do Centro Espacial Kennedy, na Flórida, este primeiro lançamento do um ônibus espacial, em 2009 tem por finalidade fornecer a energia elétrica necessária para os experimentos científicos na estação, além de responder às necessidades da tripulação, que será de seis pessoas a partir de maio. Para se ter uma noção do custo de uma missão destas só o jogo de painéis solares transportado custou 300 milhões de dólares e a produção do equipamento custou em torno de US$ 600 milhões.


Agora, cá pra nós:

Com tantos problemas que exigem solução urgente na terra, olha quanto dinheiro indo pro espaço! Sem contar o risco de um desastre como os que ocorreram com o Challenger em 1986 e com o Columbia em 2003. Seria uma desgraça para o governo na atual circunstância.

Tudo bem que crise é crise e a ciência tem que seguir seu curso. Mas na atual circunstancia econômica, seria prioridade levar espelhos solares para o espaço, montar estações espaciais? Não é um contra-senso gastar tantos bilhões de dólares com projetos espaciais enquanto tantos setores da sociedade estão necessitando de um bailout (socorro financeiro)? Com tantas comunidades atingidas por enchentes, nevascas e furacões, portanto necessitando de atenção neste momento de crise, essa missão não poderia pelo menos ser adiada?


Enquanto eles estão procurando vida em outros planetas há muita gente morrendo de fome ou vítimas de calamidades aqui em baixo. Por acaso a pesquisa científica é imune à crise?


Os marcianos podem esperar! Fica aqui o nosso questionamento.
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domingo, março 15

Aniversário da net

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Happy Birthday dear Net!





Olha! Que me desculpe a aniversariante; mas antes tarde do que mais tarde! Sexta-feira última a World Wide Web (WWW), a net para os íntimos, completou 20 anos de proveitosa existência. Parabéns para ela, e pra nós que podemos dispor de tão magnífica ferramenta.

Nada a ver com as premonições darks de uma sexta-feira 13. A Internet é algo que realmente deu certo. E xô pra lá gato preto!

Graças a ela podemos sonhar mais, viajar mais, conhecermos muitas pessoas sem sair de casa, estudar à distância e até mesmo amar à distancia, por que não?

No primeiro dia de janeiro de 1983 as máquinas da antiga rede Arpanet mudaram para o protocolo TCP/IP, um grande passo para a abertura da rede ao público mundial. Este protocolo é utilizado até hoje na Rede.


Muita gente comemora outros aniversários dela, como o dia da criação do protocolo TCP/IP. Mas apesar de não haver muito consenso neste aniversário, 13 de março de 1989 foi o dia em que o pesquisador do Centro de Pesquisas Nucleares (CERN) Tim Berners-Lee publicou um estudo mostrando como fazer a troca de documentos e pesquisas entre centros de pesquisa de todo o mundo. Pois até aquele momento, a rede era usada apenas pelos militares americanos e algumas instituições especializadas. Estava aberta a rede para uso mundial. Parabéns Mr. Berners!


E vivas ao mundo virtual!. Graças a ele podemos viver igual gatos: viver várias vidas, vestir diversos avatares. Enfim, viver uma second life, uma third life, e outras mais.

A "moça" tá na flor da idade, mas já carrega um mundo nas costas.


Parabéns!




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sábado, março 14

Morando Sozinho

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A cada dia que passa é maior o número de pessoas que moram sozinhas. Cada um tem seu estilo, manias e gostos. Mas num aspecto todos concordam: liberdade é essencial, nada como chegar em casa na hora desejada sem ter que dar satisfação de onde estavam e com quem, sem hora marcada para o jantar, ou seja; poder fazer suas próprias regras. São estas, as principais justificativas de quem mora sozinho. Também tem as pessoas que moram sozinhas por falta de opção, perderam parentes, os filhos cresceram, perderam seus companheiros, são inúmeros os motivos.

Quem não conhece alguém que mora sozinho?

Já existe todo um segmento de mercado voltado para esse tipo de público. A cada ano aumenta a construção de imóveis de um quarto voltado para esse segmento, ainda assim a procura é maior que a oferta de imóveis no mercado, sem contar as possibilidades nos ramos de alimentação, turismo, lazer, só para citar alguns.

Essa é uma tendência que veio para ficar, as pessoas estão a cada dia mais individualistas, e quando atingem independência financeira não querem mais dividir espaço com irmãos, pais, e assim comandam seu próprio espaço.

Quando o assunto são as desvantagens de se morar sozinho foram citados:
As horas de solidão, o medo de ficar doente no meio da noite e não ter ninguém para socorrer, principalmente o medo de morrer e ninguém dar conta disso.

No geral as pessoas que optaram por morarem sozinhas estão satisfeitas, já as que foram obrigadas a morarem sós, sente-se infelizes a maior parte do tempo.

É mesmo importante esclarecer: viver sozinho não significa “ser solitário”. Trata-se, na maioria das vezes, de uma conseqüência natural da busca por mercado de trabalho, da autonomia profissional e financeira, situação típica dos grandes centros urbanos.

Para os que moram sozinhos e os que moram acompanhados, desejo um excelente fim de semana, em boa companhia; claro.

Uma boa dica: visitem o blog do Alisson da Hora, que está completando 4 anos , 500 postagens, não é para qualquer um, sem contar que vale a pena conhecer os seus escritos; recomendo.


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quinta-feira, março 12

Turismo

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É certo que acabamos de sair de uma temporada de gastança, o Carnaval, mas para quem ainda tem algumas reservas e gosta de viajar – quem não gosta – este período, de março a maio, é uma boa época para se dar um rolé por aí, a preços módicos. É baixa temporada! Pelo menos a nível nacional e excetuando-se os feriadões como Semana Santa, claro. E o que é melhor, a época é realmente propícia. Nesses tempos de crise econômica as empresas estão buscando melhorar suas receitas, portanto, há muitos atrativos por aí. É só ter disponibilidade de tempo e “alguns trocados”. Ô duas mercadoriazinhas difíceis!

Para quem viaja pelo Brasil é sempre bom consultar o site mundi.com.br, lá você encontra dicas de hotéis e pousadas e também ofertas e comparativos de preços de viagens. Caso você já tenha um destino em mente, converse com um amigo que já esteve lá. Tem sempre aquelas dicas do tipo que “ninguém sabe”: uma pousada bem localizada e barata, boa comida caseira, o que não agrada no lugar, etc.

Muitos outros sites costumam dar informações turísticas e dicas de viagem. A SATW, Sociedade de Jornalistas de Turismo Americanos, (do inglês The Society of American Travel Writers) com base em sugestões de seus associados, divulgou em seu site uma seleção de 10 dicas para se viajar sem gastar muito.

As dicas dos jornalistas americanos são as seguintes:

1 - Viaje na baixa temporada ou no início ou final de períodos de alta
Você economiza em hospedagem e transporte e os eventos são menos freqüentados.


2 - Para transporte local prefira o sistema público
O transporte público além de ser mais econômico e mais ecológico, aproxima mais o visitante da população e dos atrativos que o local oferece.


3 - Lanches rápidos e comprar comida em supermercados locais sai mais em conta
Visite mercados, padarias e lojas locais. As bebidas e lanchinhos disponíveis no quarto geralmente são mais caras.


4 - Almoço ou jantar?
Faça sua principal refeição no almoço, quando os preços são mais baixos e escolha um prato leve no jantar.


5 - Transporte público entre aeroportos e cidades
Prefira o transporte público entre aeroportos e cidades. Quem viaja para conhecer a cidade e aluga carro terá que pagar estacionamento a toda hora.


6 - Informação nunca é demais
Informe-se em centro de visitantes para pegar cupons, folhetos e mapas gratuitos. Solicite dicas - dias de entrada franca em museus, matinês de shows, etc. Consulte os sites antes de viajar e procure os quiosques de informações ao chegar aos shoppings.


7 - Café da manhã incluído
Escolha sempre hotéis com café da manhã incluído na diária. Se o quarto tiver geladeira, você pode usá-la para manter biscoitos e lanches.


8 - Visite destinos pouco conhecidos
Destinos alternativos são mais baratos e divertidos.



9 - Acomodações de temporada
Em vez de reservar o hotel alugue uma casa de temporada, ou faça um intercâmbio de residência.


10 - Hospedagem econômica no fim de semana
Hotéis localizados na região central das cidades, que atendem basicamente o público executivo, empresarial, costumam oferecer preços melhores nos fins de semana. Procure os hotéis próximos, mas não exatamente localizados nas grandes avenidas. Verifique se o hotel não participa de algum programa de descontos de milhagens.

Quem interessar ver maiores informações pode consultar o site da : DATW


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Agora, falando especificamente de Brasil, o litoral sul capixaba é uma região muito bonita e agradável de se conhecer, principalmente neste período. Tem lindas praias e as áreas urbanas são todas próximas umas das outras. Dá para se conhecer quase tudo em três ou quatro dias, principalmente se for de carro. Os preços não costumam ser altos nem mesmo na alta temporada, porque você tem muitas opções de hospedagem. Marataíses, Piúma, Anchieta, Guarapari, Vila Velha e Vitória, se quiser dar mais uma esticadela.






A região é de fácil acesso de carro para capixabas, cariocas e mineiros pela BR-101. O trecho de Marataíses a Vitória tem aproximadamente 130 km.

Entre outros atrativos encontram-se, muitas praias, rios, lagoas e areias medicinais. A culinária da região é rica em frutos do mar e sua moqueca é famosíssima!






Exibir mapa ampliado




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E para quem gosta de música pop e quer aproveitar ao máximo suas viagens, unindo o útil ao agradável, está aberta também a temporada de shows internacionais pelo Brasil. Há shows de música pop previstos para todo o país.

No Rio, os shows programados para março são os seguintes:

Keane, grupo britânico, no Credicard Hall, dia 13.
Iron Maiden, dia 14, na Apoteose.
Julio Iglesias, dia 17, na Viva Rio.
Radiohead e Kraftwerk, dia 20, na Apoteose.
Liza Minnelli, dia 24, na Viva Rio.
Simple Plan, dia 25, no Citibank Hall.
A-Ha, dia 26, no Citibank Hall.
Veja onde estará se apresentando seu ídolo e boa viagem!

Quanto às dicas da SATW eu não diria que são o que se pode chamar de inéditas, mas a temporada é realmente boa.



Aproveite!

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terça-feira, março 10

Pílula do Amor

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Gravura de Esther Rivuelta - Sí, Quiero, de 2005



Nos dias de hoje, a impressão que se tem é que os relacionamentos se banalizaram, as garotas e garotos em uma só noite “ficam” com vários , se gabam disso, como se tivessem fazendo grande coisa, com isso perdem a oportunidade de se relacionarem com uma pessoa por vez, criar vínculos, como vai saber se é a pessoa certa , beijando vários numa mesma noite? Sem contar que é anti-higienico, podem pegar doenças tipo Herpes, só para citar uma.

Engana-se quem acha que esse comportamento ocorre só entre os jovens, entre os adultos e também os mais maduros existe uma rotatividade incrível, nunca se casou e separou tanto muda-se de parceiro como muda-se de roupa, é o efeito da chamada "liberdade sexual", que muitas vezes passa pela promiscuidade.

Ah! não sou careta, nem tampouco estou fazendo apologia a monogamia, cada um sabe de si, e faz da sua liberdade sexual o que quiser.

Mas para os que querem manter um relacionamento estável, para aqueles que mesmo não estando plenamente satisfeitos com seus parceiros, mas não tem coragem ou não querem mudar isso, ou simplesmente para aqueles que queiram se apaixonar, existe uma nova pesquisa que pode revolucionar a vida dessas pessoas.

É a pilula do amor, cientistas estão estudando o porque de alguns relacionamentos durarem e outros não, por que algumas pessoas se apaixonam com facilidade e outras só querem encontros casuais, o que é determinante nesses casos? Já se sabe que beleza, charme, simpatia, não são os únicos fatores que determinam a atração pelo outro. O chamado “cupido” responde pelo nome de oxitocina, nas mulheres e nos homens é vasopressina. São hormônios produzidos naturalmente pelo corpo, mas que reagem de maneira diferente em cada pessoa.

Segundo a pesquisa a paixão tem a ver com genética, hormônios e até história de vida. E se inventaram a pílula da potência sexual daqui a pouco vão inventar a pílula do amor. Já estão sendo testados em roedores a injeção de oxitocina, com bons resultados.

Imagine você estar enjoado (ª), do seu parceiro(ª), vai na farmácia e toma uma dose de oxitocina e volta encantada e cheia de amor para dar, e quem sabe até reacende a antiga paixão.

Já pensou o sucesso que faria nas terapias de casais, aquele relacionamento que já foi para o espaço há séculos, mas, por motivos mil, o casal insiste em não dar um ponto final, seria a solução perfeita.

Se você se interessou e quer saber mais veja
aqui

Escrevendo esse texto lembrei de uma crônica do Jabor, isso pode deixar de acontecer, Será que será coisa do passado? O que vocês acham? Opinem.



Ah! 0 amor...
Ah, o amor...


Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo à porta.

O amor não é chegado em fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.

Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano.

Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.

Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela maneira que se revela quando menos se espera.

Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu inteligente + você linda = dois apaixonados!

Não funciona assim. Amar não requer conhecimento prévio, nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o amor tem de indefinível. Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó!

Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é. Pense nisso.
.
(Arnaldo Jabor)



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domingo, março 8

Dia Internacional da Mulher

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Bom dia!


Acordem!


Atendam a porta, há flores para todas vocês!
Há 152 anos (1857) um grupo de mulheres guerreiras faria história deixando um grande legado para o mundo moderno.
Hoje o mundo todo lhes rende homenagens.


Nós que fazemos o Voz deixamos aqui um afetuoso beijo e a nossa humilde homenagem:


Mulher

Mulher
Dádiva divina
Presente da terra,

Mão que acolhe,
Que acalenta e consola
Que clama, que implora
É a mãe, é a avó
É a luz que conduz
A neta, a filha
É a árvore da vida.




Mulher
É a tia, a irmã
A amiga confidente
É a cúmplice, é a outra
Amásia, amante
Doce do amargo viver



Mulher
É a musa
A ninfa, a deusa
É a fada, é a bruxa
O lirismo em flor

Metade de outro
Broto de sua costela
É a fonte, é a sombra
É o favo de mel.



Mulher,
Flor que sangra
Que sente, que chora,
É carne, é dor
É sensível, é amor
Viaja sublime
Do riso às lágrimas
E convulsa entrega-se
Ao justo prazer


Mulher
É a flor que brota do caos
O ente que chora
A diáspora dos filhos
Calmaria que leva
A um porto seguro

Mulher
É a Rosa,
A Margarida, Begônia
A Felicidade e a pureza
Do copo-de-leite
A Grandeza da alma
Da Camélia rosa
A elegância da Acácia,
Angústia das Açucenas
O Amor-perfeito.




Na guerra
É o pai, é o escudo
Na fome
O leite, o pão
Solo fértil
Onde germina a semente

Mulheres mártires
Mulheres de maio,
De junho, de sempre
Mulheres de Atenas,
De Hiroshima, de Gaza

Mulheres de casa,
Da vida, da rua,
Da terra, do lixo,
Do submundo,
Mulheres de fibra,
De rocha, de aço


Evas, Marias,
Déboras, Madalenas
Cleópatras, Evitas
Conceições, Amélias...
Mulher anônima
A ti ofereço
Meu ombro, meu peito
O colo te empresto
Em mim faz abrigo
Recobra teu viço
Renasce das cinzas
O mundo orbita
Esperando por ti.
(Versos de Ivan Rodrigues)




VEJA AQUI UM POUCO DESTA HISTÓRIA:



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sexta-feira, março 6

Centenário de Patativa do Assaré

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Um único post para comemorar o centenário de Patativa do Assaré é pouco. E foi pensando nisso , que coloco poesias, poemas e imagens, desse maravilhoso poeta.

Pesquisando sobre Patativa cheguei ao Outras Palavras, que gentilmente me cedeu duas composições recitadas por Patativa, presentes de Chico Benvas, compositor, violeiro e cearense como Patativa.

A Terra é Natura (5.5 MB / 05:57 min)



A Morte de Nana (7.8 MB / 08:32 min)







Há dor que mata a pessoa
Sem dó nem piedade.
Porém não há dor que doa
Como a dor de uma saudade.
(Patativa do Assaré)



Vaca Estrela e Boi Fubá
Patativa do Assaré
Composição: Patativa do Assaré

Seu doutor me dê licença pra minha história contar.
Hoje eu tô na terra estranha, é bem triste o meu penar
Mas já fui muito feliz vivendo no meu lugar.
Eu tinha cavalo bom e gostava de campear.
E todo dia aboiava na porteira do curral.

Ê ê ê ê la a a a a ê ê ê ê Vaca Estrela,
ô ô ô ô Boi Fubá.

Eu sou filho do Nordeste , não nego meu naturá
Mas uma seca medonha me tangeu de lá pra cá
Lá eu tinha o meu gadinho, num é bom nem imaginar,

Minha linda Vaca Estrela e o meu belo Boi Fubá
Quando era de tardezinha eu começava a aboiar

Ê ê ê ê la a a a a ê ê ê ê Vaca Estrela,
ô ô ô ô Boi Fubá.

Aquela seca medonha fez tudo se atrapalhar,
Não nasceu capim no campo para o gado sustentar
O sertão esturricou, fez os açude secar
Morreu minha Vaca Estrela, já acabou meu Boi Fubá
Perdi tudo quanto tinha, nunca mais pude aboiar


Ê ê ê ê la a a a a ê ê ê ê Vaca Estrela,
ô ô ô ô Boi Fubá.

Ê ê ê ê la a a a a ê ê ê ê Vaca Estrela,
ô ô ô ô Boi Fubá.

Hoje nas terra do sul, longe do torrão natá
Quando eu vejo em minha frente uma boiada passar,
As água corre dos olho, começo logo a chorá
Lembro a minha Vaca Estrela e o meu lindo Boi Fubá
Com saudade do Nordeste, dá vontade de aboiar

Ê ê ê ê la a a a a ê ê ê ê Vaca Estrela,
ô ô ô ô Boi Fubá.


Patativa do Assaré
É melhor escrever errado a coisa certa do que escrever certo a coisa errada...
Patativa do Assaré


Meus versos é como semente
Que nasce arriba do chão;
Não tenho estudo nem arte,
A minha rima faz parte
Das obras da criação
Patativa do Assaré









AMANHÃ

Amanhã, ilusão doce e fagueira,
Linda rosa molhada pelo orvalho:
Amanhã, findarei o meu trabalho,
Amanhã, muito cedo, irei à feira.

Desta forma, na vida passageira,
Como aquele que vive do baralho,
Um espera a melhora no agasalho
E outro, a cura feliz de uma cegueira.

Com o belo amanhã que ilude a gente,
Cada qual anda alegre e sorridente,
Como quem vai atrás de um talismã.

Com o peito repleto de esperança,
Porém, nunca nós temos a lembrança
De que a morte também chega amanhã.


MINHA VIOLA

Minha viola querida,
Certa vez, na minha vida,
De alma triste e dolorida
Resolvi te abandonar.
Porém, sem as notas belas
De tuas cordas singelas,
Vi meu fardo de mazelas
Cada vez mais aumentar.

Vaguei sem achar encosto,
Correu-me o pranto no rosto,
O pesadelo, o desgosto,
E outros martírios sem fim
Me faziam, com surpresa,
Ingratidão, aspereza,
E o fantasma da tristeza
Chorava junto de mim.

Voltei desapercebido,
Sem ilusão, sem sentido,
Humilhado e arrependido,
Para te pedir perdão,
Pois tu és a jóia santa
Que me prende, que me encanta
E aplaca a dor que quebranta
O trovador do sertão.

Sei que, com tua harmonia,
Não componho a fantasia
Da profunda poesia
Do poeta literato,
Porém, o verso na mente
Me brota constantemente,
Como as águas da nascente
Do pé da serra do Crato.

Viola, minha viola,
Minha verdadeira escola,
Que me ensina e me consola,
Neste mundo de meu Deus.
Se és a estrela do meu norte,
E o prazer da minha sorte,
Na hora da minha morte,
Como será nosso adeus?

Meu predileto instrumento,
Será grande o sofrimento,
Quando chegar o momento
De tudo se esvaicer,
Inspiração, verso e rima.
Irei viver lá em cima,
Tu ficas com tua prima,
Cá na terra, a padecer.

Porém, se na eternidade,
A gente tem liberdade
De também sentir saudade,
Será grande a minha dor,
Por saber que, nesta vida,
Minha viola querida
Há de passar constrangida
Às mãos de outro cantor.


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