Foi-se o tempo em que áreas rurais eram somente destinadas a agricultura ou pecuária. Com os anos, as cidades cresceram e as fazendas, que ficavam no campo, chegaram muito perto do asfalto. Resultado: plantações, pastagens ou mesmo extensas áreas verdes passaram a ser o foco de grandes empresas imobiliárias. E assim, tem se formado várias parcerias entre proprietários das terras, que cedem seus terrenos, e essas empresas, que cuidam da construção e comercialização das casas de campo.
A motivação dos, até então, fazendeiros é puramente financeira: troca-se hectares por metros quadrados. E o segundo vale muito mais que o primeiro, por mais que a atividade agrícola esteja atualmente no auge. Com o forte crescimento econômico no interior do País, a melhora da renda e o aquecimento do mercado imobiliário, o asfalto tem chegado ao campo numa velocidade alucinante, estimulando ainda mais empresas do segmento a investir neste valioso nicho.
A margem de lucro de qualquer atividade agrícola, na maioria das vezes, ainda é menor se comparada ao retorno dos empreendimentos imobiliários. Assim, muitos fazendeiros estão optando por essa nova modalidade de ganhar dinheiro.
É a cidade invadindo o campo....
Quem não quer possuir ”uma casa no campo, onde possa plantar seus livros, seus discos, seus amigos e nada mais.”?
Porém, me pergunto:
- se hoje plantam casas onde deveriam plantar alimentos, o que comeremos no futuro?
Paredes? Pisos? Livros, discos? Ou os amigos?
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A Lugirão não vai poder atualizar o Voz Ativa por esses próximos dias e me pediu que o fizesse por ela. Embora meu estilo seja outro, já que escrevo sobre meus sonhos, delírios e devaneios, em prosa e verso, não poderia negar-lhe este favor e portanto, aqui estou, tentando não desapontá-la.
Em meu nome e em nome da Lugirão, desejo um lindo fim de semana para todos!