quinta-feira, junho 9

Assunto de elevador

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A momentânea clausura de um elevador exerce sobre os seres humanos um efeito bastante interessante. Este meio de transporte vertical é um dos poucos lugares em que estranhos são obrigados a trocar meia dúzia de palavras, pelo menos duas: Bom dia!
O clima e o tempo são os temas favoritos entre os desconhecidos:
– Calor, né?
– É, acho que vai chover.
Na verdade, conversas sem muito sentido. Visam apenas fazer um contato, descontrair. Afinal, fisicamente tão próximos, quase olho no olho, sentindo o calor e os “perfumes” um do outro, é quase impossível não reagir. Parece até que se vai tirar alguém pra dançar. É preciso dizer alguma coisa! Alguns puxam conversas que até passam do “ponto”, mas em geral, no máximo, as especulações sobre o tempo.
O ascensorista, figura mediadora nesta situação apertada, e que ajudava a quebrar o gelo, está em extinção. Hoje com elevadores totalmente automatizados, as pessoas falam bem menos. Talvez um simples “Dia!” ou “Cença”. O último elevador que tomei esta semana me recebeu com um sonoro “Bom dia!” e completou:
- Aperte o botão correspondente ao seu andar.
E se você der uma cochilada durante a viagem ele abre a porta e te dá um toque:
- Quinto andar. Tenha um bom dia!
Alguns destes aparelhos informam também no painel a hora e a temperatura ambiente. Será o fim da conversa nos elevadores!?


Abraços!